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Beto Ramos

SEMENTE



Deveríamos construir muitos jardins para nenhuma flor?

Deixar o silêncio como resposta?

Quando a paisagem é bonita queremos nos inserir nela.

Fechando o tempo com ameaças de trovoadas alguns querem distancia deste horizonte.

Meio ao silêncio encontramos muitos jardins sem nenhuma flor.

Justamente as flores da inspiração, do comprometimento com o amanhã.

Alguns olhos seguem sem nenhuma cor.

Nossas paisagens não existem para alguns.

O mundo é muito grande, não importa, o meu mundo é um velho porto.

Um velho porto que fica nas curvas dos rios de muitos corações.

Curvas de rio.

O que poderíamos encontrar na curva de um rio?

Uma paisagem bonita?

Um tempo com ameaças de trovoadas?

Ou encontraríamos palavras?

O silêncio é um jardim sem nenhuma cor.

E as palavras?

As palavras são flores!

De todas as cores.

Flores do sol e da lua.

Da noite e do dia.

Que ficam nas ladeiras do velho porto.

Flores da nossa história.

Que ficam nas palavras do Anísio, Ernesto, Lúcio Albuquerque, Zola, Basinho, Sílvio Santos, Bainha, Dadá, Maraca, Oscar, Babá,.

O jardim deveria ser gigante para tantas flores.

O nosso velho porto é um gigante adormecido.

Que vai sendo acordado aos poucos.

Onde você plantou a sua flor?

No seu quintal existe um jardim sem nenhuma cor?

A resposta não poderia ser um silêncio de olhos sem nenhuma flor.


Diz a lenda!

 


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Fonte: Beto Ramos -  betoramospvh@hotmail.com 
 
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