Quarta-feira, 8 de outubro de 2014 - 05h05
Pagando o pato
Ao meio das eleições, quase não teve repercussão a decisão do Ministério da Justiça em lotar um avião com os piores detentos de Florianópolis – aqueles que mandaram incendiar ônibus, atacar box da PM etc -, para a Penitenciária Federal de Porto Velho. Rondônia paga o pato mais uma vez: em cada crise de segurança que explode no sul do País, no sudeste ou até mesmo no Nordeste, é para cá que são encaminhados os facínoras mais perigosos do Brasil, sejam oriundos do tráfico de drogas, de assaltos a bancos, de jogos de azar, do crime de colarinho branco, os piores passaram por aqui, desde Max Dourado a Fernandinho-Beira Mar.
É importante ressaltar que a cada manada de presos encaminhada para cá logo em seguida vem os reflexos, porque pinta o efeito “rastro atrás” da bandidagem com a chegada de familiares, advogados e comparsas se instalando por aqui. Na falta do que fazer, os comparsas aproveitam a estadia por aqui assaltando caixas eletrônicos, aumentando o índice de saidinhas nos bancos, entre outros malfeitos.
O que parece é que o governo brasileiro construiu uma penitenciária de segurança máxima na Amazônia para ser utilizada como uma espécie de penico das tensões sociais do sul maravilha. Enfim, que a bandidagem lá dentro não transforme aqui fora num inferno, como ocorreu em Santa Catarina.
O chororô
Foi grande o chororô dos perdedores nas eleições de domingo e poucos assumiram suas culpas e responsabilidades pelo insucesso. De governador a deputado estadual as desculpas pelo insucesso nas urnas foram das mais variadas. Expedito, que era favorito, buscou culpados para tentar motivar a sua militância, pega de surpresa com a reviravolta.
Segundo turno
O segundo turno já começou com as entrevistas coletivas dos candidatos Confúcio, o vencedor, e Expedito, o derrotado, ontem pela manhã para falar dos seus projetos. Em curva ascendente, o governador leva vantagem na segunda etapa, mesmo porque já esteve até 12 pontos atrás do adversário, virou a coisa e foi beneficiado pelo efeito manada dos indecisos.
A renovação
O deputado Lebrão, reeleito como o terceiro mais votado nas eleições de domingo fez questão de agradecer os votos que recebeu e os esforços de sua equipe. Ele enfatizou a importância da renovação do Poder Legislativo, que foi em torno de 55 por cento e aproveitou para dar as boas vindas aos novos eleitos. “È importante a união de todos, novos e veteranos em torno de bandeiras comuns”, disse.
Dança dos caciques
As eleições de 2014 marcaram o fim das carreiras políticas de caciques importantes na história política do estado. Amir Lando, já foi ministro e liderança de projeção nacional, José Bianco, de deputado estadual e presidente da ALE a senador e governador; Ernandes Amorim deputado estadual, federal, prefeito e senador. Tantos outros se foram, mas alguns foram reabilitados pelas urnas como a ex-prefeita Lucia Tereza.
Poder feminino
Emergiam das urnas três deputadas estaduais, Glaucioni Nery (Cacoal), Lucia Tereza (Espigão do Oeste) e Rosangela Donadon (Vilhena) e duas deputadas federais, Marinha Raupp – a abelha rainha da política rondoniense com o sexto mandato consecutivo – e a liderança emergente Mariana Carvalho, da capital. Aliás, a última já dando pinta de favorita para a sucessão de Mauro Nazif
Via Direta
*** O deputado federal Moreira Mendes e seu filho Dr. Guilherme Erse estão mais firmes do que nunca com Expedito Junior no segundo turno, ao contrário do propalado nos bastidores *** Na corrida pelas alianças para o segundo turno, o governador Confúcio Moura faz as suas costuras no interior *** Começa a temporada de chuvas, péssimo para a honorabilidade das mães dos prefeitos rondonienses...
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