Quarta-feira, 8 de outubro de 2008 - 06h04
Pano de fundo
Ao escolher Ji-Paraná, para participar da carreata da vitória do prefeito José Bianco (DEM), o governador Ivo Cassol já deu a primeira pista de aliança. O pano de fundo das eleições municipais já foi 2010. A dupla Bianco/Cassol vem aí, seja em dobradinha governo/Senado, ou ambos disputando o Senado. E já estão pulando cirandinha...
As comemorações
Sem poder festejar vitória na capital, onde seu candidato levou uma peia (o mesmo ocorreu com sua aliança em Cacoal), e em Rolim de Moura onde sua popularidade é rarefeita e seu ungido também levou pau, Cassol foi lamber as feridas das derrotas em Ouro Preto, Ji-Paraná e Vilhena, onde tinha motivos para comemorar, com as vitórias dos seus aliados.
Com lealdade
Sobre o governador é importante destacar sua lealdade com seus ungidos. Mesmo tendo pesquisas demolidoras (seu instituto nunca errou em Rondônia) contra Garçon na capital e Glaucioni em Cacoal ele deu a cara a tapa no horário gratuito e caiu junto, abraçado com os aliados. Também vale lembrar que coube a ele aquela estupenda virada em Vilhena em cima dos Donadons. Empenhou-se pessoalmente na coisa.
Pressões aumentam
Do lado do PT as pressões devem aumentar para que o prefeito Roberto Sobrinho assuma candidatura ao governo do estado. Com uma vitória brilhante, atingindo 120 mil votos na capital, já entraria na disputa com um pé no segundo turno, seja qual for o adversário. Prudente, o petista desconversa. Mas já não descarta a possibilidade...
Poder feminino
Em Rondônia o poder feminino diminuiu de tamanho nas eleições municipais. Miriam Donadon (PMDB) sequer concorreu em Colorado do Oeste, assim como a deputada estadual Daniela Amorim (PTB) desistiu da peleja em Ariquemes. No Brasil, foram eleitas quase 500 prefeitas nas eleições municipais de domingo.
A representatividade
Como Lucia Tereza de Espigão do Oeste e Sueli Aragão de Cacoal, também vão deixar seus postos, depois de cumprir dois mandatos consecutivos, e a prefeita Milene Mota (Rolim) foi derrotada, a representação feminina será bem reduzida a partir de 2009, mesmo porque a expectativa da eleição da ex-prefeita Inês Zanol (PSB) em Pimenta Bueno e Lurdinha do PT em Presidente Médici não se concretizou.
Mote copiado?
Ao comentar com amigos a performance do jovem candidato Davi Chiquilito Erse que chegou a terceiro lugar e puxou a eleição de dois candidatos a vereador para o PC do B, o prefeito Roberto Sobrinho se saiu com esta, bem humorado: "Ele me copiou. Em 2004 eu fui assim, quietinho, sem falar mal de ninguém e fui longe, né?”. Davi sai forte para estadual em 2010.
Com segundo turno
Dos 79 municípios com eleitorado acima de 200 mil eleitores e em condições de realizar eleições em dois turnos, apenas em 29 cidades a disputa foi arrastada para mais um turno. Na região Norte, Porto Velho e Rio Branco mostraram um PT em crescimento, enquanto que em Manaus as lideranças mais conservadoras vão se mantendo no poleiro.
Os fichas sujas
A gente festeja a renovação dos quadros na Câmara de Vereadores de Porto Velho, mas lembra que vem aí quase meia dúzia de fichas sujas, sejam filhos de personalidades corruptas que foram até presas ou ainda, o próprio dançarino da impunidade, incrivelmente o mais votado na capital. Pobre Porto Velho. Continuamos curva de rio.
Grande PC do B
Quero destacar o desempenho do PC do B nas urnas da capital, elegendo dois vereadores - e que já dão pistas que serão da base aliada do prefeito Roberto Sobrinho – e lembrar que o PMDB que tinha quatro vereadores, acabou ficando com dois. O PMDB é uma legenda fraca na capital e continua despencando. Salvou-se porque tinha Emerson Castro de vice de Sobrinho, para comemorar alguma coisa.
Do Cotidiano
Histórias de coronelismo
De Aluízio Ferreira, ao governador cowboi Ivo Cassol, o folclore político rondoniense, só tem gerado casos pitorescos. A cada década, surgem novas peripécias. Quem não lembra que nos tempos do território, o professor Jerzy Badocha, por causa da perseguição política, acabou desterrado para a então remota Costa Marques? No próprio Governo Jorge Teixeira, o então defensor público Tomás Correia acabou exilado lá pelas bandas da longínqua Amapá? Ou o falecido Teobaldo Monticello Viana, opositor a administração Piana, jogado lá para a região das Pedras Negras?
Fazer política em Rondônia, principalmente estando na oposição nunca foi fácil. Em Pimenta Bueno, o, cacique Vicente Homem Sobrinho, que foi prefeito e deputado estadual, era o dono do pedaço e agia de forma coronelesca. Quantos comícios do então deputado federal Jerônimo Santana, o Bengala, foram sabotados com ovos podres e até desligamento da energia, durante comícios de opositores?
O que dizer de Zuca Marcolino – lá da Região do Café - que foi um combativo deputado estadual que gostava de resolver suas pendengas no braço? Ou então o “afável” Edson Fidelis, que já foi deputado estadual e federal – diga-se de passagem, um parlamentar dos mais competentes que conheci - já foi um coronelzinho em Ji-Paraná, na região central: quantos candidatos concorrentes foram afastados no jogo bruto? E quantos comícios de desafetos acabam na escuridão?
Hoje, mais civilizado, Ernandes Amorim, o caudilho caipira, pode ser considerado até um sujeito polido, devotado à leitura e já sabe até apreciar uma obra de arte. Na década de 80, no entanto, agia como um bárbaro: resolvia suas pendengas com adversários a socos e pontapés.
Numa das maiores demonstrações de coronelismo em solo rondoniense, Amorim, quando prefeito, ao ser criticado, numa emissora de rádio em Ariquemes, não teve dúvidas: invadiu os estúdios da rádio e quebrou os dentes do apresentador em pleno ar. Era possível ouvir – até desligarem os transmissores – a gritaria infernal causada pelo maior produtor de melancias do Vale do Jamari.
Em quase três décadas de cobertura política neste estado, o que se constato é que o coronelismo político não acabou. Em algumas regiões, os clãs continuam mandando e elegendo seus representantes. Até quando?
Via Direta
*** O presidente da ALE Neodi Carlos deve ter ficado com a cabeça quente *** Seus candidatos do PSDC levaram pau em Ariquemes, Cacoal e até em Machadinho *** Entusiasmados com a vitória de Roberto Sobrinho, muitos petistas já falam no lançamento de sua candidatura ao governo em 2010 *** Acabou a era Melki Donadon em Vilhena e está começando a era do seu genérico Zé Rover.
Fonte: Carlos Sperança/Gentedeopinião
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