Segunda-feira, 20 de junho de 2011 - 13h23
Alvo do chamado fogo amigo e com dois cavalos-tróia instalados na legenda – os deputados José Hermínio e Ribamar Araújo que hoje estão bem mais próximos dos cassolistas de Valter Araújo – o PT pena o próprio inferno. Enciumados por não contarem com o apoio do prefeito Roberto Sobrinho para disputar a prefeitura da capital no ano que vem, os dois parlamentares petistas trabalham para destruir a legenda.
Num passado recente, José Hermínio era um “Sobrinhoboy” na Câmara de Vereadores e Ribamar Araújo um devotado secretário da Agricultura na primeira gestão do petista. Rejeitados, as criaturas se voltaram contra seu criador. O pau esta cantando.
Sem se entender, o PT que elegeu o prefeito Roberto Sobrinho em 2004 e reelegeu com quase 60 por cento dos votos em 2008 pode caminhar para um retumbante fracasso nas eleições de 2012. Tudo decorre da briga travada pelas duas alas, com pré-candidatos definidos e que vão brigar nas convenções municipais do ano que vem.
De um lado, o prefeito Roberto Sobrinho conta com a deputada Epifânia Barbosa e o vereador Cládio Carvalho como opções e de outro, despontam os deputados estaduais José Hermínio e Ribamar Araújo, que não teriam apoio do prefeito caso conseguissem passar pelo crivo dos convencionais.
A grande verdade é que o alcaide, alvo de uma recente campanha de denuncias dos cassolistas, agora tem o grupo de Hermínio e Ribamar Araújo no seu pé. E ambos deputados funcionam como verdadeiros cavalos de tróia no objetivo de destruir prefeito e o PT nas eleições do ano que vem.
Na política rondoniense, Roberto Sobrinho esta para o PT como Ivo Cassol esta para o PP. Lembro que mesmo em baixa, na eleição municipal passada em Porto Velho, Cassol teve força para remeter seu ungido Lindomar Garçon para o segundo turno. O mesmo ocorre com Roberto Sobrinho nesta temporada: Ainda que sob uma saraivada de pedradas, o prefeito conta com prestigio para encaminhar seu candidato - e quem quer que seja - para o segundo turno. Mas desunido, o PT não terá força para se garantir num hipotético segundo turno e deve pagar o preço: depois de perder um deputado federal e uma senadora nas eleições de 2010, já existem claros sinais de que a legenda poderá perder o poleiro do Palácio Tancredo Neves.
Mesmo com um nome de consenso – como pode ser Fátima Cleide -, depois de oito anos de administração petista na capital já seria difícil um nome do partido garantir um terceiro mandato. Desunido, então, como se diz no populacho, é entregar o ouro para os bandidos...