Domingo, 16 de dezembro de 2012 - 17h30
Ex-deputado federal e ex-senador, Expedito Junior, presidente regional do PSDB em Rondônia, vê com otimismo o renascimento tucano, que aposta na renovação de lideranças em todo o país, tendo como provável candidato a presidência o ex-governador mineiro, o senador Aécio Neves em 2014.
Casado com Val Ferreira, pai de dois filhos – Expedito Neto e Carol - com 48 anos de idade, nascido Guararapes, SP, residindo em Rondônia desde 82, Expedito é professor de matemática. Tem como base eleitoral o município Rolim de Moura e sua trajetória política foi iniciada como vereador e secretário de estado, já foi deputado federal por três mandatos e Senador da Republica.
Numa entrevista exclusiva ao Diário, o dirigente tucano lembrou que veio para cá no inicio dos anos 80, depois de assistir uma entrevista na televisão do então governador Teixeirão convidando o povo para vir desbravar Rondônia, que na época tinha conquistado a condição de estado. Veio de ônibus, numa viagem longa e cansativa. Confira seu depoimento:
– Qual é o balanço tucano, a partir dos resultados nas eleições municipais?
Expedito Júnior – O partido cresceu. Saímos de dois prefeitos para cinco prefeitos eleitos no estado em 2012. Elegemos vereadores em cidades como Jaru e em Rolim de Moura, temos o mais votado. Além dos prefeitos tucanos eleitos, comemoramos a eleição de vários aliados, como são os casos de Alex Testoni, do PSD, em Ouro Preto do Oeste, de Marinho da Caerd, do PV, em Machadinho, etc.
– E a atual situação do partido no estado?
Expedito Júnior – O partido esta bem organizado. Hoje temos um calendário de eleições a partir de março com a eleição dos diretórios municipais. Em abril teremos a eleição dos diretórios estadual e em junho, a eleição do diretório nacional. O partido esta organizado em 51 municípios rondonienses, faltando apenas Ministro Andreazza.
– Com relação aos planos para 2014?
Expedito Junior – Veja bem, o PSDB vem numa crescente. A eleição de Mariana Carvalho foi muito satisfatória, com gostinho de vitória. Entendo que o partido vai crescer muito agora com a campanha presidencial. Em Rondônia estamos renovando o partido, oxigenando os quadros partidários, vamos apresentar lideranças jovens em todas as áreas. O PSDB quer renovar, trazer a juventude, formar novos quadros.
– E no seu caso, que ficou inelegível, existe alguma possibilidade de concorrer em 2014?
Expedito Junior – Eu não tenho esta certeza que poderei ser candidato. Isso ainda vai depender de alguns entendimentos jurídicos, haja vista que existem dois entendimentos dispares no TSE. Meu futuro político vai depender desta decisão.
– Como avalia as chances tucanas para as eleições presidenciais com Aécio Neves para 2014?
Expedito Junior – Vejo com bons olhos porque é uma pessoa jovem, esta dando uma nova cara ao PSDB. Ele deve assumir o comando nacional a partir de junho e espero que acabe esta política do café com leite e o PSDB amplie seus horizontes. Eu disse isto no encontro nacional. O próprio FHC defende o partido atingindo mais a classe média.
– Como foi conviver com o desafeto Ivo Cassol no mesmo palanque nas eleições municipais?
Expedito Junior – Não foi fácil, né? Teve casos estranhos quando ele falava eu descia do palanque, quando ele discursava eu caia fora.
– Porque ocorrem tantas surpresas nas eleições rondonienses?
Expedito Junior – O estado de Rondônia ainda esta em formação no âmbito político e por conta disto surgem sempre novas lideranças, tanto na esfera municipalista como em termos estaduais.
– Os adversários gostam de dizer que o Sr. gosta de apunhalar os aliados e governadores...
Expedito Junior – Não é verdade e meu histórico prova. Em 86 fui candidato a federal e apoiei Jerônimo, coerentemente. Em 90 apoiei Orestes Muniz, candidato do Bengala. Em 94 segui o candidato de Piana, que foi o Chiquilito. Fui leal. E em 98, o candidato era o Bianco e nós construímos esta candidatura juntos.
– Mais recentemente o Cassol lhe apunhalou, mas no caso do Bianco em 2002?
Expedito Junior – Em 2002 surgiu a candidatura do Cassol que foi construída no gabinete do então Secretário de Planejamento Arnaldo Bianco, irmão do governador Bianco. Ele entendia que o Bianco só ia para o segundo turno se tivesse seis candidatos ou mais para fragmentar a votação. Ele estava certo, só que ele errou ao subestimar a candidatura do Ivo, naquele momento o nome do Ivo se transformou na renovação e acabou ganhando. Em 2010, na verdade, o apunhalado fui eu. Ivo foi ingrato e apoiou Cahulla e deu no que deu.
– Qual é sua avaliação do governo Confúcio Moura?
Expedito Junior – O governador Confúcio é um homem sério, esta passando por um momento difícil porque temos pela frente uma crise nacional. Vários governadores estão em situações mais aflitivas, é uma crise na verdade, mundial. No Brasil mais de 3 mil prefeitos vão ficar com a ficha suja por conta da situação, com queda da receita estadual, do FPM, etc. Tenho amigos governadores que estão hoje em piores condições como em Alagoas e Roraima com folha de pagamentos atrasadas. Confúcio é maior do que o PMDB, que o governo dele. Acredito que no ano que vem fará um grande governo, Ele deve investir mais de R$ 1 bilhão no estado em infraestrutura.
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