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Gente de Opinião

Carlos Sperança

Uma coluna sem papas na língua 10/10/08


 

Na expectativa

Como o Supremo Tribunal Federal - STE estabeleceu prazo até novembro para que seja aprovado no Congresso Nacional a Lei Complementar que autoriza a criação dos novos municípios, as lideranças de Extrema (Porto Velho) e Tarilândia (Jaru) voltam a se mobilizar neste final de ano na antiga batalha para emancipação.

Nadando de braçada

Se o prefeito Roberto Sobrinho (PT) já nadava de braçadas na Câmara Municipal de Porto Velho na atual legislatura, repleta de vacas de presépio pode-se se imaginar o que fará com ampla maioria. O que Cassol fez na Assembléia Legislativa em 2004, o petista fez na Câmara de Vereadores em 2008: a grande maioria. A oposição está esmagada.

Mapa político

Ficou mais ou menos evidenciado ao eleitorado, que a composição PT/PMDB foi a grande vencedora das eleições no estado. No entanto, o que temos visto é todo mundo maquiando os balancetes eleitorais, para projetarem imagens de “vitoriosos”. Até PSDC e PPS que elegeram um prefeito cada, se arrotam “vencedores”.

Ciência exata

Como política não é uma ciência exata, todo mundo achou um jeitinho para se proclamar vitorioso nas eleições municipais. Cassol e Expedito levaram pau em Rolim de Moura, quintal deles, no entanto foram, festejar “vitória” em Ji-Paraná, de Bianco. Trocado em miúdos: foram comemorar com o chapéu alheio...

Bons motivos

No caso de Cassol vejo bons motivos para o governador festejar as viradas em Vilhena e Guajará, onde teve méritos e participação. Não nos casos de José Bianco, em Ji-Paraná, tampouco Alex Textoni em Ouro Preto, que desde o início tinham ampla vantagem e sequer precisaram de sua ajuda. E Moreira Mendes, do PPS, que na falta do que festejar comemorou até a vitória de Confúcio Moura, em Ariquemes, do PMDB?
 
Na pescaria

Depois de uma campanha acirrada em Ouro Preto do Oeste, o deputado estadual Alex Testoni (PTN) que conquistou a prefeitura local, repousa no Vale do Guaporé, muito a vontade, numa pescaria. Na volta vai se dedicar aos últimos meses do seu mandato na Assembléia Legislativa, enquanto monta sua equipe de governo que assumirá com ele em janeiro.

Um abacaxizal

Com orçamento baixo, e uma das maiores perdas demográficas do estado nos últimos anos, administrar Ouro Preto, é como descascar um abacaxizal inteiro. Testoni pretende resgatar a auto-estima da cidade, gerar empregos, investir forte em infra-estrutura para recuperar um município cuja administração se transformou uma verdadeira massa falida.

Os institutos

Os institutos de pesquisa se manifestaram sobre os resultados das eleições de 2008. O IBOPE registrou acertos em 95 por cento das cidades e, em Porto Velho, acertou tudo na mosca. Já, o Phoenix que fez várias missas encomendadas em Porto Velho e Cacoal - para prejudicar aqueles que estavam na frente de Sobrinho e do Padre Franco -, agora quer explicar o inexplicável.

Criando asas

Um dos campeões de votos na temporada – mais de 72 por cento dos votos na reeleição – o prefeito de Ariquemes, Confúcio Moura (PMDB) já está de asas crescidas para 2010. Ele é o virtual candidato ao governo do PMDB numa região – o Vale do Jamari – ansiosa para eleger pela primeira vez seu governador.

Penca de obras

Para embalar sua candidatura ao governo, o prefeito de Ariquemes tem uma verdadeira penca de obras para mostrar, a começar pelo novo Paço Municipal, em construção. Mas também estão caminhando obras como o teatro municipal, aterro sanitário, etc. Como prefeito modelo no estado, foi o primeiro a implantar a guarda municipal. Nem Porto Velho ainda montou.

Do Cotidiano

Os desafios de Sobrinho

Mesmo com os reforços de caixa do Plano de Aceleração de Desenvolvimento – PAC, o município de Porto Velho terá grandes desafios para serem enfrentados na próxima gestão do prefeito reeleito Roberto Sobrinho, ao final desta década.

Para alcançar a qualidade de vida almejada, serão necessários investimentos maciços em obras de infra-estrutura, desde a canalização de igarapés, a construção de uma rede de esgoto, a ampliação do sistema de abastecimento de água, encaminhar soluções para os problemas de um trânsito que se releva a cada dia mais infernal. até as demandas sociais como saúde, educação, moradia e transportes coletivos.

Objeto de um novo fluxo migratório, a capital rondoniense com seus 400 mil habitantes deve ultrapassar os 500 mil nos próximos anos. Acompanhar esse ritmo de crescimento não será fácil, já que a cidade ainda padece de equipamentos urbanos, além da pavimentação que falta atingir dezenas de bairros.

Ao meio de grandes obras já projetadas como a nova rodoviária e a implantação do terminal de transportes fluvial no porto do Cai N´Água, os portovelhenses penam com a falta de um sistema de drenagem eficiente. Durante o inverno amazônico boa parte da cidade se transforma num monumental igapó, exigindo da municipalidade um projeto de combate às alagações.

Por falta de planejamento municipal, pelas invasões de áreas ao longo da década de 80, a capital rondoniense teve uma ocupação desordenada. Por ser uma região baixa e alagadiça, a Zona Leste, não seria indicada para o programa de expansão, já que demandaria mais recursos do erário municipal no tocante a infra-estrutura, mas foi o que acabou ocorrendo, na administração José Guedes, com a farta distribuição de terrenos – uma verdadeira reforma urbana – aos milhares para os chamados sem-teto.

Enquanto o atual Plano Diretor procura corrigir as distorções do passado, o que se busca agora é o adensamento da cidade, com grandes clareiras abertas a especulação imobiliária. Numa cidade onde o Plano Diretor e o próprio Código de Posturas têm sido desrespeitados ao longo dos anos e, onde se joga até carcaças de geladeiras nos igarapés, bem que a mudança de atitude poderia começar com uma campanha de conscientização e cidadania.



Via Direta

*** Os reflexos da crise estão chegando rapidamente em Rondônia *** As restrições ao crédito e a agricultura indexada devem reduzir os investimentos no estado *** Pior mesmo foi para a empresa que fez financiamentos em dólares *** Trocando de saco para mala: mais confusão por conta do Complexo Penitenciário Urso Branco *** Não é de hoje que o estado é ameaçado de intervenção por não saber tratar seus detentos. 

Fonte: Carlos Sperança/Gentedeopinião

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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