Sexta-feira, 11 de junho de 2010 - 05h44
Contem outra...
Não que já não tenha avisado. Não que o PT já não tenha denunciado. Não que a opinião pública já não tenha desconfiado. Já tava nas contas dos adversários. Pois é: a farsa da “briga” Cassol X Expedito vai sendo desmontada aos poucos, configurando-se realmente que os governistas têm dois candidatos no pleito de outubro: Cahulla e Expedito. Escolham.
O jogo de estratégia
A farsa foi montada para dividir a oposição. Assim, os governistas mais fiéis a Ivo Cassol teriam um nome pra apoiar, no caso Cahulla, e um outro “oposicionista”, que é Expedito entrando nas paradas para dividir os votos da oposição. Como levar dois candidatos de origem governista ao segundo turno esta difícil aos poucos o Palácio Presidente Vargas vai descartando um. Estou indo de pedra cantada: se não reagir logo, Cahulla irá para o descarte.
Pulando fora
E já que Ivo não faz mais cara feia para quem aderir a Expedito, já começa uma debandada na Frente Progressista para o tucanato. Um dos partidos mais expressivos da base governista é o Partido Verde, liderado no estado por Antenor “Traira” Klock, que abriu as tratativas com o PSDB de Expedito e com o PMDB de Confúcio Moura.
Frente Progressista
Como aquele enorme navio, o maior do mundo, na época, que naufragou pesadamente há mais de um século, a nau da coalizão governista começa a verter água por todos os lados. Camurça não aceitou ser vice de Cahulla. O PSDC também pode deixar a coalizão, mesmo com Neodi Carlos, garantindo sua fidelidade a base aliada, depois de ter sido fritado por lideranças rivais da coalizão, e servido ao molho do madeira para a imprensa.
A formatação do pleito
Os governistas não tinham na conta, quando colocaram dois candidatos na peleia ao governo do estado, que Acir Gurgacz ascenderia ao Senado e se tornaria um predador dos dois candidatos. Tampouco foi levado em conta, na época, já que se trata de fato novo, o lançamento de Melki Donadon. A formatação do pleito, acabou mudando de figura.
A regionalização
Com tudo isso, a disputa ao governo, acabou se regionalizando de vez. Com tanta fragmentação no eleitorado, e cada candidato liderando na sua região – menos Cahula que disputa com Expedito a hegemonia na Zona da Mata - fica impraticável para Ivo escalar dois postulantes no mesmo segmento, rachando a base governista e beneficiando os adversários da oposição. Ivo se obriga a mexer na escalação.
Campanha de prevenção
Foi lançada em várias capitais da Amazônia uma campanha de prevenção de escalpelamento na navegação para a região amazônica. Esse tipo de acidente tem vitimado principalmente mulheres e crianças, quando seus cabelos são arrancados pelos eixos das embarcações que usam motores adaptados para navegação. Nos últimos anos foram 1.500 vitimas na região Norte. Rondônia também entrou na campanha.
Partido de pasta
Dissidentes do PSL afirmam que o partido, desde que foi tomado goela abaixo pelo ex-senador Odacir Soares, o raposão, não tem sede, não se reúne, não decide mais nada. Teria se transformando numa legenda de pasta. Assim ficará difícil o raposão virar vice de João Cahulla ou um escudeiro de Ivo Cassol na disputa ao Senado, como desejava.
Do Cotidiano
Os golpistas a solta
A cena se repete, persistentemente, por todo o Brasil, de Norte a Sul, Leste a Oeste. Um sujeito simplório aborda uma senhora de ares domésticos e polidamente pede informações sobre o endereço de uma agência da Caixa Econômica Federal dizendo que é para receber um prêmio de loteria ou outro sorteio. O bilhete premiado é mostrado confiantemente e, com ele, a comprovação do acerto e o valor do prêmio.
A caminho da Caixa Econômica, e depois de muita conversa, o golpista propõe à vítima lhe vender o bilhete premiado por uma fração do seu valor, pois precisa se apressar para socorrer um familiar doente ou coisa parecida, como ter deixado os documentos pessoais “no sítio”. A vítima, achando que vai levar vantagem, dá dinheiro ao golpista e só vai perceber o logro ao tentar receber o suposto prêmio.
Numa sofisticação do golpe, no meio da conversa aparece um comparsa que fingiu ouvir a conversa e se diz pronto a comprar o bilhete. A vítima, acreditando que vai perder um bom negócio, alega preferência. O comparsa checa com o celular se os números supostamente premiados são verdadeiros e a rede se fecha.
Com o advento da informática, as malandragens também assumiram uma expressão cibernética. Há inúmeros golpes no ar, tanto através do temível phishing, que pode se dar com o roubo de senhas das contas bancárias, quanto de supostas ofertas vantajosas envolvendo dinheiro de princesas africanas, carrões e gadgets da moda.
Um dos golpes que mais funciona é o do uso “grátis” por algum período. A pessoa aceita, preenchendo cadastros, e depois de vencido o período se surpreende com uma cobrança em seu cartão de crédito. Quando vai reclamar, o responsável pelo serviço prestado alega que ao final do período de gratuidade a pessoa deveria cancelar o serviço, pois uma das cláusulas do contrato determinava que o cliente aceitaria o serviço pago ao final do período gratuito.
Por que as pessoas caem tão facilmente nesses golpes, se a própria lógica aconselha a desconfiar de facilidades e ofertas generosas demais? Para o professor Walter Carnielli, do Departamento de Filosofia e do Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o malandro realmente aplica o golpe, mas nós caímos traídos por nossa própria maneira de pensar.
Via Direta
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