Uma coluna sem papas na língua 04/09/08

Rede de opiniões

Entrevistado pelo programa rede de opiniões, do jornalista Adão Gomes na terça-feira á noite, na telinha do SGC, o prefeito Roberto Sobrinho foi convincente e mostrou-se afiado para os eventuais debates. E mostrou que tem uma memória prodigiosa ao falar de suas obras pelos bairros da cidade, anunciando tantas outras para serem iniciadas.

Guarda Municipal

Com números, o petista exibiu os avanços na educação, na saúde e outros setores de atividades. Na área de segurança pública, revelou que age melhorando a iluminação pública, as praças e logradouros. É contra a implantação da Guarda Municipal – que é proposta dos seis candidatos da oposição – já que entende que isso é afeto a esfera estadual

A maldição

Até parece que existe uma maldição envolvendo a construção da ponte sobre no Rio madeira na BR 319 rodovia que liga Porto Velho ao Amazonas. No passado as denuncias de superfaturamento paralisaram as obras. Vamos ver se com nova licitação e a correção de rumos, o fantasma das irregularidades não volte à cena.

Projeto anterior

No projeto anterior a auditoria do Tribunal de Contas da União identificou planejamento inadequado e um sobrepreço de mais de 20 por cento. Como sempre os políticos e suas amigas empreiteiras estavam pulando cirandinha. Vamos torcer que não haja uma nova recaída...

As suspeições

O município de Candeias do Jamari foi o que teve o maior crescimento do eleitorado em Rondônia no último ano. Lá, existe suspeições que alguns candidatos abonados tenham transferido títulos de bairros periféricos de Porto Velho para se eleger. Será verdade? No passado já teve casos assim naquelas bandas.

Febre de emancipações

Alguns deputados estaduais rondonienses só estão no aguardo das definições das regras para a criação dos novos municípios para entrar com projetos. No Mato Grosso existem pelo menos 16 propostas já caminhando, em Rondônia serão mais 22 distritos pleiteando autonomia nos próximos dois anos.

A despedida?

O deputado estadual Alex Textoni, candidato a prefeito do PTN em Ouro Preto do Oeste fez um discurso em tom de despedida na Assembléia Legislativa neste início de semana, agradecendo seus pares, os funcionários e colaboradores. Agora, se não ganhar a eleição a coisa vai se transformar no maior vexame da história política estadual.

Jogo de estratégia

Daí, o caro leitor, também surpreendido, como eu, deve estar se perguntando, porque motivos o prefeito Sobrinho caminha para uma vitória em primeiro turno, com tantos candidatos na oposição para fragmentar o eleitorado? Além de uma boa performance administrativa, ocorreram graves erros de articulação nas bandas oposicionistas. O petista, por outro lado, tem executado um grande jogo de estratégia.

No campo inimigo

Durante toda a campanha o prefeito tem jogado no campo do adversário. Nos ninhos cassolistas – Ponta do Abunã e Zona Ribeirinha – ele encheu de obras e virou o jogo. O mesmo ocorreu em bairros da capital onde Lindomar Garçon tinha largado na frente, com apoio do governador, caso do Esperança da Comunidade.

Falta de rendimento

Para levar essa eleição para o segundo turno, todos os candidatos da oposição precisam melhorar de rendimento. Não apenas o candidato do governador, já que ninguém esta fazendo o dever de casa. A começar por Mauro Nazif, escalado de última hora para salvar a oposição e que ameaça afundar junto. Brito, Davi e Casara, igualmente precisam tomar mais vitamina.

Do Cotidiano

Os velhos costumes

A prática da política rasteira e até a compra de votos é um dos maus hábitos nos processos eleitorais rondonienses. Sabe-se, por exemplo, em Porto Velho, quem vai ganhar um pleito justamente por causa de velhos costumes: as missas encomendadas na imprensa pelos adversários. O favorito é caluniado, seus defeitos são aumentados geometricamente, como se o postulante a prefeito ou a governador fosse um monstro.

Vamos lembrar alguns casos: Em 94 Raupp levou pau a vontade e se elegeu, o mesmo ocorrendo com Bianco em 98 e Ivo Cassol em 2002.

Em alguns episódios aquele que foi vitima na eleição passada, passa a incorporar os maus hábitos do antecessor, e com recursos na mão, trata de desancar o adversário.

Com o poder na mão nas eleições de 2006, o governador Ivo Cassol não passou pelos tormentos de 2002, quando as apelações contra ele foram absurdas. Raupp comeu o pão que o diabo amassou em na sua gestão de 95 a 98 (sua administração foi sabotada pela oposição), o mesmo ocorrendo com Bianco eleito em 98, com seu governo.

Era praxe a oposição sabotar o governador de plantão. O PMDB sabotava Teixeirão, o PFL fez a mês a coisa com Jerônimo etc. A oposição estadual agiu contra o governador Ivo Cassol de 2003 a 2005, mas acabou se saindo mal com o episódio das fitas etc. A intenção era o impeachment, a cassação do mandato do governador.

Nesta temporada, falando-se das esferas políticas, constata-se que a bancada federal – majoritariamente oposicionista não age contra a administração estadual como historicamente acontecia. Tampouco a Assembléia Legislativa, já que lá o governador manda e não pede.

Mas nas eleições municipais a tendência nesta reta final é se jogar lama no prefeito Roberto Sobrinho porque ele ameaça ganhar o pleito em primeiro turno. Circula nos meios políticos que já teve casos de órgãos de imprensa que pediram dinheiro – altas somas – para não bombardear a municipalidade neste final de campanha. Como o petista não pagou, é bem provável que seja torpedeado mais a frente.

Chantagear os políticos não é novidade. Se não tiver defeito, se inventa, se pega no pé. A época preferida é a de eleição quando o candidato fica com medo de perder terreno, mas o que se vê no caso do prefeito petista é o que se afirma no populacho: ele é um osso duro de roer.

 
Via Direta

*** O ex-deputado federal Nilton "Sanguessuga" Capixaba assumiu o cargo de adjunto da Casa Civil *** É péssimo para a imagem de Rondônia*** Em Candeias do Jamari o pedetista professor Raimundo já ameaça Chico Pernambuco e Dinho Souza *** Dizem que o ex-prefeito Camurça, que construiu a Maternidade Municipal, anda tiririca com Roberto Sobrinho *** Queria ser lembrado pela obra agora considerada petista.

Fonte: Carlo Sperança/Gentedeopinião