Quinta-feira, 15 de janeiro de 2015 - 06h41
As articulações
A estratégia de o governador Confúcio Moura deixar as articulações para a última hora – como ocorreu na eleição de Valter Araujo – poderá causar uma derrota da base governista para uma chapa idealizada pelo seu grande desafeto, o presidente da Assembléia Hermínio Coelho, na eleição da nova mesa diretora dia 1º de fevereiro. Maurão de Carvalho (PP), o candidato a presidente apoiado pelas principais lideranças da oposição, vai comendo pelas beiradas e conquistando importantes votos dos novatos.
De mãos atadas, em virtude da indefinição do governador sobre a sucessão na ALE, os deputados governistas estão paralisados, enquanto constatam o avanço das forças adversárias. Bons articuladores, Maurão e Hermínio já representam hoje uma frente suprapartidária e estão quase em condições de impor um acordo goela abaixo ao Palácio Presidente Vargas
Confúcio retornou as pressas porque a batata situacionista – no que se refere a eleição da mesa – esta assando. Explicar uma derrota governista no Poder Legislativo será complicado, ainda mais para seu desafeto Hermínio capaz de festejar uma vitória assim, com carreata de Porto Velho a Vilhena.
Os novos municípios
Os sucessivos vetos da presidente Dilma Rousseff a projetos criando novos municípios no Pais obrigaram o Congresso Nacional a rever as regras e uma nova proposta começa a ser apreciada no Senado, tendo como relator o senador Valdir Raupp (PMDB-RO). A nova proposição facilita as coisas para a região Norte – exigência de apenas 6 mil habitantes e endurece para o Sul e Sudeste aonde se pede 20 mil – mas sabe-se lá quando será votada e em condições de vigorar
Mais de 200 localidades em todo Brasil esperam a regulamentação da criação dos novos municípios. Em Rondônia, Extrema (na ponta do Abunã) e Tarilândia (Bacia Leiteira) batalham pela autonomia desde 1985, portanto a 30 anos, voltam acreditar na possibilidade de eleger o primeiro prefeito nas eleições municipais do ano que vem.
Muitos distritos em Rondônia, casos de Jacy-Paraná (este pertencente a Porto Velho), reúnem as condições exigidas para se tornar independentes. Cumprindo os requisitos e sacramentando as consultas plebiscitárias, o estado de Rondônia poderia aumentar de 52 para 60 municípios com a nova regulamentação. A esperança agora é que a nova proposta crie pernas.
O pano de fundo
A cidade de Porto Velho se transformou num daqueles antigos povoados do velho Oeste americano, aonde tudo mundo disputava suas diferenças a balas. Nos primeiros dias do ano, dezenas de pessoas foram baleadas, conforme os próprios registros policiais e outras tantas morreram como conseqüência dos ferimentos.
O pano de fundo da violência na capital de Rondônia é o tráfico de drogas. A cidade esta na rota do narcotráfico. Funcionamos como um grande entreposto, como uma verdadeira Ceasa da cocaína e maconha na distribuição para os demais estados da região e exterior. O pó vem da Bolívia e do Peru, a maconha do sul do país, depois de passar as fronteiras do Paraguai com os estados do Paraná e Mato Grosso do Sul.
Toneladas de drogas foram apreendidas nos últimos anos ao longo das rodovias rondonienses. Na altura do Mato Grosso, caminhões lotados de maconha já foram apreendidos com destino aos centros consumidores de Porto Velho, Rio Branco e Manaus.
A disputa pela venda de drogas resulta em disputas sangrentas e os presídios locais estão superlotados, sendo quase 70 por cento de traficantes. Tem mais do que carapanãs...
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