Uma coluna sem papas na língua 01/04/09

Clima de guerra

Como índios se pintando para a guerra, os sindicalistas preparam uma baita manifestação para hoje – e nos próximos – contra a administração estadual, exigindo reposições salariais. Como sempre os palcos das concentrações serão a Assembléia Legislativa e as escadarias do Palácio Presidente Vargas. Pela movimentação de ontem, o chão vai tremer.

A revolta geral

O que aumentou a revolta do funcionalismo foi o reajuste de 25 por cento concedido pelo governador aos secretários (e a ele mesmo) na semana passada. Foi um rastilho de pólvora para uma explosão de insatisfação. Os sindicatos querem que o reajuste seja estendido a todas as categorias. O Palácio Presidente Vargas nega, alega crise e que o aumento em cascata arrasaria os cofres do tesouro estadual.

A Pérola do Mamoré

O município de Guajará Mirim, na fronteira com a Bolívia, que aspira ser uma nova Foz do Iguaçu, depois da construção da ponte internacional, se prepara para festejar 80 anos de emancipação política e administrativa. Dentro das festividades, estão várias inaugurações. Ex-reduto do PMDB, Guajará hoje é domínio dos cassolistas.

Todos indícios

Os indícios de que a senadora Fátima Cleide é realmente a candidata do PT ao governo do estado em 2010 vão se avolumando, Rondônia afora: 1 – As adesões prosperam das barrancas de Calama, a Serra do Touro, em Colorado 2 – Cassol e Expedito aonde vão largam à ripa na senadora 3 – Tem até deputado cassolboy, às escondidas, iniciando aproximação. 

Apelação começou

Na política, ninguém chuta cachorro morto, tampouco acende vela para defunto ruim. A senadora volta a crescer depois de um marasmo de quase dois anos. Por isso já tem até campanha contra ela, em desenvolvimento pelos adversários, no meio do eleitorado evangélico dando conta que ela é contra o rebanho, que despreza os evangélicos, que é a rainha dos gays, etc. A apelação já é grande.

Só petistas

A rivalidade entre petistas e cassolistas já está prejudicando a discussão de assuntos importantes, como ocorreu na audiência pública realizada na segunda-feira na Assembléia Legislativa que tratou da violência contra a mulher. Ao encontro só compareceram os deputados estaduais petistas, o federal petista Eduardo Valverde e a senadora Fátima Cleide. Nenhum parlamentar da base aliada do governo se fez presente. Ficou claramente caracterizada a sabotagem.

Novos cortes

A cada agravamento da crise, o governo Lula aumenta os cortes no orçamento da União. O último atinge seriamente os ministérios de Turismo e Esportes, mas não deixa de dar tesouradas nas pastas das Cidades e da Saúde. Desta vez, também as emendas parlamentares dos deputados federais e senadores foram depenadas, pelo tesouro nacional. Efeitos da crise.

Barrado no baile

Para barrar o ingresso do governador Ivo Cassol e seu grupo político no PSDB, o presidente regional contou o importante apoio do senador Arthur Virgílio (AM) e deputado federal José Aníbal (SP). A avaliação feita no alto tucanato foi de que o partido teria mais prejuízos do que ganhos, com a volta de quem já tinha sito expulso da agremiação.

Presente de grego

O petista Edson Silveira, apesar de ter alegado problemas de saúde, deixou a Empresa de Desenvolvimento Urbano –EMDUR, por causa de uma baita dívida para ser administrada. Sem recursos, e com a própria sede da autarquia alquebrada, Silveira optou por sair de fininho, sem reclamar. É bom cabrito. Não berrou...

Do Cotidiano

A transcocaineira

Inaugurada em 1.984, pelo presidente João Baptista Figueiredo, na era Teixeirão em Rondônia, a BR-364 que liga os estados do Acre e Rondônia ao sul do país acabou se transformando nos últimos dois anos no maior corredor de tráfico de cocaína do país.  Uma verdadeira rodovia “transcocaineira”, numa extensão de mais de três mil quilômetros, com ramais espalhados em Rio Branco, Porto Velho, Cacoal, Guajará Mirim, Costa Marques e Pimenteiras na fronteira com a Bolívia, e mais recentemente Humaitá (AM), numa conexão com a BR-319, a Porto Velho-Manaus.

Haja cocaína. Apenas, nestes primeiros três meses de 2009, a Polícia Federal aprendeu mais de uma tonelada de pó, num ritmo de colombização, para a região Norte do país. E foi na “Transcocaineira”, a espinha dorsal do narcotráfico, que foi registrado o maior volume de prisões.

A bem da verdade, o estado do Acre, tomou o lugar de Rondônia no ranking de estado exportador. Mas toda produção acreana, mais a cocaína adquirida nas fronteiras do Peru e Bolívia, acabam sendo transportadas pela BR-364, que corta todo o território rondoniense, num a extensão de mais de 1 mil quilômetros, da Ponta do Abunã à Vilhena.

Com tanta cocaína rolando em Rondônia – a dos nossos traficantes e mais a dos marginais acreanos – a criminalidade foi às alturas tanto na capital rondoniense como nos principais pólos regionais, como Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena. A própria Rio Branco, no Acre, se transformou num inferno: lá, como em Rondônia, quase 70 por cento dos roubos, assaltos, homicídios são relacionados às drogas.

Os presídios rondonienses estão apinhados de traficantes, seja na capital rondoniense, ou nos principais municípios, esta casta de bandidos é majoritária. Aumenta também a participação feminina no tráfico em Rondônia/Acre, ao longo da   rodovia. Dezenas de bebês já estão nascendo nos presídios, de mães traficantes.

Para combater tanto traficante, a Polícia Federal investe em recursos humanos e mais armamento. Além de apertar o cerco na BR-364, é imperativo vigiar nossas fronteiras com lanchas bem equipadas. Igualmente é necessário reforçar a patrulha escolar nos estabelecimentos de ensino, já que os traficantes estão à espreita. O desafio é realmente grande e, para que a batalha contra o pó seja vencida, torna-se necessário uma coalizão de forças entre as polícias federal, civil, militar e rodoviária.

Via Direta

*** O Complexo Penitenciário Urso Panda também já está apinhado de detentos, como uma lata de sardinha *** As autoridades já não sabem onde colocar quem for preso a partir de agora, já que o Urso Branco sofre interdição *** Quem diria, prefeitura e Câmara de Porto Velho já trocam notas oficiais por causa da agressão à vereadora Elis Regina.

Fonte: Carlos Sperança / www.gentedeopinião  / www.opiniãotv.com.br
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