Sábado, 9 de abril de 2011 - 08h26
O governador Confúcio Moura (PMDB) completa nesta domingo os seus primeiros 100 dias de governo e para falar sobre o assunto concedeu entrevista coletiva para os jornais, emissoras de rádio e televisão. Chamou atenção à nota atribuída por ele mesmo ao seu desempenho, concedida com generosidade: nota 7.
Onde será, que ele conseguiu extrair para si, um desempenho tão extraordinário? No campo político falhou ao selecionar seu corpo de secretários, de partidos diferentes, heterogêneos, que brigam como gato e cachorro; na Assembléia Legislativa peca na articulação e já deu vexames ao remeter projetos que logo depois seriam retirados, demonstrando equívocos desde a elaboração das suas propostas a falta de interlocução no Poder Legislativo.
Seria na esfera da segurança pública, onde não conseguiu atingir a meta de melhorias de 30 por cento, que mereceria nota 7? Com certeza, que não. A criminalidade permanece estratosférica, como nas gestões passadas e tende aumentar se alguma ação mais efetiva não for desenvolvida no combate as drogas. Como se sabe, mais de 70 por cento da incidência da bandidagem rondoniense tem a ver com os entorpecentes, de roubos, assaltos a latrocínios.
Talvez, na área de saúde pública, onde o governador Confúcio demonstra boas intenções, que a gestão “Nova Rondônia”, seria merecedora de nota tão expressiva? Na verdade, o setor continua em colapso, vivencia um verdadeiro caos. A BR-364 continua um corredor de ambulâncias e o atendimento pouco melhorou, tanto na capital como no interior.
Não vendo por onde Confúcio Moura teria obtido uma média 7, me volto para a área de estradas. A malha viária esta em pandarecos com o inverno amazônico e ele vai ter que trabalhar muito para reverter este quadro. Tem aquele projeto lançado em Cacoal de 100 por cento de encascalhamento das estradas rondonienses e de 100 por cento de substituição das pontes de madeiras (seriam por pontes de concreto?). Enfim, esta deve ser uma promessa “parente”, daquela do ex-governador Ivo Cassol que dava conta de 100 por cento de água e esgoto em Porto Velho...
A imagem projetada pelo governador até agora não justifica boas notas, embora também não mereça execração, já que apenas para entrosar um secretariado vai um ano e lá vai pedrada. Mas esta faltando autocrítica. Com certeza, tal desempenho atribuído a ele mesmo deve ser originado pela imagem projetada por eventuais puxa-sacos que o rodeiam. Tem mais do que formiga.
Por outro lado, tem sido corriqueiro nos primeiros meses, os governadores, no calor de vitórias nas urnas, embalados pelo povão, entrarem em delírios e se sentirem os reis da cocada-preta. Todos os anteriores, sem exceção, se comportaram assim. Só depois de algumas cacetadas eles voltaram à realidade. E, com Confúcio, com certeza não será diferente. Daqui a pouco ele vai perceber como é que a banda toca.
A boa notícia, é que o verdadeiro Confúcio não e este aí, incompetente, que os rondonienses estão vendo. Na Câmara Federal foi o melhor deputado rondoniense, disparado, nas legislaturas que ele participou. Como prefeito de Ariquemes foi o melhor do estado, e foi reeleito com recorde de votos, quase 72 por cento. Este sim merecia notas 7, 8, 9 e 10. É um político diferenciado por aqui com uma trajetória transparente, trabalha bem seus projetos nas esferas federais e mais a frente, depois de passar este período inicial de “todo-poderoso”, vai cair em si - que por enquanto não esta com a bola toda, embora mereça ser enaltecida sua dedicação ao cargo: as seis da matina já está em pé e raramente vai dormir antes da meia noite. E o blog? É muito bom, né? Mas o problema é que político que fala muito, acaba dando bom dia a cavalo...