Quinta-feira, 2 de junho de 2011 - 06h00
Crise se alastra
A crise entre a Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia-Caerd e os municípios do estado se alastra e tende se agravar depois que o prefeito de Ji-Paraná José Bianco se recusou a assinar o termo de concessão. O alcaide falou na lata dos dirigentes da estatal que eles não têm sequer retroescavadeira para solucionar problemas de canos estourados nas cidades.
A desmoralização
A Caerd nem pode reclamar de Bianco porque foi ele ainda como governador na década passada que salvou a companhia da falência promovendo uma gestão compartilhada com o funcionalismo. No entanto, mesmo com avanços e a economia de guerra praticada nos governos sucedâneos, a companhia não conseguiu se viabilizar.
Uma discussão
Como Bianco, os prefeitos de tantos outros municípios, que em três décadas não viram um cano de esgoto instalado em suas cidades duvidam da capacidade da estatal para gerir rede de esgoto. Os administradores querem aprofundar a discussão em audiências públicas e, constatar, preto no branco, se a estatal possui condições de assumir as obras nos municípios.
Corpo fora
Com a crise se instalando, os deputados estaduais que tinham marcado audiência pública para discutir o impasse entre a Caerd X Municípios caíram fora da jogada e adiaram a sessão pública que estava marcada para ontem, quarta-feira. A nova audiência não tem nem data marcada.
Uma posição
Omissa quanto ao afastamento do vereador condenado por estupro – poderia afastá-lo até por uma questão de falta de decôro – a Câmara Municipal de Porto Velho finalmente se posicionou com relação ao escândalo da compra de remédios na saúde do município. Uma comissão vai investigar (?) os desmandos de Willians Pimentel e cia.
Finalmente...
Uma explosão
A construção das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, além de causar enormes demandas sociais reprimidas em saúde, segurança e abastecimento de água, ocasionou um trânsito violento e mais recentemente um verdadeiro boom de natalidade. Haja bebês em Porto Velho!. São as primeiras heranças das usinas.
Filhos das usinas
Temos centenas de adolescentes grávidas e com os filhos nascendo abandonados, sem pais. São os “filhos das hidrelétricas”. As mães recorrem na justiça – já são quase umas 1000 – na busca de pensão alimentícia. E muitos operários que deixaram companheiras grávidas já deram no pé. A questão é delicada.
Com foguetório
Recebidas com foguetório e saudadas pelos políticos como a redenção de Rondônia, o município de Porto Velho vai pagando o pato pela “honra”(?) de receber as hidrelétricas, com um dos mais elevados custo de vida do país. Não houve planejamento para se receber a construção das usinas, como também não existe planejamento para enfrentar a situação pós-usinas. Fim da picada.
Do Cotidiano
A escravidão urbana
Desmatamento, extermínio de índios e combates sangrentos pela posse da terra são assuntos diários para a exploração da mídia internacional a respeito do Brasil, onde os raros elogios ficam na obediência aos conselhos do FMI, no primarismo exportador e a submissão do País aos especuladores internacionais.
A essas denúncias diárias agora vêm se somar também às notícias sobre a descoberta de trabalho escravo nos chamados “grotões” e nas regiões canavieiras, no setor rural. Entretanto, nos últimos meses há uma nova frente de escravidão no Brasil, localizada no setor manufatureiro urbano que também contribui para piorar a imagem no País lá fora, até alimentando a tese do “subimperialismo” brasileiro na América do Sul.
O “subimperialismo”, segundo esse tese, seria o Brasil cumprir no continente o papel que os EUA já não conseguem mais exercer sem rejeição e protestos. Um dos primeiros testes dessa orientação seria a presença das tropas brasileiras no Haiti.
Já existe há longo tempo uma campanha contra o trabalho escravo no meio rural, mas os “empregadores” preferem ser apanhados a mudar de tática. As denúncias em torno desse tipo de escravidão rural tiveram um pico em 28 de janeiro, quando vários atos marcaram o Dia Nacional de Trabalho Escravo.
A data homenageia os auditores fiscais do trabalho Erastóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, e o motorista Ailton Pereira de Oliveira, assassinados nesse mesmo dia em 2004, durante fiscalização na zona rural de Unaí (MG).
Desta vez, no entanto, além de se constatar a ampliação dos casos apurados de escravidão rural, até por conta do aprimoramento da ação repressiva, evidenciaram-se vários casos de escravidão urbana, dos quais os mais salientes estão vinculados à exploração ilegal de mão-de-obra boliviana no setor de vestuário.
Um dos casos que recebeu maior cobertura da imprensa foi o de uma rede de costuras de blusas da coleção Outono-Inverno da Argonaut, marca jovem da centenária rede varejista Pernambucanas.
Em uma discreta residência localizada em uma rua tranquila da Zona Norte da capital paulista, sem levantar suspeitas, 16 pessoas vindas da Bolívia viviam e eram explorados em condições de escravidão contemporânea na fabricação de roupas para a conhecida rede de lojas.
Via Direta
*** A ALE-RO segue sua interiorização com audiência publica em Costa Marques no final de semana *** Em lua de mel com os prefeitos o governador Confúcio Moura liberou mais recursos para o Fitha *** O PSD já está em condições de regularização em Rondônia. Cumpriu todas as exigências perante o TRE.