Sexta-feira, 27 de junho de 2014 - 05h03
Numa entrevista exclusiva ao Diário, na série destinada a sabatinar os pré-candidatos ao governo de Rondônia, o deputado estadual Maurão de Carvalho (PP-Ministro Andreazza) anunciou que se for traído (NR: seu grupo político tem dois candidatos, ele e a empresária Jaqueline Cassol) nas convenções deste final de semana, abandonará a carreira política. “Como postulante ao governo liberei minhas bases para outros candidatos a deputado estadual e novos nomes também estão surgindo porque foram estimulados por nossa iniciativa. No caso de não ser homologado vou honrar a minha palavra de apoio a todos eles, honrar os fios do bigode”, asseverou.
Com 48 anos de idade, nascido em Tuneiras do Oeste (Paraná), casado, pai de três filhas, avô da netinha Sofia, de um ano, Maurão mora em Rondônia desde os sete anos quando seu pai se transferiu para o antigo Território Federal em busca de numa nova vida. Começou a trabalhar ainda criança na região de Nova Brasília (hoje Ministro Andreazza), foi garçon em Cacoal e se firmou como comerciante e pecuarista. Antes de ser eleito deputado estadual – está na quarta legislatura – ele foi prefeito de Ministro Andreazza e seguiu na carreira política como presidente estadual do PP em dois mandatos e hoje é vice-presidente da Assembléia Legislativa do estado.
Da roça, de onde saiu para ser prefeito, Maurão teve uma trajetória de muito trabalho depois como auxiliar de mecânico e foi como comerciante que surgiu para a vida publica obtendo seu primeiro mandato como prefeito. Confira sua entrevista, abaixo:
Diário – Relate como foi o inicio da sua carreira política.
Maurão - Foi através do comércio, numa cerealista, em Ministro Andreazza. Tinha boa relação com meus clientes. Fui crescendo e me tornei um dos maiores compradores de café e cereais da região. Entrei no PTB em 91 e em 92 fui eleito o primeiro prefeito de Ministro Andreazza. Elegi meu sucessor em 96 e em 98 fui eleito deputado estadual e já estou no quarto mandato consecutivo. Minha principal base eleitoral hoje é Porto Velho, onde resido há 16 anos.
Diário – O grupo político que o Sr. pertence esta rachado e com dois candidatos. Como espera resolver este problema e buscar a unidade das legendas cassolistas?
Maurão – Espero que o meu partido, o PP, consolide minha candidatura nas convenções. Já estou nesta sigla há pelo menos três mandatos, fui presidente estadual em duas oportunidades e acredito que minha agremiação não me faltará e dará sustentação a minha candidatura. O próprio presidente da legenda, o senador Ivo Cassol me prometeu apoio, ainda no ano passado. Temos várias testemunhas desta atitude, que aconteceu em 8 de novembro, no município de Cerejeiras.
Diário – No entanto, o grupo liderado pelo senador Cassol tem dois candidatos, sendo a outra alternativa a irmã do ex-governador Juqueline. No caso do Sr. ser reprovado nas convenções qual será seu destino político?
Maurão – Não mantendo minha candidatura ao governo vou encerrar minha carreira política. Inicialmente minha intenção era disputar a reeleição e pleitear depois a presidência da Assembléia Legislativa, mas houve a promessa de apoio do senador Cassol e toda a situação mudou. Para me lançar pré-candidato assumi compromissos com outros deputados e com novos candidatos. Pretendo honrar minha palavra, os fios do bigode, da mesma forma que minha expectativa é que Ivo Cassol honre sua palavra de apoio comigo.
Diário – Rondônia esta entre os três estados com maior concentração de evangélicos no País. Como evangélico, espera ser beneficiado por esta condição?
Maurão – Tenho bases fortes em todo o povo cristão. Temos hoje alguns municípios no estado com mais da metade da população evangélica, como constatou o IBGE no último censo. Mas meu trabalho tem a ver com a população em geral, não pretendo ser eleito apenas por causa de religião
Diário – Com que partidos o Sr. espera contar para se eleger governador do estado nas eleições de outubro?
Maurão – A minha aliança inicial teria como eixo o PP, PR, PPS, PROS, PV, PSL, mas estamos conversando com vários outros, como PC do B e Democratas. O PTC, o PTN do Lebrão o PRP do Tucura e o próprio PT me procurou para discutir um acordo. Sendo homologado candidato espero uma aliança com 15 partidos, uma das maiores já vistas no estado.
Diário –Rondônia esta saindo do ciclo das usinas e do pós cheia e o desemprego começa a incomodar. Como parlamentar como vê esta situação e possíveis soluções sendo eleito ao governo.
Maurão- De fato, enfrentamos hoje uma outra situação. Acredito que a melhor forma de enfrentar o desemprego é atraindo indústrias, apoiando o ciclo da industrialização já que temos energia farta. Ao mesmo tempo em que precisamos atrair grandes, médias e pequenas empresas e apostar na vocação natural de Rondônia que é o agronegócio. A agricultura já responde por a 34 por cento do nosso PIB. Vem ai o ciclo da soja e do pescado. Enfim, outras alternativas para gerar emprego e renda.
Diário – Temos Porto Velho beirando os 500 mil habitantes e Rondônia ultrapassando os dois milhões. Mas temos a maioria dos municípios com problemas para fechar suas contas. É possível valorizar mais o municipalismo?
Maurão – Com certeza. O próximo governador deverá ser mais parceiro dos prefeitos. A maioria trabalha muito, mas arrecada pouco. Muitas vezes eles têm máquinas, mas não tem combustível. Vejo a necessidade de um novo pacto federativo que ajude melhor os estados e municípios. Hoje tudo se concentra na União.
Diário – Já existem definições quanto ao seu vice e no tocante a sua dobradinha ao Senado?
Maurão – Existem vários nomes cogitados para vice, como é o caso do deputado Luiz Claudio, um esteio na agricultura. Pretendo buscar um nome leve, sem manchas, que venha a somar com a minha candidatura. No tocante ao Senado, temos vários nomes em entendimentos, um deles sendo a empresária Ivone Cassol, ao meio de outros, como do deputado federal Carlos Magno, também do PP. Vamos buscar nomes representativos.
Diário – O final de semana é de convenções, qual é a palavra de ordem?
Maurão – Minha mensagem é de fé, de esperança. Tenho uma origem humilde, trabalhei duro para chegar onde estou. Nos tempos do território a gente caminhava até 40 quilômetros para chegar a nossas propriedades, então sei valorizar este estado. Convoco toda nossa militância para que se faça presente a convenção, transformando este evento numa demonstração de força e de unidade do PP e partidos aliados rumo a vitória em outubro.
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