Sábado, 9 de outubro de 2010 - 07h38
Eleições recorrentes
As eleições em Rondônia são muito recorrentes. Em cada peleja que a base governista racha, a oposição leva. Foi assim em 94 (quando Raupp ganhou), em 98 (com vitória de Bianco) e 2002 (com Cassol). Unida, a base governista não perde, caso de Ivo em 2006. Em 2010, com a base de sustentação do governo rachada, não pode ser considerada uma surpresa a vitória da oposição.
O plano tático
Mas não foi a toa que Ivo e Cahulla se surpreenderam com a derrota no primeiro turno. No plano tático, a maquina governista realmente tinha montado um esquema imbatível no meio rural. O estado foi dividido em quase 20 regiões, cada um com um secretário regional, tinha mais o acompanhamento ao eleitorado da máquina de Emater, mais a do deputado da região, mais a do prefeito mais popular da região. E benesses a valer para a colonada.
Voto urbano
O que desmontou a poderosa máquina governista foi o voto urbano. Respaldado pelo prestigio de ter sido o melhor prefeito de Rondônia nos últimos anos, pelos formadores de opinião, por uma aliança com as paliçadas reforçadas, e na reta final pelo voto útil, Confúcio Moura embalou o pé e tem condições de até dobrar a vantagem no segundo turno com esta imagem vitoriosa conquistada.
A bala de prata
Mas enquanto os adversários buscam uma bala de prata – no sentido figurado, é claro, caro leitor: aquele projétil que na literatura de terror mata até vampiro e lobisomem - é bom que o PMDB e aliados não subestimem o inimigo. Uma coisa é uma boa projeção e tendência de vitória, outra é dormir de touca e subestimar o adversário. Tem um novo esquema cassolista no meio rural andando e outro agora, para o voto urbano. Se fosse eu, não daria mole.
Briga no tapetão
Os candidatos Maurão de Carvalho (PP), Brito do Incra (PSDC) e Rafael das Muletas (PMDB), mesmo derrotados, já contrataram especialistas para garantir suas cadeiras a Assembléia Legislativa. No caso de Maurão faltam menos de 30 votos, no de Brito pouco mais de 100 para se garantir. O duro será conseguir convalidar os sufrágios daqueles postulantes indeferidos.
Agora, telhado de vidro
O petista José Hermínio, que como vereador desqualificava os deputados estaduais, eleito a ALE passará a ser enquadrado pelos atuais vereadores com as mesmas críticas que ele fazia a atual composição do parlamento estadual. Mas numa coisa Hermínio tem razão: os novos petistas eleitos terão mais postura, não serão como os petistas vacas de presépio da atual legislatura.
Tucano ditador
O presidente regional do PSDB Aparício Carvalho já mandou recado para a passarada, através de nota oficial e de releases a imprensa: todo mundo esta proibido de apoiar outros candidatos sem autorização expressa do seu líder, ou seja, ele Aparício Carvalho. E todo mundo foi as gargalhadas e cada tucano já esta procurando o poleiro da sua conveniência.
Cebolinha tirano
Seguindo a mesma linha dos tucanos, o presidente do PHS Herbert “Cebolinha” de Albuquerque, também ameaçou seus correligionários com a mesma proibição dos tucanos. Todos os humanistas não devem se atrelar às candidaturas ao governo, sem autorização expressa dele, o Cebolinha tirano.
Presente de grego
Mais uma vez o Ministério da Justiça empurrou goela abaixo presidiários de outros estados – desta vez 41, de Alagoas - para a penitenciária federal de Porto Velho, o grande penico das tensões sociais dos famigerados presídios brasileiros. Ora, tem penitenciária de segurança máxima também no Nordeste – em Mossoró – mas resolveram jogar o entulho – aqui para Rondônia. É lamentável.
Do Cotidiano
Como ervas daninhas
Como ervas daninhas, os viciados em drogas, chamados respeitosamente de “dependentes químicos” pela classe média alta e no vulgo popular de “noiados”, se multiplicam geometricamente e vão ampliando as estatísticas das internações hospitalares por conta de acidentes de trânsito e atos violentos. Ao mesmo tempo, vão ocupando no sistema prisional vagas que deveriam ser destinadas a prisioneiros cujos crimes não derivaram da dependência química. Aos dependentes químicos (DQs) deveria caber um tipo especial de detenção, com acompanhamento psiquiátrico.
Cadeia alguma vai recuperar um dependente químico apenas com a reclusão, mesmo porque as cadeias são antros enfumaçados, onde o cigarro comum – “careta”, como dizem – é considerado válido para “relaxar” o detento. Entretanto, o cigarro é apenas um mantenedor da dependência. Ao cabo de anos a fio de reclusão, logo nas primeiras horas o dependente vai novamente atrás do alívio ilusório que a droga traz aos DQs.
Não é por acaso que a droga introduziu uma das questões centrais do debate sobre a segurança pública no País: cabe às famílias cuidarem de seus dependentes químicos ou eles devem ser internados à força, antes que cometam crimes?
No Rio de Janeiro, um jovem viciado em crack matou uma amiga sob o efeito da droga. O pai do dependente declarou ser impossível tratar o filho, pois ele recusa ser internado. Nesse caso, não parece restar outra opção a não ser a chamada “internação involuntária”.
Polêmica, a proposta vai, no entanto, ganhando força, na medida em que o doente perde completamente o discernimento e não tem condições de saber o que é melhor para si, tornando-se perigoso tanto sob o efeito da droga quanto sem ela. “Bola” os mais diversos meios, legais ou ilegais, para conseguir dinheiro e se drogar, desde simular o próprio sequestro até extorquir dinheiro dos pais e amigos sob ameaças.
A internação involuntária se destina aos que não aceitam se afastar do vício. O tratamento é uma iniciativa tomada por membros da família do dependente químico ou de álcool com a intenção de conscientizá-lo sobre a desintoxicação. Muitos são contra, porque a decisão de internar um familiar à força pode ter motivações menores que ajudar o doente, envolvendo a apropriação de seus bens.
Via Direta
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Fonte: Carlos Sperança - csperanca@enter-net.com.br
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