Sábado, 19 de março de 2011 - 07h57
Com destaque
Os atos de vandalismos em Jirau, os assaltos ocorridos no posto do Bradesco e na loja de celulares, mais as dezenas de roubos nos arrastões ocorridos nos alojamentos da empreiteira Camargo Correia, que culminaram com os incêndios ocorridos por lá, ganharam os noticiários do Brasil e do mundo. Foram três dias seguidos de barbárie.
Ecos da barbárie
Antes da briga entre um motorista e um operário, ou o fato de um PM ter castigado um vândalo, ou até uma pauta de reivindicações salariais, a barbárie ocorrida em Jirau já tinha todos os ingredientes para um coquetel explosivo. Foi constatado que ao meio da rebelião, tinha desde presidiários foragidos de Porto Velho até foras da lei egressos de outros estados.
Se coçando
Com um quadro amplamente favorável em virtude do racha petista, do PMDB que começa a ser alvo de rejeição na capital e do candidato dos cassolistas Ivan da Saga, que ainda é um desconhecido nos meios políticos, o deputado federal Mauro Nazif (PSB) já é conclamado nas ruas para assumir sua candidatura a prefeito.
Auxilio moradia
Foi por iniciativa governista a retirada da pauta na ALE-RO o projeto de lei que concedia o auxilio moradia de R$ 4.000,00 para o secretariado estadual. O desgaste foi grande porque o funcionalismo já acusava a atual gestão de conceder um aumento disfarçado para o primeiro escalão, esquecendo da massa dos servidores.
Em defesa
O líder do governo no parlamento estadual, Edson Martins defendeu a proposta emanada do Executivo que concedia o reajuste. Segundo ele, os secretários precisam viver com dignidade e o preço do aluguel é muito alto na capital. Lembrou ainda que os demais poderes também são beneficiados com a medida. Em tempo: O STF considerou o auxilio ilegal também para os promotores.
Mais paternidades...
No Acre, o ex-governador Jorge Viana, hoje senador, se proclamou como líder das bancadas do Acre e Rondônia na luta pela ponte sobre o Rio Madeira na altura do Abunã e na restauração da rodovia 364 que se prolonga até Cruzeiro do Sul. O apoio é bem vindo, mas só faltava esta: os acreanos disputando paternidade nas obras rondonienses...
Porteiras fechadas
A idéia do governador Confúcio Moura ao não ceder aos partidos políticos às nomeações das secretarias “de porteiras fechadas” tinha como propósito evitar maracutaias, já que os nomeados eram de partidos diferentes e qualquer coisa errada vazaria rapidamente. Mas a coisa degringolou: Alguns secretários e adjuntos já viraram até inimigos.
Trocando bicadas
Neste final de semana, em vários municípios o PSDB realiza convenções simultaneamente com os diretórios nacional e estadual. E em alguns deles os tucanos estão trocando bicadas, como é o caso de Vilhena, onde a “oposição” quer arrancar do poleiro o veterano Chico Sartori, ex-senador tampão. Os estilingues já estão prontos.
Do Cotidiano
Âncora pra crise
O Brasil é um dos países gigantes em extensão territorial. Apenas Rússia, Canadá, China e EUA apresentam territórios maiores. Não é incomum que por aqui haja muita coisa também grande além do território. É um dos maiores mercados internos do planeta, e isso tem sido uma âncora para resistir à crise. Mas também é um dos maiores em desigualdades sociais, entraves burocráticos, carga tributária e mortalidade infanto-juvenil.
Já tivemos o maior estádio do mundo (Maracanã), a maior hidrelétrica do mundo (Itaipu) e muitos ainda acreditam que o nosso é o melhor futebol do mundo. Até recentemente, tínhamos o justificado orgulho de contar com o Aquífero Guarani, o maior ou um dos maiores do mundo, dependendo do critério de avaliação, pois esse negócio de medir volume de água é tarefa complexa e demorada. E sequer tínhamos certeza dessa imensidão quando se anuncia que o Aquífero Amazônia (a reserva Alter do Chão) pode conter cerca de 86 mil quilômetros de água potável, com chances também de vir a ser considerado o maior do mundo.
Se, porém, serão necessários vários meses de estudos até chegar a uma definição mais precisa do volume de água oferecido pelo Aquífero Amazônia, para estímulo e orgulho ao caráter nacional, já está comprovado que o Brasil é, vergonhosamente, o maior do mundo em consumo de agrotóxicos.
Na última safra, o País consumiu ao redor de 700 milhões de litros de veneno, aplicados em 50 milhões de hectares, equivalente a 14 litros por hectares, que, desgraçadamente, vem a ser também a maior média do mundo.
Isto significa que as regiões produtoras de soja são aquelas que mais sofrerão com suas consequências, uma vez que os agrotóxicos são produzidos a partir de petróleo e de químicos não degradáveis. Depois de aplicados, eles permanecem na natureza, matando a biodiversidade.
Além de afetar a fertilidade natural do solo, contaminam o lençol freático e a qualidade das águas da chuva: os venenos secantes evaporam para a atmosfera e depois regressam com a chuva. Afetam também a qualidade dos alimentos, que quando ingeridos sistematicamente podem causar destruição das células e resultar em câncer.
Com justo orgulho podemos afirmar que temos no conjunto dos nossos aquíferos as maiores reservas de água doce do mundo.
Via Direta
*** Com 31,6 por cento, a região Norte, continua liderando o ranking nacional das notificações de casos de dengue *** E os estados do AM, AC, RJ, PR E MG continuam na ponteira da incidência *** Influenciados pela barbárie em Jirau, quase que os operários de Santo Antônio transformaram seus canteiros em praça de guerra ontem.