Quinta-feira, 28 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Carlos Sperança

Rondônia em conflito


Brasil paralisado

Os políticos mentem a maior parte do tempo ou tempo todo. Alguns dias depois da visita do ministro das Cidades Gilberto Kasseb falando em obras para Rondônia, a presidente Dilma Roussef prepara com suas mãos de tesoura expressivo contingenciamento de recursos no orçamento da União. A grita é geral nos estados e naqueles com representação menos expressiva as canetadas serão agudas.

Pensando no umbigo rondoniense, eis que muita coisa pode ir para o espaço. Desde o blábláblá da ponte binacional em Guajará Mirim, a extensão da Ferrovia Transcontinental, a duplicação da BR 364 em alguns pólos regionais, anéis viários (na capital se chama de Contorno Norte), Usina de Tabajara, entre tantas outras. Uma obra que pode escapar – e que esta andando muito rápido – é a ponte do Rio Madeira na altura do Abunã sob severo acompanhamento do governo do estado do Acre, da Assembléia Legislativa acriana e da bancada federal acriana, mais interessada naquela melhoria do que os rondonienses.

É o Brasil paralisando e  padecendo com queda de consumo e o desemprego em setores vitais da economia, como a construção civil e a automobilística.

A falta de transparência

O município de Porto Velho, como se sabe, padece com infra-estrutura desde os primórdios da corrida migratória. A coisa se agravou com a epopéia das usinas – a partir de 2008 - quando a cidade absorveu cerca de 100 mil pessoas, com impactos na saúde, na educação, na mobilidade urbana, abastecimento de água, esgoto, saneamento, etc. A grande verdade é que o poder púbico não consegue acompanhar o crescimento das demandas.

Agora, além de todas as carências, veio a tona que a municipalidade tirou nota zero em transparência. Logo na gestão do prefeito Mauro Nazif, que sempre foi um vereador transparente e igualmente teve o mesmo comportamento como deputado estadual e federal. Conclui-se que se foi bem assessorado quando ocupava aqueles cargos, não se pode dizer o mesmo agora.

Aliás, a gestão Nazif também pena em alguns quesitos, como combate as alagações e regularização fundiária. Mas a gestão merece certo desconto: arcou no peito e na raça, dentro das suas possibilidades, na recuperação da cidade pós-enchentes. Como se sabe, os recursos prometidos pelas esferas estaduais e federais foram minguados.     

Rondônia em conflito

Nas regiões de Machadinho do Oeste e Buritis se desenham conflitos sangrentos entre fazendeiros, posseiros e sem terra. Os colonos clamam por solução e titulação em Minas Novas, com a população da localidade ameaçada de expulsão daquelas terras causando um grave problema social. Na Ponta do Abunã, região de Extrema, o conflito pela terra opõe índios e fazendeiros.

Na semana passada a Assembléia Legislativa do estado entrou em ação na busca de soluções para os problemas agrários. Os representantes do Vale do Jamari, Alex Redano, Ezequiel Junior e Adelino Folador botaram a boca no trombone denunciando a situação aflitiva que ocorre naquela região, onde pode surgir um novo caso Corumbiara.

Na Ponta do Abuna, o deputado Jean de Oliveira liderou uma audiência pública na busca de solução do conflito dos produtores com os índios e a exemplo do que ocorre na Reserva Roosevelt a briga é entre os Índios com os garimpeiros que invadiram a reserva. Em todas as situações o que se vê é o poder público omisso. Será que nossas autoridades estão esperando novas matanças para agir?

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoQuinta-feira, 28 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Os clãs políticos rondonienses já formados e outros em criação já se preparam para as eleições de 2026

Os clãs políticos rondonienses já formados e outros em criação já se preparam para as eleições de 2026

Sem perdãoHá pessoas que se dizem cristãs, mas abrem caminho ao inferno ao ofender os semelhantes, esquecendo que uma das principais lições do crist

Dá pena de ver a situação a Av, 7 de setembro no centro antigo de Porto Velho

Dá pena de ver a situação a Av, 7 de setembro no centro antigo de Porto Velho

O jogo da Amazônia Em todo o mundo se tornou obrigatória a pergunta “e agora, com a eleição de Trump nos EUA?” Mao Tsé-tung disse que se os chinese

É bem provável que ocorra uma regionalização de candidaturas ao Palácio Rio Madeira

É bem provável que ocorra uma regionalização de candidaturas ao Palácio Rio Madeira

DesbranqueandoA jornalista brasileira Eliane Brum, descendente de italianos e filha de pai argentino nascida em Ijuí, Noroeste gaúcho, certo dia dec

A classe política está querendo antecipar o processo eleitoral de 2026

A classe política está querendo antecipar o processo eleitoral de 2026

Tartarugas humanasO desmatamento e a piora do clima causam prejuízos generalizados aos povos amazônicos. Os que mais assustam são as perdas na agri

Gente de Opinião Quinta-feira, 28 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)