Quarta-feira, 19 de maio de 2010 - 05h57
Nem Neodi, nem raposão
Sem dó e piedade o ex-governador Ivo Cassol, o grande articulador da Frente Progressista, já fritou dois vices para o governador João Cahulla. O presidente da Assembléia Legislativa Neodi Carlos (PSDC) e o ex-senador Odacir Soares (PSL) foram convidados e vitimas de fritura. Quem será o próximo? Seja quem for que fique de barbas de molho...
Lista de rejeitados
Na esteira de rejeitados pelo mandarim Ivo Cassol também pode ser incluído o ex-deputado estadual Alex Testoni, aquele milionário, que deixou a Assembléia Legislativa para se projetar como prefeito de Ouro Preto do Oeste onde recupera uma cidade falida. Ele cogitava disputar o governo do estado ou uma vaga ao Senado e também acabou preterido.
Feitiço contra o Feiticeiro
Esse negócio de obrigar servidores públicos a comparecer na marra – inclusive com lista de presença conferida por cabos eleitorais governistas – em concentrações políticas é um tiro no pé. Conversei sábado com alguns deles e o que deu para sentir é que o feitiço pode se voltar contra o feiticeiro. É um esquema que não funciona e nunca funcionou. Nossos governantes precisam rever esse conceito.
Contas feitas
Como sempre digo nesta coluna a política é uma ciência inexata e por isso nem sempre as contas fecham. Mas conversando com os candidatos ao governo, nos últimos dias, constatei que existem algumas unanimidades sobre o pleito de outubro entre eles: 1 – Teremos eleições em dois turnos 2 - Da base governista rachada em Cahulla e Expedito sai um nome para as duas vagas ao segundo turno e da oposição – entre Confúcio, Acir e Valverde sairá outro.
Pulando cirandinha
Quem vê o ex-governador Ivo Cassol e o ex-prefeito de Porto Velho Carlinhos Camurça pulando cirandinha no mesmo palanque e trocando elogios, como dois pombinhos, não pode nem imaginar que num passado recente mantinham uma relação política de tapas e beijos. Ivo chegou apelidar Carlinhos de “pescador”, sugerindo que o então desafeto era um folgado. Já, Carlinhos acusava Ivo de não dar um só tijolo para Porto Velho.
Vocação enorme
Por falar em pular cirandinha, tanto Carlinhos Camurça, como o deputado federal Mauro Nazif possuem uma vocação enorme para se aliar com ex-algozes. Camurça já se abrigou nas asas de Ivo e Nazif, pelo que tudo indica, deve caminhar com Roberto Sobrinho e Valverde. Por mais incrível que pareça, agora às alianças são mais coerentes, mas as bases é que vão dar a resposta nas eleições de outubro.
Decolagem da seleção
Vem por aí a Copa do Mundo e aí só quem decola é a seleção brasileira, ficando os políticos em segundo plano. Será um bom período para avaliar as nominatas dos partidos, as alianças, as contradições e as tendências do eleitorado. Não quero voduzar ninguém, mas o que vejo é uma forte tendência de renovação nos quadros políticos, principalmente na Assembléia e Câmara dos Deputados.
Candidato escudeiro
Estou concluindo, depois do que tem ocorrido neste estado, que o ex-governador Ivo Cassol é capaz de convencer as pessoas de que preto é branco e que pedra é água. Todo mundo já sabe que o deputado estadual Tziu Jidaias (PP) é um apenas um candidato de escuderia ao Senado para desafogar o segundo voto do mandarim rondoniense, evitando que os sufrágios caiam nos balaios de Raupp e Fátima Cleide. Mas o ariquemense já está se sentindo senador...
Do Cotidiano
Processo de transformação
No Brasil, assiste-se a um processo de transformação de miserável em pobre, acumulado com outro, de proletarização da classe média baixa. O primeiro até rende votos, mas o segundo é péssimo para a sociedade: quando jovens de classe média começam a mergulhar no crime, os assaltos ficam mais sofisticados, as quadrilhas mais estruturadas, os golpes mais difíceis de apanhar.
Algo vai mal, e isso já está bem claro pelo crack, pela desfaçatez do crime organizado, pelas prisões lotadas, pela insegurança crescente, pelo caos urbano. Tudo isso é um castigo divino, enviado pelos céus? Seria até fácil culpar os céus e entidades imaginárias demoníacas, mas trata-se da consequência de uma causa bem terra-a-terra. Charles Darwin diria que “se a miséria de nossos pobres não é causada pelas leis da natureza, mas por nossas instituições, grande é a nossa culpa”
Recursos que faltam para a infraestrutura do País e para a redenção social, do frágil esquema de saúde à débil educação, passando pela sofrível qualificação profissional, são torrados na dívida pública e numa estrutura tributária que asfixia os pobres e a classe média e alivia os grandes interesses.
Não se trata de nenhum viés ideológico, mas de mera constatação: 47 mil grandes propriedades ocupam 43% de toda a terra agricultável disponível, enquanto 2,4 milhões de propriedades ocupam só 2,5% da terra, mas o Imposto Territorial Rural arrecada apenas 0,01% do PIB. Até a ONU já observou que o sistema tributário regressivo detona o efeito positivo e redistributivo de programas sociais como Bolsa-Família. Se é verdade que os pobres queimam quase a metade de sua renda em impostos, pode-se bem imaginar que a cada dois meses os pobres devolvem uma de suas Bolsas-Famílias para o fisco, que a direciona para pagar os elevados juros da dívida...
Essa esdrúxula situação é fruto dos presentinhos que o Estado brasileiro deu aos interesses estrangeiros, perdoando taxas para o investimento alienígena na bolsa de valores, acolhendo carinhosamente o capital externo, desumano e sem pátria, submetendo-o ao mesmo tratamento recebido pelo capital nacional e rejeitou o polêmico imposto sobre grandes fortunas.
O curioso da coisa, ao menos para quem não conhece a história de entreguismo e falsificações discursivas da política brasileira, é que FHC quando senador propunha taxar as grandes fortunas e Lula, então líder metalúrgico, apoiava a proposta. No poder, a cartilha pela qual rezariam seria bem outra: as grandes fortunas engordam enquanto as famílias pobres e remediadas pagam mais impostos.
Via Direta
*** O PT deve antecipar a homologação dos seus candidatos majoritários em Rondônia embora tenha prazo até o final de junho para tanto *** O PSDC se fechou em copas sobre a decisão de deixar ou permanecer na Frente Progressista *** Ms desistir da desistência pode causar mais desgastes ainda para o partido dos cristãos.
Seguem enroladas, entre idas e vindas as fusões projetadas pelo PSDB
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