Quarta-feira, 23 de março de 2011 - 11h39
Eu vi o trem partir diante dos meus olhos fechados. Era um sonho com um piui de saudade.
Vem a Máquina 18 sem pressa de chegar.
Trazendo menino buchudo, mulher buchuda, homem buchudo e o filho do Buchudo, com um saco de farinha para comer com peixe frito lá no triângulo.
Partiu a Máquina 18, consegui avistar com os meus olhos de esperança que o maquinista era o Zé Áureo.
Menino criado em terreiro sem muro e com algumas cercas.
Então ele estende a mão e convida a nossa gente, para partir no sonho de todos nós.
E saio correndo atrás do apito do trem.
Corro mais.
Fico cansado.
O Áureo com a mão estendida.
Os meus olhos continuam fechados.
Assim como os olhos de alguns.
O trem então passa devagarzinho para que todos possam ouvir a batida de um surdo de marcação.
Piui tum tum, piui tum tum.
Parece um samba dos tempos áureos de nossa música.
Eu vi o trem passar.
Zé Áureo, vamos convidar todas as pessoas que os nossos sonhos possam alcançar, para conhecerem o que é bom.
Bom mesmo é amar Porto Velho.
A Máquina 18 é o elo de união de todos nós.
Piui tum tum, piui tum tum.
Assim como os sonhos o samba não pode parar.
A Máquina 18 vai partir novamente.
Vamos minha gente ela fica dentro do nosso coração.
Áureo isto não é sonho, é realidade.
Ainda estou correndo atrás do apito do trem.
O bom é que não estou sozinho.
Os meus olhos são os olhos da alma.
Eles passam pelo coração.
Juntam-se com a amizade.
E saem todos para passear na Máquina 18.
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