Quarta-feira, 20 de janeiro de 2016 - 05h50
Uma campanha diferente
Pela mudança das regras eleitorais, pela redução do tempo nas emissoras de rádio e TV, teremos uma eleição a prefeito muito diferente daquelas que aconteceram nos últimos anos. Pergunta-se quem serão os beneficiados pelas alterações? Os prefeitos que estão no poder? Os seus opositores?
Neste ano pela primeira vez o limite de gastos será de definido pelo Tribunal Superior Eleitoral. Para se ter uma idéia da coisa, uma cidade como Curitiba, com cerca de 2 milhões de habitantes, uma campanha não poderá passar dos sete milhões a prefeito e R$ 400 mil vereador. É claro que alguns candidatos da oposição não gastarão nem 20 por cento do projetado, mesmo com um fundo partidário farto, liberado pela presidente Dilma Rousseff.
Acredita-se que com tudo isto, mais a proibição de doações das empresas terão uma campanha mais barata em Porto Velho. Geralmente quem esta no poder inflaciona mais, no entanto, quem esta no pódio agora, o prefeito Mauro Nazif é mão fechada em campanha. Lembro que no primeiro turno da eleição passada gastou bem menos do que os adversários Mário Português, Lindomar Garçon (o favorito) e Mariana Carvalho, pela ordem..
O mapa da violência
Os indicativos do Mapa da Violência de 2015 comprovam o que é verificado pela mídia nos últimos meses. A taxa de homicídios contra as mulheres tem crescido assustadoramente. Ao longo da década passou dos 21 por cento, apesar de todos os esforços, inclusive da Lei Maria da Penha que tem como propósito inibir as agressões contra as mulheres.
O Brasil atingiu um índice de 4,8 homicídios para cada 100 mil mulheres com idade acima de 10 anos e isto tornou o país o quinto em taxas de mortes violentas entre as 83 nações com estatísticas disponíveis na Organização Mundial da Saúde. Reduzir o feminicídio se transformou num dos maiores desafios do governo brasileiro.
Para se ter uma idéia desta triste situação, apenas em EL Salvador, Colômbia, Guatemala e a Rússia, ocorrem mais mortes violentas das mulheres.
Deve ser destacado ainda, que entre as vitimas, o assassinato de mulheres negras aumentou bem mais do que a média geral e o alarmante é que mais de 50 por cento dos crimes cometidos são perpetrados por parentes ou ex-parceiros. É deplorável.
Sinais de recuperação
Finalmente o prefeito Mauro Nazif (PSB) começa a dar os primeiros sinais de recuperação, para torná-lo em condições de pleitear a reeleição com boas chances. A situação lembra muito a trajetória do governador Confúcio Moura (PMDB) que ao meio do seu governo estava com elevadas taxas de rejeição quando ele mesmo dizia que se não melhorasse sequer seria candidato.
No quesito funcionalismo público – são quase 15mil – é onde Nazif tem sua melhor avaliação contra os adversários, inclusive contra atual favorita Mariana Carvalho (PSDB). Em bairros tradicionais como Liberdade, São João Bosco, Olaria, Eletronorte e nas regiões beneficiadas por drenagem e encascalhamento nas Zonas Sul e Leste, também se constatam claros sinais de recuperação.
Se no auge do inverno, com as alagações de praxe a coisa refrescou – a melhoria da drenagem amenizou um pouco a situação de sofrimento nesta temporada – Nazif poderá render bem mais partir de abril, na volta do verão. E em pelo menos dois quesitos que encaminharam a reeleição de Confúcio – pagamento em dia do funcionalismo e dos fornecedores mais a grande entrega de casas populares – o atual prefeito segue a risca.
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