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Gente de Opinião

Carlos Sperança

Uma coluna sem papas na língua 17/08/10


 

Corrida sucessória

Vai começar o horário gratuito e aí, então, finalmente a campanha vai esquentar nestas bandas. Afinal, é durante o espaço do TRE que têm ocorrido viradas históricas em Rondônia, como a de Ivo Cassol ao governo em 2002, e a de Roberto Sobrinho, na disputa pela prefeitura de Porto Velho, em 2004. Os marqueteiros estão caprichando.

 

Os reflexos

Pela popularidade do presidente Lua, pela vantagem da presidenciável petista Dilma Roussef sobre José Serra na capital rondoniense, pelo bom posicionamento da senadora Fátima Cleide em Porto Velho e em todo estado, é previsível que o candidato Eduardo Valverde consiga finalmente empinar sua candidatura ao governo.

 

Uma tendência

A tendência de alta da candidatura petista na capital será possível medir já nas próximas pesquisas do Ibope, Vox Populi, etc. No entanto, é interior, acostumado a se votar nos seus próprios candidatos, é que esta o maior problema de Valverde. Sua performance no Vale do Jamari, por exemplo, ainda é muito baixa. O mesmo ocorre na Zona da Mata e no Cone Sul, onde necessita mais vitamina.

 

A polarização

O ex-senador Expedito Júnior busca de forma inteligente, uma polarização com o PT na capital, ao defender um “choque de gestão” em Porto Velho. Ocorre que embora o prefeito Roberto Sobrinho desenvolva uma boa administração, o anti-petismo também é grande por aqui. Daí, o jogo de estratégia e os canhões do tucano apontados para o Palácio Tancredo Neves.

 

Danos provocados

Com propostas de impacto já sendo discutidas na ruas – como a implosão do presídio Urso Branco - e sua tática de confronto visando à polarização com os petistas, Júnior busca reconquistar o terreno perdido na capital nas últimas semanas. O duro para seus marqueteiros é evitar os danos provocados pelo indeferimento da sua candidatura, como a perda no espaço gratuito no TRE.

 

Nadando de braçadas

Mas quem nada de braçadas é Confúcio Moura, além de fazer o dever de casa, bem aquinhoado nas pesquisas no seu quintal – Vale do Jamari e Bacia Leiteira – o peemedebista já disputa a ponteira na capital e começa a cantar de galo em Ji-Paraná e na região central. Como na Região do Café, Zona da Mata e Cone Sul tem a força de Raupp, Marinha e expressivas lideranças regionais, o candidato da aliança continua impulsionado como um foguete.

 

Na estratégia

O jogo tem que ser jogado. Confúcio, mineiramente, sabe que seu rival na busca de uma vaga ao segundo turno é o petista Eduardo Valverde e igualmente tem consciência que vai precisar dele depois, num eventual segundo turno. Por conseguinte, não tenham dúvidas, o ariquemense vai se fazer de morto a eventuais desaforos petistas no horário gratuito, que, diga-se de passagem, sabem jogar pesado.

 

Pela estabilidade

Do alto dos seus 45 por cento de intenções de votos ao Senado e uma trajetória vitoriosa em Rondônia, o ex-governador Ivo Cassol que levou Expedito nas costas ao Senado em 2006, quer garantir a “reeleição” do governador João Cahulla. Ivo aposta ainda na estabilidade criada no estado nas suas duas administrações nos últimos anos.

 

Cassol incansável

Com ritmo de maratonista, o ex-governador Ivo Cassol, candidato ao Senado leva João Cahulla cidade por cidade, no intuito de repassar sua popularidade para o ungido. Ivo tem boas pesquisas nas mãos e sabe que para uma virada sobre Expedito – disputam à mesma faixa de votos - precisa melhorar a performance do atual governador, até no seu próprio quintal, que é a Zona da Mata.

 

 

Do Cotidiano

Sufocados pela fumaça

Se de um lado Rondônia perdeu o posto de liderança no quesito desmatamento para os estados do Pará, Mato Grosso e Tocantins nos últimos anos, em 2010 assiste crescer em mais de 2000 por cento o índice de focos de incêndios. De Porto Velho, ao norte do estado, a Vilhena, ao sul, a população esta sufocada por grossas camadas de fumaça provocadas por incontáveis queimadas.

Como tem acontecido no vizinho Mato Grosso, também em Rondônia as queimadas ameaçam fugir de controle. Na capital, recentemente nas proximidades da base aérea, se viu uma situação destas e em Alto Paraíso, uma serraria acabou em chamas por causa do fogaréu nas matas.

Em vários municípios de Rondônia já foram registradas casos de casas queimadas em sítios. Nas proximidades da capital, o cenário é o mesmo, como ocorreu na localidade de Aliança. O fogaréu rondoniense se aproxima cada vez mais dos centros urbanos perigosamente.

Para piorar toda esta situação no estado, a prolongada estiagem, que atinge algumas regiões há pelo menos 60 dias, as previsões mais otimistas de chuvas são apenas para meados de setembro. Rogo que São Pedro desminta nossos magos do tempo.

A seca tem provocado conseqüências. O Rio Madeira esta com mais de quatro metros abaixo do seu nível registrado em 2009. Os poços caseiros na periferia estão secando e parte da população não tem água para beber se socorrendo nos vizinhos ou em longas caminhadas com latas na cabeça, como no agreste nordestino.

No campo da saúde, assistimos os efeitos da estiagem e suas queimadas. Os postos de saúde aumentaram os atendimentos já que as crianças e os idosos são duramente afetados pelas doenças respiratórias. E a falta de água tratada nos bairros das cidades rondonienses, inclusive na capital, provoca doenças gastroentestinais.

Enfim, estamos enfrentando um verdadeiro colapso pelas mudanças climáticas, cujas consequencias podem se agravar mais ainda se a estiagem não der uma trégua.

Enfrentamos a tragédia da seca que tem se tornado um problema global. A Rússia, acostumada a temperaturas abaixo de muitos graus abaixo de zero, tem registrado temperaturas acima de 34 graus (que é algo comum por aqui...), com direito a queimadas incontroláveis e vitimas humanas. A natureza, vai cobrando os crimes praticados contra ela, seja na base do fogo, com ciclones,  enchentes e inundações.

 

Via Direta

*** Apupado com o crescimento de Dilma Rouseff nos grandes colégios eleitorais do país, esta cada vez mais difícil a visita do tucano José Serra à Rondônia *** Considerado favoritos para o pódio, Israel Xavier já  sofre com  a ciumeira dos adversários*** E o peemedebista Amir Lando, que também disputa uma vaga à Câmara Federal, vai se recuperando da última derrota em 2006.

Fonte: Carlos Sperança - csperanca@enter-net.com.br
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