Domingo, 29 de março de 2015 - 10h00
Um trabalho voltado ao social, dedicação e muita fé, foram os ingredientes da consagradora vitória a uma das 24 cadeiras da Assembléia Legislativa do radialista Ezequiel Junior Santos da Costa, nascido em Ariquemes, 41 anos de idade, casado, pai de três filhos, cuja trajetória política foi impulsionada pelos meios de comunicação. Depois de trabalhar nos anos 90 na extinta Rádio Ariquemes, na Rádio Educadora e TV Cidade, ele foi despertar para a política no município de Machadinho do Oeste, colonizada por migrantes sulistas, no Vale do Jamari. Foi lá, através de um trabalho consistente na Rádio 97 FM – esta no ar a mais de treze anos - e como assessor do então prefeito Neodi Carlos que ele despontou para a vida pública.
Antes de galgar o cargo de deputado estadual, Ezequiel foi um dos vereadores mais votados do município de Machadinho em 2008 e em 2012 disputou a prefeitura daquele município com o atual prefeito Marinho da Caerd quando perdeu por pouco mais de mil votos. O projeto de pleitear uma cadeira a Assembléia Legislativa nasceu da união política entre seu mentor, o ex-presidente da Assembléia Legislativa Neodi Carlos com o tucano Expedito Junior, na disputa ao governo do estado no ao passado. Foi convidado pelo ex-governador e atual senador Ivo Cassol que apoiava a chapa e aceitou a missão.
Voltado a um mandato popular, o representante da democracia Cristã desenvolve seu trabalho priorizando as estradas e parcerias com associações rurais, através de emendas parlamentares. Defende que o governo proporcione infra-estrutura antes de iniciar a construção da Usina de Tabajara. Nesta entrevista ele sustenta a ampliação e regularização fundiária e vê nisto uma forma de paz da terra, evitando conflitos que podem redundar em sangue no campo, bem como a defesa dos agricultores ganharem condições de ter acesso a financiamentos. “A falta da titulação entrava o desenvolvimento de regiões importantes como as de Machadinho, Buritis e Nova Mamoré”, enfatiza. Confira a entrevista:
Diário – Como foi o inicio da sua carreira política?
Ezequiel – Tudo começou pelo radialismo em Ariquemes. Depois me transferi para Machadinho aonde mantenho o programa Jogo Aberto no ar há 13 anos. É uma programação que atinge vários municípios, entre eles Machadinho, Cujubim e Anari. O programa presta assistência social, tem prestação de serviços e muita informação também para o meio rural. Sou uma espécie de Ratinho no Vale do Jamari.
Diário – E sua trajetória para chegar lá?
Ezequiel – Como disse tudo se originou do radialismo, sou um político popular. Fui eleito vereador em 2008, sendo o terceiro mais votado e gastando pouca coisa. O Mesmo ocorreu quando disputei a prefeitura de Machadinho contra o atual prefeito, Marinho da Caerd. Mas esta campanha ajudou projetar meu nome para a vitória na jornada a deputado estadual.
Diário – Como foi construída sua candidatura para a Assembléia Legislativa?
Ezequiel – Minha candidatura foi montada a partir da aliança firmada entre o ex-senador Expedito Junior, que foi candidato ao governo em 2014, tendo como vice o deputado Neodi Carlos, da minha região. Recebi o convite do senador Ivo Cassol para reforçar a chapa nesta aliança e entrei firme na parada logrando sucesso já nesta campanha.
Diário – Sua vitória foi considerada uma surpresa nos meios políticos já que existiam nomes considerados favoritos...
Ezequiel – De fato, poucos acreditavam na minha vitória, até alguns amigos e parentes achavam que não chegaria lá. Mas desde o início tinha a confiança que seria eleito. Foi uma vitória da fé. Tive uma campanha modesta, gastei exatos R$ 45.277,00 enquanto tantos gastaram milhões e não se elegeram. Ao final foram 7.640 votos. Tive o orgulho de ser o deputado mais votado em Anari e de receber votos em 42 municípios do estado. Então, como se vê, iniciamos nossa caminhada com muita responsabilidade.
Diário –E quanto aos seus projetos para a atual legislatura?
Ezequiel – Penso em direcionar minhas ações na minha base eleitoral, que é o Vale do Jamari. Devido às características da minha região, vou trabalhar forte em prol das estradas, da agricultura e nas parcerias com associações rurais bem como firmando projetos através das minhas emendas parlamentares. É claro que a educação também será fundamental, assim como a segurança pública. Tanto Machadinho como os municípios da região se ressentem de mais policiais. Existe certo abandono na área de segurança na minha região e como conseqüência a criminalidade explodiu.
Diário – Como vê os principais problemas de Rondônia?
Ezequiel – A agricultura foi praticamente abandonada nos últimos quatro anos e exige relevância tendo em vista sua participação no nosso PIB. È preciso mais atenção as estradas estaduais, vicinais e federais. O estado tem que seguir sua vocação natural que é a agropecuária. Temos mais recentemente as alternativas da soja, do pescado. A exportação da carne tem sido importante para nossa balança comercial.
Diário – E a questão fundiária?
Ezequiel –Entendo que é fundamental o programa da regularização fundiária em nosso estado. Na minha região a falta da titulação tem entravado o desenvolvimento já que mais de 5 mil agricultores estão aguardando este beneficio. Sem regularizar as propriedades os colonos não têm acesso a financiamento para produzir mais e melhor. A questão fundiária será nossa principal bandeira de lutas junto ao Incra em meu mandato.
Diário -Na sua região, o Vale do Jamari será construída a Usina de Tabajara. Como vê este importante projeto energético para Machadinho do Oeste?
Ezequiel –Até agora as informações ainda estão vazias sobre o projeto da Usina de Tabajara. Mas vamos tomar o exemplo de Porto Velho, na construção das usinas de Santo Antônio e Jirau. As devidas compensações não foram dadas para a infraestrutura e quem esta pagando um preço alto é a população com problemas de abastecimento de água e esgoto, de infra-estrutura. Então vamos exigir aos consórcios à infra-estrutura necessária antes da construção da Usina. Vamos começar a estudar o assunto e para tanto estou convocando audiências públicas. Não vamos incorrer nos mesmos erros que aconteceram na capital que sofre até hoje com obras inacabadas.
Diário – ... E a cidade pode até dobrar sua população nos próximos anos...
Ezequiel – Machadinho já começa a sentir os efeitos do anuncio da construção da usina de Tabajara. Os preços dos imóveis estão disparando, estão lançando novos loteamentos. O poder público não terá como suportar um aumento da população tão grande em poucos anos. É preciso definir uma estratégia, começar logo obras de infra-estrutura para que o povo não seja largado no meio do caminho. Temos carências para serem supridas.
Diário –Com relação à economia de Machadinho e região. Qual é o suporte, a vocação do Vale do Jamari?
Ezequiel – Nossa região tem como vocação a agropecuária. O plantio da soja tem prosperado nos últimos anos e tem muito ainda a crescer. Temos uma das maiores produtividades no pais por hectare inclusive melhor do que a do Paraná. Temos uma cadeia do leite, uma forte agricultura familiar. Contamos também ainda como fonte de renda o café e Machadinho esta se tornando numa cidade pólo, entroncamento rodoviário com os estados do Amazonas e Mato Grosso. Tudo isto encaminha Machadinho para um futuro radioso.
Diário –No plano político qual é o seu projeto para os próximos anos?
Ezequiel – Todos me perguntam a respeito, mas não tenho intenção de disputar a prefeitura de Machadinho. Cumprirei meu mandato por inteiro, trabalhando pela minha região, e esperando receber a retribuição nas urnas depois, num projeto de reeleição.
Diário – O que a população pode esperar do seu mandato?
Ezequiel – O povo pode acreditar num deputado atuante, que vai brigar pelas causas da nossa gente, ouvir muito a população e fiscalizar o Executivo, o que é uma importante tarefa do parlamentar. O Vale do Jamari pode ter certeza que terá uma voz na sua defesa, trabalhando com garra e determinação. Serei um guerreiro em defesa da nossa população.
Sem perdãoHá pessoas que se dizem cristãs, mas abrem caminho ao inferno ao ofender os semelhantes, esquecendo que uma das principais lições do crist
Dá pena de ver a situação a Av, 7 de setembro no centro antigo de Porto Velho
O jogo da Amazônia Em todo o mundo se tornou obrigatória a pergunta “e agora, com a eleição de Trump nos EUA?” Mao Tsé-tung disse que se os chinese
É bem provável que ocorra uma regionalização de candidaturas ao Palácio Rio Madeira
DesbranqueandoA jornalista brasileira Eliane Brum, descendente de italianos e filha de pai argentino nascida em Ijuí, Noroeste gaúcho, certo dia dec
A classe política está querendo antecipar o processo eleitoral de 2026
Tartarugas humanasO desmatamento e a piora do clima causam prejuízos generalizados aos povos amazônicos. Os que mais assustam são as perdas na agri