Sábado, 31 de dezembro de 2011 - 07h22
Pós usinas
Com Rondônia já começando a sentir os primeiros efeitos do ciclo pós usinas, vamos entrar em 2012 com a nossa economia – principalmente a de Porto Velho – em declínio. Por conta disto a arrecadação de tributos sofrerá uma redução inevitável, podendo refletir no volume de obras municipais e estaduais.
A reviravolta
A temporada de caça aos eleitores visando às eleições municipais começa agora com uma reviravolta jamais vista no cenário político de Porto Velho. A marca da Polícia Federal na testa deixa nomes como os dos deputados estaduais Valter Araújo (PTB), Epifânia Barbosa (PT) e Zequinha Araújo (PMDB) em baixa.
Na disputa
Com alguns favoritos em queda para a peleja, o deputado federal Mauro Nazif (PSB), o ex-deputado federal Lindomar Garçon (PV), a ex-senadora Fátima Cleide (PT), o atual secretário de Obras Abelardo Castro (PMDB), o ex-deputado federal Miguel de Souza (PR), o ex-vereador Mário Jorge (PDT) e o promotor Ivo Benitez (PSDB) devem se habilitar á disputa, entre outros nomes.
Fardo pesado
Em função da Operação Termópilas que flagrou o governo do PMDB com a boca na botija, o nome escolhido do partido – seja ele Abelardinho Castro ou Chiquilitinho Erse - vai carregar o peso nas costas da bandeira do partido governista. Não tenham dúvidas que é um fardo pesado.
As sondagens
Nas primeiras sondagens depois do vulcão que jogou lava incandescente nas legendas governistas, os pré-candidatos do PT e do PMDB vão levando claramente desvantagens. Afinal Zequinha e Epifânia acabaram enlameados até os cabelos prejudicando a performance destes dois partidos. Nazif e Garçon pintam inicialmente como os beneficiados.
As alianças
O que se vê, nesta largada, é que os candidatos vão depender de alianças para avançar num pleito, que seguramente será realizado em dois turnos, devido à fragmentação de votos com tantas postulações. Nas eleições de 2008, o PT (com Sobrinho) e a aliança cassolista (com Garçon) empurraram seus candidatos para a segunda fase.
O Frentão
O “Frentão”, uma coalizão de partidos que reunia o PR de Miguel de Souza, o PV de Lindomar Garçon e o PSDB de Expedito Júnior, pintava como uma poderosa via e com amplas chances de encaminhar um nome ao segundo turno na capital. No entanto, a composição esta praticamente dissolvida ao meio de desconfianças.
Violência e drogas
Num ano de muita violência e drogas – até a chacina de Jacy-Paraná esta dentro deste contexto – os barões do tráfico tomaram conta de Rondônia de uma vez. Toneladas de cocaína, maconha e outros entorpecentes menos votados foram apreendidos no decorrer do ano ao longo da BR 364. Coisa – literalmente! – de louco!
Do Cotidiano
No fundo do poço
O Estado de Rondônia encerra 2011 no fundo do poço, um ano onde a classe política voltou a sujar a imagem do estado Brasil afora sem dó e piedade. Não é possível que a Assembléia Legislativa e o governo do estado piorem em 2012, já que se superaram em escândalos, e, por conseguinte, sejamos otimistas: pior que 2011, só com uma hecatombe.
É o primeiro ano de administração do governador Confúcio Moura que encerra 2011 com setores essenciais, como os de saúde e a segurança pública em cacos. Mas pagou o funcionalismo em dia e trabalhou bem no quesito estradas, cuidando com zelo da pecuária, setor que corresponde por uma importante fração do PIB rondoniense.
Importante enfatizar que a bancada federal trabalhou bem na captação de recursos para o estado e nesta temporada apenas um deputado federal – Natan Donadon – já cassado pelas maracutaias que todos conhecem, foi à maçã podre no cesto de uma representação parlamentar operosa.
Na Assembléia Legislativa que começou o ano realizando duas eleições para a Mesa Diretora e sob fortes indícios de compra de votos de deputados para a eleição e reeleição antecipada de Valter Araújo, Epifânia Barbosa e cia, o ano se encerra sob denuncias de um novo escândalo: o de abrigar dezenas de funcionários fantasmas.
Numa gangorra política, onde os escândalos liquidaram as chances de quase meia dúzia de fortes postulantes a prefeitura da capital salta os olhos que os partidos que fazem oposição aos governos da aliança PMDB/PT podem levar vantagem nas eleições municipais de 2012, inclusive na capital.
Com a Operação Dominó, da década passada ainda em andamento, veio a Operação Termópilas em 2011 para enjaular mais um presidente da Assembléia Legislativa. Sabe-se que o Parlamento estadual comporta-se como um vulcão que esta apenas em repouso neste final do ano. Inúmeras erupções já são previsíveis para 2012.
No meio dos vereadores rondonienses dos pólos mais importantes apenas os de Vilhena tiveram a consciência, de não aumentar a bancada. No municipalismo, o melhor exemplo veio de Ouro Preto do Oeste, onde o prefeito Alex Testoni provou que é possível administrar uma cidade sem criar dezenas de secretarias municipais para abrigar tantos compadres e apaniguados.
Via Direta
*** Em vista do falecimento do ex-prefeito Isaac Bennesby, o PMDB ficou órfão de candidatos em Guajará-Mirim em 2012 *** Com 28 mil bolsas famílias e uns 20 mil beneficiados com escrituras na sua reforma urbana, o PT espera reagir na capital no pleito de outubro *** E Feliz Ano Novo, cara-pálidas leitores!