Domingo, 27 de março de 2011 - 16h31
Madrugada de 17 de janeiro. Canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Jirau, a 120 quilômetros de Porto Velho, um obra com investimentos de R$ 13,9 bilhões, uma das maiores do governo brasileiro, iniciada no governo Lula. Um grupo de encapuzados, cuja origem ainda não está bem esclarecida – às suspeitas vão desde a lideranças sindicais a presidiários foragidos e traficantes) - inicia cenas de selvageria ateando fogo a alojamentos, assaltando agência bancária, saqueando o comércio e instalando o terror na selva. Tomados pelo pânico, operários se atiram as matas, fogem pelas estradas, num cenário de guerra (Assista, AQUI, Vídeo da Record News Rondônia).
Para evitar uma convulsão social na capital rondoniense, para onde marcharam os trabalhadores, onde temia-se uma onda de saques ao comércio e incêndios – que acabou não acontecendo – o consórcio Jirau realizou uma das maiores operações de resgate já realizadas no país.
Numa entrevista exclusiva a revista Istoé Dinheiro, neste final de semana, o presidente da empreiteira Camargo Correia, Antonio Miguel Marques revela que os custos da gigantesca operação retirada de milhares de operários - foram cerca de oito mil - do canteiro podem atingir a cifra de R$ 18 milhões. Foram usados 300 ônibus e oito aviões fretados para a grande diáspora dos trabalhadores barrageiros, numa tragédia sem precedentes na história da construção das hidrelétricas brasileiras.
A retirada dos operários em Rondônia foi considerada a maior operação de resgate já realizada pelo setor empresarial no país. Na entrevista o dirigente da empreiteira garante que em dois meses as obras serão retomadas.
Acredita-se ainda, com base em alguns depoimentos, que o estopim da crise em Jirau – além das falhas da seleção de operários, já que alguns foragidos do sistema penitenciários foram identificados ao meio dos trabalhadores - foram às medidas restritivas de segurança adotadas nos acampamentos e cercanias para a entrada de álcool, prostitutas e drogas nos canteiros.