Domingo, 31 de outubro de 2010 - 19h50
Com uma larga vantagem sobre o oponente – mais de 125 mil votos mil votos – o tocantinense Confúcio Ayres de Moura (PMDB) foi eleito hoje o novo mandatário do estado, quase que triplicando a diferença cravada no primeiro turno sobre o atual governador João Cahulla (PPS).
Foram mais de 420 mil votos para o peemedebista. Cahulla, que acreditava na vitória ainda em primeiro turno, não chegou a somar 298 mil.
Casado, pai de duas filhas e avô de três netinhas, oriundo de uma família humilde, Confúcio que cresceu no sertão de Goiás e que migrou para o estado há mais de 30 anos, realiza um sonho, depois de ter sido nesta vida, coveiro, vendedor, militar, médico e poeta nas horas vagas: governar Rondônia.
No seu primeiro pronunciamento á imprensa em Ariquemes, onde acompanhou a divulgação dos numeros finais do TRE, Confúcio Moura fez um agradecimento especial aos aliados e falou da sua expectativa sobre um bom entendimento cordial com o atual governo já visando uma transição pacífica. “Espero que seja como ocorreu com Fernando Henrique e Lula, quando todas as portas foram abertas”, disse.
Bastante emocionado, o novo governador comemora a vitória esta noite com carreatas, ao lado de amigos e aliados que vieram festejar juntos de todo estado pelas avenidas centrais da sua cidade. Esta programado o seu pronunciamento oficial às 21 horas, no auditório da Associação Comercial e Industrial de Ariquemes.
A sofrida candidatura
A candidatura do ex-prefeito de Ariquemes ao governo do estado começou a ser desenhada na sua reeleição a prefeitura há quase dois anos, quando fez 73 por cento dos votos. Confúcio constatou naquela oportunidade o sentimento de Ariquemes e da região do Vale do Jamari, que jamais tinha elegido um governador (como já tinha ocorrido com Ji-Paraná e Rolim de Moura) e foi embalado por este mote que ele começou a montar sua postulação. Bem postado no Vale do Jamari e na Bacia Leiteira de Jaru, ele começaria sua decolagem.
Não foi fácil chegar à homologação do seu nome na convenção de junho. Existiam dois outros pré-candidatos no partido, os ex-prefeitos Sueli Aragão (Cacoal) e Melki Donadon (Vilhena). Para definição do candidato foram realizadas prévias que ele ganhou com ampla vantagem.
Mesmo assim parte do partido ainda queria uma composição com o PT, tendo o prefeito Roberto Sobrinho da capital como cabeça de chapa. Confúcio só conseguiria convencer a militância do partido da viabilidade da sua candidatura quando começou a crescer bem na capital. Com isso atraiu o apoio de grandes aliados ainda no primeiro turno, como o senador Acir Gurgcz (PDT-RO) e do ex-governador José Bianco (DEM), prefeito de Ji-Paraná.
Com a vitória no primeiro turno em 31 de outubro as portas ficaram escancaradas para a vitória neste segundo turno, com as adesões do PT e do PSB. Impulsionado como um foguete por uma coalizão suprapartidária, Confúcio Moura chega ao governo sinalizando com uma administração moderna e inovadora, como a que desenvolveu na sua amada Ariquemes.
Dilma, a primeira mulher presidente do Brasil
Luciana Lima, Agência Brasil, Brasília – Dilma Vana Rousseff, foi eleita hoje (31) presidente da República para o período de 2010 a 2014. Sem nunca ter disputado uma eleição, ela é a primeira mulher a chegar ao mais alto cargo do país. Economista, ex-ministra do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, de Minas e Energia e da Casa Civil, Dilma teve a eleição definida quando atingiu 55,43% dos votos válidos no segundo turno das eleições, ante 44,57% do candidato do PSDB, José Serra
Na campanha, Dilma destacou as conquistas dos dois mandatos do governo do presidente Lula, que a indicou para concorrer à Presidência. O seu mote de campanha foi a necessidade de o Brasil continuar crescendo na economia com inclusão social. A presidente eleita ressaltou que 28 milhões de pessoas deixaram a situação de miséria ao longo desses quase oito anos e prometeu trabalhar para erradicar definitivamente a pobreza no país.
No comando da Casa Civil, a presidente eleita conhecida por seu estilo durona, coordenou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), uma das principais marcas do governo Lula, com ações em praticamente todas as áreas, desde infraestrutura até segurança pública. Dilma também foi responsável pelo lançamento do programa Minha Casa, Minha Vida, de forte apelo social.
Mineira de nascimento, Dilma começou na política no movimento estudantil, em Belo Horizonte. Combateu a ditadura militar (1964-1985), o que a levou à prisão, onde foi torturada. Em liberdade, recomeçou a vida em Porto Alegre, ao lado do ex-deputado Carlos Araújo, com quem era casada à época. Na capital gaúcha, participou da fundação do PDT de Leonel Brizola. Em 2000, deixou a sigla, junto com alguns trabalhistas históricos, como o ex-prefeito de Porto Alegre Sereno Chaise, e se filiou ao PT.
Dilma nasceu em 14 de dezembro de 1947, em Belo Horizonte, em uma família de classe média alta. Filha da professora Dilma Jane Rousseff e do advogado Pedro Rousseff, um búlgaro naturalizado brasileiro com quem adquiriu o gosto pela leitura. De acordo com pessoas próximas, Dilma era uma devoradora de livros, tendo construído uma sólida formação intelectual. Até os 15 anos, estudou no tradicional Colégio Sion, atual Colégio Santa Doroteia, escola onde eram educadas as filhas da elite da capital mineira. Ao ingressar no ensino médio, passou para o Colégio Estadual, escola pública mista, mais liberal, onde surgiram muitos dos líderes da resistência à ditadura em Minas.
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