Sábado, 3 de julho de 2010 - 07h17
Eleições 2010
A três meses das eleições de outubro, finalmente ficou definido o quadro de candidaturas ao governo do estado. Ao final das convenções permaneceram cinco candidatos: 1 – Confúcio Moura (PMDB-Ariquemes) 2 – Expedito Júnior (PSDB –Rolim de Moura) 3 – João Cahulla (PPS –Rolim de Moura) 4 – Eduardo Valverde (PT-Porto Velho) 5 – Marcos Sussuasuna (PSOL –Porto Velho).
Influência dos migrantes
Detentor de mais de dois terços do eleitorado, o pujante interior rondoniense tomou conta do poder desde 94. O interior é habitado majoritariamente por migrantes paranaenses, gaúchos, catarinenses, mineiros e capixabas, enquanto na capital, Porto Velho, predominam os rondonienses da gema, os migrantes paraenses, amazonenses, acreanos, com forte influência da migração nordestina, especialmente dos cearenses e paraibanos.
Capital X Interior
Desde 1994, quando Valdir Raupp galgou o Palácio Presidente Vargas, sede do governo estadual, que a capital não emplaca um governador. Já virou um tabu eleitoral. Ocorre que é enorme o bairrismo dos migrantes interioranos, que são sulistas e que fazem até campanha para votação nos candidatos locais. Nem campeões de votos de Porto Velho como Chiquilito Erse conseguiram romper esta barreira. Abaixo os pré-candidatos.
João Cahulla (PPS –Rolim de Moura)
O atual governador disputa a “reeleição”, depois de substituir Ivo Cassol. É o pré-candidato da coalizão denominada Frente Popular Progressista, que reúne vários partidos e tem como sua maior arma, o apoio do ex-governador que ainda é um dos políticos mais populares no estado. A legenda teve rachas pesados nos últimos meses pela indicação de vice o que só aconetceu no último dia de convenção com Tziu Jidaias.
Eduardo Valverde (PT –Porto Velho)
O petista Eduardo Valverde tem como fator propulsor na sua campanha o apoio do presidente Lula e do prefeito Roberto Sobrinho, o petista mais popular no estado. É uma candidatura que teve dificuldades em firmar alianças, mas ao final conseguiu atrair o PSB para uma composição, evitando o isolamento.
Expedito Júnior (PSDB- Rolim de Moura)
Abriu a jornada liderando a corrida sucessória. Foi o primeiro candidato a entrar em campanha. Além de pontear na sua base, as regiões do Café, Zona da Mata, e Médio Guaporé, ele tem um bom desempenho nas demais regiões. Na reta final das convenções perdeu fôlego com a debandada de quatro partidos, entre eles os Democratas e o PSB.
Confúcio Moura (PMDB -Ariquemes)
O ex-prefeito esta fazendo o dever de casa para galgar uma vaga ao segundo turno: Se posicionou bem nas regiões do Vale do Jamari e Bacia Leiteira e entrou com força no eleitorado de Porto Velho. No final das convenções foi o nome que mais agregou, ganhando o respaldo de lideranças do peso do ex-governador José Bianco e do senador Acir Gurgacz. Vice: Airton Gurgacz, do PDT.
Marcos Sussuarana (PSOL-Porto Velho)
O PSOL disputa o governo do estado pela segunda vez em Rondônia, desta vez com o professor Marcos Sussuarana, que tem base eleitoral na capital. Sua última experiência política foi em 2006 quando disputou o Senado, com fraco desempenho nas urnas e o lançamento do seu nome acabou rachando a legenda, mesmo aprovado pela maioria no Diretório Regional.
As alterações
Algumas reviravoltas marcaram a reta final das convenções. Tidos como possíveis candidatos ao governo, o senador Acir Gurgacz (PDT), optou por reforçar a Frente da Aliança de Confúcio Moura; o ex-prefeito de Vilhena Melki Donadon (PHS) resolveu disputar o Senado e a professora Rosangela Cipriano foi barrada no baile e acabou substituída no PSOL por Marcos Sussuarana.
Do Cotidiano
As grandes pelejas
Desde a criação do estado e as primeiras eleições gerais que a capital e o interior de Rondônia medem forças no campo político. Além da predominância interiorana, na eleição de mais governadores, ela se dá também, na eleição de mais senadores, deputados estaduais e até de presidentes da Assembléia Legislativa.
Competentes, os políticos caipiras, além de se manterem fortes em suas bases, acabam com o tempo firmando redutos também na capital, como foram os casos de Bianco, Raupp, Cassol, Acir, Confúcio, Expedito etc.
Com a força da maioria dos eleitores, o interior tem emplacado a maioria dos presidentes da Assembléia Legislativa. A rigor, apenas Oswaldo Piana e Amizael Silva, conseguiram a proeza de faturar o cobiçado cargo no parlamento estadual. Sidney Guerra (Jaru), Marcos Donadon (Vilhena), Silvernani Santos (Jaru), Natanael Silva (Ariquemes), Carlão de Oliveira (Alta Floresta), e atualmente Neodi Carlos (Machadinho do Oeste) representam o poderio na roça.
A maioria dos senadores eleitos, desde 82, galga Brasília através do interior. Claudionor Roriz, Galvão Modesto, Ronaldo Aragão, José Bianco, Ernandes Amorim, Expedito Junior, Valdir Raupp e Acir Gurgcz.
Na Assembléia Legislativa a disparidade é enorme. Mesmo com seus quase 280 mil eleitores, a capital conta com apenas cinco representantes, sendo os 19 restantes, todos com bases interioranas. O que chama atenção municípios pequenos garantindo representatividade nos últimos pleitos, casos de Ministro Andreazza, Cerejeiras, Presidente Médici, Alta Floresta, mais recentemente Machadinho do Oeste, Montenegro, Urupá e São Miguel do Guaporé.
A capital tem raras vitórias contra o interior. Numa delas, aconteceu na grande “Batalha do Rio Madeira”: Nos idos 80 o governador Jerônimo Santana, queria se transformar num JK amazônico e mudar a capital de Porto Velho e construir uma nova capital do interior. Graças às articulações de Amizael Silva, com o apoio de Silvernani Santos, que a coisa não vingou. No mais, os políticos da capital não têm derrotado os interioranos nem em campeonatos de cuspe a distância há duas décadas...
Via Direta
*** Firmadas as composições para as eleições de outubro, vamos ver se as alianças serão digeridas nas bases em Rondônia *** Petistas e socialistas num passado recente tiveram rivalidades tribais na capital e Democratas e peemedebistas, nos tempos do pefelê viviam as turras em todo estado *** Outra coisa estranha é misturar no mesmo balaio donadonlistas e cassolistas no Cone Sul...
Fonte: Carlos Sperança.
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