Quarta-feira, 4 de agosto de 2010 - 06h03
Cassol indeferido
Com o registro da candidatura do ex-governador Ivo Cassol (PPS) ao Senado indeferido – e junto toda sua chapa foi guilhotinada – no TRE, são previsíveis também os efeitos negativos desta medida perante a campanha do seu ungido João Cahulla na disputa ao Palácio Presidente Vargas. Como se sabe, Cassol é a grande muleta de apoio de Cahulla. Ivo ainda vai tentar reverter a cosia no Supremo.
A necessidade...
Não foi a toa que o tucano Expedito Junior, ainda líder na corrida sucessória em Rondônia, promoveu o relançamento da sua candidatura em Porto Velho, com caminhada e inauguração de comitê. Enquanto voava pelo interior afora, o pássaro da Zona da Mata acabou perdendo espaço no seu ninho da capital para o peemedebista Confúcio Moura e para o petista Eduardo Valverde.
...Faz o sapo pular!
Reconquistar o terreno perdido na capital é a palavra de ordem no tucanato. Mas não se pode atribuir à queda de Expedito em solo portovelhense apenas por ter dormido de touca. Tem a forte carga de rejeição do vice dos demitidos e o caso de Confúcio, que embalado pela vantagem no Vale do Jamari e na Bacia Leiteira, acampou na capital. Acrescente-se a campanha de Valverde, que avançou mais um pouco nos bairros.
Os dois lados...
A campanha petista tem duas faces em Porto Velho. A primeira é que a presidenciável Dilma Roussef já colocou larga diferença em cima de José Serra, o presidente Lula tem quase 80 por cento de aprovação, a campanha da senadora Fátima Cleide já deslanchou por aqui, beirando o topo, além de uma nominata de qualidade de candidatos a estadual e federal. Esse é o lado bem sucedido dos petistas.
...Da campanha petista
Mas de outro lado, o candidato ao governo do PT, Eduardo Valverde, mesmo com a performance de Lula, Dilma e Fátima Cleide, patina, e o Ibope mostrou, na sua última pesquisa, que a situação do petista não é nada boa. Ou Valverde reage nas próximas semanas, ou acabará devorado pelo voto útil na oposição, começando a se encaminhar para Confúcio Moura.
Aliança da Morte
A poderosa coligação PP/PTB e agregados, por ter muito tigre no mesmo capão, acabou sendo conhecida como o “grupo da morte”, tal o risco de disputar uma eleição com tantos medalhões. Mas com a decisão do TRE de vetar os registros das candidaturas de Ernandes Amorim e Jair Miotto, a coisa começou a refrescar para os candidatos considerados cabos eleitorais de luxo, como Lebrão.
Todos na torcida
Como na “aliança da morte” tem mais nomes a caminho da cassação de registro, entre eles o ex-prefeito de Porto Velho Carlinhos Camurça e o deputado estadual Maurão de Carvalho, os cabos eleitorais de luxo da coligação podem respirar aliviados. As chances aumentam consideravelmente para o baixo clero da coalizão governista.
Propostas de Cahulla
São elogiáveis as propostas do governador João Cahulla, a propósito da criação de uma guarda rural para combater os agrobandidos e de uma guarda escolar, como forma de proteger estudantes e professores dos traficantes em Rondônia. No entanto, porque Cahulla, que é governador, não toma logo estas providências, já que esta em pleno mandato?
Melki, comemora
O ex-prefeito de Vilhena, Melki Donadon (PHS) tem todos os motivos do mundo para comemorar seus 10 por cento de intenções de votos ao Senado, batendo em menos de 15 dias de campanha, seu rival do segmento evangélico, Agnaldo Muniz. Mesmo com fama de ficha suja e saindo por último na disputa ao Senado, não esta fazendo feio.
Do Cotidiano
Conflitos na fronteira
A renhida luta pela democracia nos países sul-americanos egressos de ditaduras militares, nos quais há conflitos entre as elites e os setores populares organizados em movimentos pela posse da terra, proteção do meio ambiente e defesa dos recursos nacionais, está produzindo crescentes tensões na América do Sul. Além disso, a militarização da Venezuela e a reativação da temível Quarta Frota dos EUA e a instalação de bases americanas na Colômbia obrigam o Brasil a inevitavelmente vigiar mais suas fronteiras e de forma especial o espaço aéreo.
Os cientistas fazem parte do esforço de dotar o Brasil de melhores recursos para exercer essa vigilância tão necessária. Pesquisadores da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (Feec) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) são os responsáveis pelo desenvolvimento tecnológico da antena que compõe um radar, fabricado pela empresa nacional Orbisat, com sede em Manaus.
Batizado de “Saber M-60”, sigla de Sistema de Acompanhamento de Alvos Aéreos por Emissão de Radiofreqüência, trata-se de um radar de pequenas dimensões utilizado para o monitoramento do espaço aéreo em baixas altitudes. A partir de um sistema de emissão de radiofreqüência, o equipamento identifica qualquer aeronave que se encontre em um raio de 60 quilômetros ou sobrevoe a antena em uma altura de até 5 mil metros. Por meio de um software também desenvolvido em parceria por pesquisadores da Unicamp, da Orbisat e do Centro Tecnológico do Exército (CTEx), o radar rastreia e fornece, em tempo real, a localização exata de até 40 alvos aéreos simultaneamente. Suas funções são semelhantes às de um radar de grande porte usado em aeroportos.
O software identifica as aeronaves observadas e define características como grau de ameaça, no caso de vôos clandestinos, facilitando a tomada de decisão do Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Sisdabra) da Força Aérea Brasileira (FAB). Os testes com o primeiro protótipo do radar, que é relativamente leve e pode ser transportado para qualquer ponto do País, foram realizados durante os Jogos Pan-Americanos, no Rio de Janeiro, onde ele auxiliou no monitoramento da chegada de competidores e chefes de Estado.
O valor de mercado do Saber M-60 é de cerca de R$ 3 milhões, custo que, segundo estimativa dos pesquisadores, equivale a aproximadamente 70% do valor de um equipamento similar importado.
Via Direta
*** O DEM se dividiu em Rondônia: o grupo de Bianco está com Confúcio Moura e a turma do ex-deputado estadual Silvernani Santos, com o governador João Cahulla *** A pequena Espigão do Oeste tem sete candidatos a Assembléia Legislativa*** Tanto divisionismo pode prejudicar a postulação de Lucia Tereza (PP), ex-deputada e ex-prefeita, maior força política local.
Fonte: Carlos Sperança - csperanca@enter-net.com.br
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