Quinta-feira, 14 de outubro de 2010 - 06h16
O pior pesadelo
Se os cassolistas saíram das eleições de 3 de outubro abismados com o resultado e lambendo as feridas pela derrota de João Cahulla, que se prepararem para o pior pesadelo dia 31: as tropas oposicionistas acamparam na capital e o que se vê é a onda confucionista se espalhando ainda mais pelos bairros. È coisa de 3 x 1.
Bençãos às avessas
As previsões metereológicas para a campanha de Cahulla são das piores possíveis, caro leitor. Tempestade de votos pra Moura em Porto Velho, ciclone no Vale do Jamari, Tsunami na região central. Até fica parecendo que aquele famoso missionário que foi abençoar a eleição dos cassolistas naquele monumental encontro em Rolim de Moura celebrou bênçãos às avessas para a turma da situação.
A fidelidade
Mas ainda se observa uma certa fidelidade no cassolismo. Nas regiões ribeirinhas e no meio rural, Ivo Cassol mantém elevados índices de popularidade, tanto é verdade que foi o segundo senador mais votado, com mais que o dobro da votação do seu ungido chapa-branca ao governo. Ocorre que Ivo não esta consegindo transformar seu prestígio em votos para seu pupilo
Sobrinho retaliado?
O prefeito de Porto Velho Roberto Sobrinho (PT) foi rebaixado dentro da hierarquia da campanha da presidenciável Dilma Roussef em Rondônia para a segunda divisão. De coordenador geral da campanha no primeiro turno, agora ele virou sub de um departamento qualquer na organização estadual. O deputado federal Eduardo Valverde tomou a coordenação da campanha de Dilma goela abaixo.
Reforços garantidos
O deputado estadual Jesualdo Pires (PSB-Ji-Paraná), o mais votado do interior de Rondônia – beirando os vinte mil sufrágios – é mais um reforço importante à campanha de Confúcio Moura no segundo turno. Tanto ele, como Mauro Nazif, presidente regional do PSB, o deputado federal mais votado na capital reforçam a grande aliança.
Apoio do PHS
Depois de “analisar” a conjuntura política regional, o PHS de Melki Donadon e Herbert Lins Albuquerque, que caminhou junto com o governador João Cahulla (PPS) no primeiro turno, também debandou das hostes situacionistas para o segundo turno, diante de uma vitória tão expressiva das forças da oposição. O partido da abelhinha reclama que foi maltratado por Cassol no primeiro turno.
Cristã recatada?
Ao visitar o Santuário de Aparecida, a presidenciável e “romeira” petista Dilma Roussef afirmou que não queria destaque ao episódio, pois era uma cristã recatada. Mas porque então levou a imprensa junto?Afinal ela avisou as rádios, jornais e televisão. Dilma, agora quer projetar uma imagem cristã. Aliás, Serra também. Arre, afinal qual é a verdadeira face dos nossos presidenciáveis?
Líder conservador?
Assim como Dilma quer exibir uma porção cristã desconhecida ao mundo, José Serra quer projetar uma imagem mais conservadora para atrair os votos dos evangélicos e das lideranças carismáticas da igreja católica. Ele se diz católico, mas nunca foi visto nos últimos anos nas missas; se manifesta contra o aborto, mas como Ministro da Saúde tratou foi de facilitar as coisas.
Aposta de Ivo
O ex-governador e senador eleito Ivo Cassol, o grande articulador governista, aposta todas suas fichas na eleição do deputado estadual Valter Araújo (PTB -Porto Velho) á presidente da Assembléia Legislativa. Algumas reuniões já foram feitas com deputados eleitos e reeleitos e na contagem inicial dos governistas Araújo já começa a peleja com o apoio de oito parlamentares.
Do Cotidiano
Uma fábrica de votos
Intensamente debatido, o programa Bolsa Família foi recomendado por um ideólogo do neoliberalismo, Albert Hirschman, ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em sua posse. Programa Municipal experimental em Campinas, foi adotado pelo governo federal na forma do Bolsa Escola, depois transformado em Bolsa Família. Para o governo, é uma fábrica de votos. Para a oposição, um inimigo a combater. Mas enquanto a BF é amplamente discutida, amada e detestada, fica oculto um tema que não parece motivar o menor interesse dos governantes, parlamentares e juristas: o “Bolsa Imposto” – ou seja, a pesadíssima carga tributária brasileira, uma das piores do mundo, que incide mais sobre os pobres.
Os brasileiros com renda de até dois salários mínimos mensais precisaram trabalhar 197 dias no ano passado para pagar seus impostos. Quem recebeu mais de 30 salários mínimos também contribuiu forte, mas precisou de 106 dias para honrar os compromissos com tributos. No fim das contas, quase a metade do que os pobres pagaram.
No entanto, a propaganda que chega aos pobres é que eles estão sendo socorridos pelos governos. Jamais se dirá na TV ou em comícios que os políticos estão “garfando” dinheiro dos pobres e o entregando aos trens da alegria, às múltiplas atividades que enriquecem as empreiteiras, prestadores de serviços terceirizados à administração, mesmo que não se toque em corrupção, fraudes e mau uso do erário.
Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), organismo do governo federal, os 10% mais pobres do País gastam 33% do que recebem para pagar tributos, enquanto os mais ricos destinam 23% da renda. Com base na carga tributária de 2008, o estudo mostra que esse desequilíbrio histórico da economia vem aumentando e está longe de ser resolvido.
De 2004 para 2008, o comprometimento da renda com o pagamento de tributos dos brasileiros aumentou mais para os pobres, crescendo a distância que separa dos brasileiros mais ricos. No ano passado, estima o Ipea, as famílias com renda de até dois salários mínimos comprometeram 53,9% de tudo que ganharam com o pagamento de impostos. Em 2004, essas famílias gastavam 48,8%. Um salto de quase cinco pontos percentuais em apenas quatro anos Já para as famílias mais ricas, o peso dos tributos sobre a renda cresceu menos: subiu no período de 26,3% para 29%.
Via Direta
*** O governador João Cahulla (PPS) tem novos marqueteiros – e de boa procedência – para a batalha do segundo turno *** Comenta-se que se trata da turma do governador eleito de Minas Gerais, o tucano Anastasia, que virou em cima de Hélio Costa ***Trocando de saco para mala: com a área de saúde em colapso multiplica-se a remessa de pacientes rondonienses com câncer para outros estados.
Fonte: Carlos Sperança - csperanca@enter-net.com.br
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