Quinta-feira, 14 de junho de 2012 - 05h04
Porto Velho avançou muito nos últimos oito anos em termos de regularização fundiária com o prefeito Roberto Sobrinho – mais de 20 mil escrituras - no entanto o problema continua. No setor chacareiro, por exemplo, dezenas de famílias podem ser despejadas.
Audiência pública
Justamente parta buscar soluções para o setor chacareiro, na Zona Leste, que a Câmara de Vereadores convocou audiência pública nesta sexta-feira. Os vereadores deveriam ampliar discussões para o problema fundiário dos bairros que margeiam o Rio Madeira. Os proprietários pagam taxas extorsivas para União.
O chororô da bancada amazonense é grande, mas o aporte de recursos para a restauração da BR 319, que liga Porto Velho a Manaus já foi suspenso. Dos quase 900 quilômetros, faltavam cerca de 400 para serem recuperados – o miolo da estrada – mas toda a verba foi contingenciada.
Repletos de indefinições os partidos chegam às convenções municipais no final de junho com os acordos travados na capital. Existe muita conversa, mas pouca definição e muitos pré-candidatos trabalham com prazo apertado para provar que são nomes viáveis.
De tudo o que tem acontecido, o mais pitoresco é o que ocorre com o pré-candidato Lindomar Garçon (PV), um dos lideres da corrida sucessória em Porto Velho. Ele esta leiloando seu apoio com vários partidos – desde o PMDB de Valdir Raupp até legendas de oposição ao governo.
Nesta reta final para as convenções quase uma dúzia de nomes esta sendo rifada pelos partidos Na Frente Popular, só restou Ivan Rocha (PP), mas Bosco da federal (PTB) ainda resiste. No PMDB, Edson Duarte e Walni Cavalheiro foram descartados pelo comando estadual, mas insistem em bater chapa com Zé Augusto dia 30.
Na próxima semana algumas articulações podem mudar o cenário na capital mais uma vez. É a definição do acordo PSD/PSDB, unindo no mesmo palanque Hermínio Coelho e Mariana Carvalho. Sem este acordo Hermínio fica sem espaço na TV, quase inviabilizado.
O fim do primeiro ciclo da borracha, em 1912, deixou duas grandes heranças: a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e a urbanização. Já nas obras da ferrovia surgiram às cidades de Porto Velho e Guajará-Mirim. E a crise econômica decorrente do encerramento da era do látex levou ao desemprego, falta de perspectivas e a concentração dos trabalhadores dos seringais na periferia de Manaus à espera de dias melhores.
A borracha havia trazido prosperidade para Manaus e Belém, que passaram a figurar em posição de destaque no mapa do capitalismo global. Para o Brasil, a borracha e a economia que ela gerava chegaram a responder por quase 40% das exportações brasileiras. Manaus era a capital mundial da moda e o paraíso dos diamantes
As riquezas movimentadas pela borracha permitiram a aquisição do território do atual Estado do Acre, comprado em 1903 junto à Bolívia por 2 milhões de libras esterlinas. Depois do impacto negativo de 1912, o ciclo teria uma sobrevida, trinta anos depois, por conta da II Guerra Mundial, de 1939 a 1945.
Como, enfim, começou o que se convencionou chamar, historicamente, como “ciclo da borracha”? Como sempre, há um estrangeiro vivaz e oportunista envolvido na história toda. No caso da borracha, esse estrangeiro era o naturalista francês Charles Marie de La Condamine (1701–1774).
Quarta-feira, 28 de abril de 1745. Uma ansiosa plateia aguarda na Academia de Ciências de Paris revelações anunciadas como fantásticas. Charles Marie de La Condamine extasia seu seleto público apresentando um relato da expedição que empreendeu à América do Sul, das alturas andinas na América espanhola às terras baixas da Amazônia portuguesa, seguindo até o Atlântico.
A atenção que recebeu fazia sentido: ele foi o primeiro cientista a descer o curso do rio Amazonas, recolhendo à sua passagem descrições da geografia, fauna e flora que iriam provocar o interesse geral da comunidade científica pelo estudo da bacia amazônica.
A partir de sua aventura, o foco das atenções se concentrou na exposição das propriedades da seringueira, o uso do quinino e do curare, veneno que os índios usavam nas pontas das flechas para paralisar o inimigo e os animais alvejados. Desses três produtos da biodiversidade amazônica, o que menos interessou foi à borracha.
Via Direta
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