Terça-feira, 11 de maio de 2010 - 05h44
Sinuca de bico
O prefeito de Porto Velho Roberto Sobrinho, coordenador da campanha da presidenciável Dilma Roussef e do governadoravel Eduardo Valverde tem uma sinuca de bico na disputa ao Senado. A senadora Fátima Cleide (PT) e seu colega Valdir Raupp (PMDB) disputam ferozmente a reeleição e as relações entre os dois partidos começam azedar.
Fátima prejudicada
Como o PMDB faz parte da aliança do governo municipal, Roberto Sobrinho se obriga a pedir votos também para o candidato ao Senado do PMDB e isto vai causar sérios prejuízos para a petista Fátima Cleide, já que a peleja entre os dois esta palmo a palmo. Se Sobrinho também apoiar Raupp, Fátima estará frita: ela precisa botar boa diferença em Raupp na capital. No interior o barbudo esta melhor postado.
Frente Progressista
As coisas voltaram a se complicar na Frente Progressista, a aliança de sustentação a reeleição do governador João Cahulla. Ocorre que começa um processo de fritura do deputado estadual Neodi Carlos, presidente da Assembléia Legislativa, indicado por Ivo Cassol como postulante a vice-governador na chapa situacionista. Algumas siglas da base estão vetando Neodi (alas do Moreirão e do Raposão?)
Mais dois nomes
Pelas últimas entrevistas do ex-governador Ivo Cassol, articulador da coalizão governista, Neodi já não é mais unanimidade. O raposão Odacir Soares (PSL) voltou ao páreo, tem Moreirão e o nome do médico Amado Rahal também volta a ser cogitado (mas ele se desincompatibilizou a tempo?). Enfim, depois de definir um vice, a Frente Progressista entrou em crise.
Demais candidatos
Com a pulga atrás da orelha com tanta confusão pela escolha de um vice na situação, os demais postulantes – todos da oposição - ao Palácio Presidente Vargas se fecharam em copas e adiaram suas escolhas. Vão catimbar a coisa até as convenções de junho, para evitar desgastes e confusão com suas bases.
Vaga disputada
A vaga de conselheiro no Tribunal de Contas do Estado esta sendo disputada a dentadas, O ex-governador Ivo Cassol quer indicar a sua irmã, Jaqueline Cassol – neste caso não concorreria a uma vaga a Assembléia Legislativa – e um grupo de deputados estaduais da base governista esta apoiando o deputado Wilber da Astir (PSB). Adivinhem quem vai levar a melhor nesta queda de braço?
Na Bacia Leiteira
O senador Acir Gurgacz, pré-candidato do PDT ao governo do estado, percorreu neste final de semana Ouro Preto e os municípios da Bacia Leiteira, concluindo as visitações no domingo com reunião em Ji-Paraná, na região central. O senador da Br esta fortalecendo suas paliçadas, já que tem pela frente uma eleição bem regionalizada. Sair bem no seu quintal será primordial.
Quem assume?
Com a cassação do deputado estadual Miguel Sena (PV-Guajará Mirim), o município de Nova Mamoré poderia ganhar sua primeira representação na Assembléia Legislativa, que seria Ana da Oito. No entanto, ela mudou também de partido, caracterizando infidelidade partidária, e neste caso, já esta aprontando a fatiota, o ex-deputado Everton Leoni.
Ficha limpa
Elogiável o movimento dos senadores, que em sintonia com a CNBB e o Movimento Nacional de Combate a Corrupção procura agilizar a tramitação do projeto “Ficha Limpa”, que pretende impedir as candidaturas de políticos envolvidos em casos graves. O segmento quer que o projeto tenha validade ainda nas eleições de outubro.
Do Cotidiano
A Fordlândia na Amazônia
Durante décadas, no pós-II Guerra, o povo estadunidense foi sempre empolgado por ações militares vitoriosas. O primeiro forte abalo foi sentido com a humilhante derrota no Vietnã, há 35 anos. Uma sensação que está novamente na ordem do dia com os fracassos verificados no Afeganistão e no Iraque, de onde partem diariamente mais corpos a enterrar e mais soldados mutilados ou abalados emocionalmente. Eles começam a construir uma história de fracassos.
Talvez isso explique o sucesso do livro Fordlândia – A ascensão e a queda da cidade perdida na selva de Henry Ford, do historiador Greg Grandin, considerado um dos melhores títulos da temporada de 2009 e o melhor para algumas das publicações mais prestigiosas dos EUA, como The New York Times e The New Yorker. Grandin é um especialista em história das Américas. O mesmo frisson que ele causou com Fordlândia já havia sido experimentado com uma de suas obras anteriores: A Oficina do Império: América Latina, EUA e a queda do novo imperialismo.
Para compreender a ousadia do grande magnata norte-americano que decidiu construir uma cidade-modelo na selva amazônica brasileira é preciso antes conhecer um pouco da biografia, da personalidade e das formas de experimentação com que Henry Ford se tornou o construtor do moderno capitalismo americano.
Nascido numa fazenda próxima a Detroit, filho de um irlandês com uma belga, Ford era um internacionalista desde a origem. O mundo seria seu campo de ação. Seu método inovador – o fordismo, baseado na linha industrial de montagem – sacudiu a humanidade. Foi um impulso inovador à produção industrial planetária. Enquanto tecia seu sonho de avançar pelo mundo, quando ainda nem se sonhava com a explosão chinesa, ele adotou um filho chinês. Era como se estivesse vislumbrando o futuro, uma de suas características mais marcantes.
Desde cedo se interessou pelas máquinas agrícolas, mas detestava o trabalho no campo. Não era pela agricultura, portanto, que ele estava fascinado, mas pelos motores. Desmontava desde relógios até maquinários e chegou registrar 161 patentes de novas invenções.
Mesmo depois de se afirmar como dono de um império, com siderúrgicas, usinas, navios, ferrovia e minas de carvão, ele continuou o mesmo mecânico do passado. Hoje, qualquer executivo medíocre lhe daria um baile: mau gerente, mau administrador, gostava da oficina, mas detestava contabilidade, banqueiros (tinha por eles uma aversão antissemita) e guardava com ele mesmo seu dinheiro vivo.
Via Direta
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