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Gente de Opinião

Carlos Sperança

Uma coluna sem papas na língua 21/11/08


 

Mesma alegação

O governador Ivo Cassol (Sem partido) conseguiu procrastinar sua cassação perante o TSE, com as mesmas alegações do colega Cássio Cunha Lima, da Paraíba: ou seja, que seu vice João Cahula, parte interessada no processo, não tinha sido ouvido. Cássio Cunha já foi cassado duas vezes pelo TRE paraibano pela compra de votos e abuso de poder econômico.

Osso duro

Mais uma vez o governador Cassol se mostrou um osso duro de roer. Na legislatura passada, ele chegou a ser alvo de impeachment, mas conseguiu se manter no poleiro até o final do mandato, numa peleja feia com os deputados estaduais da época que acabaram levando a pior. No episódio da cassação 2008, Ivo foi socorrido pelo TSE e ganhou sobrevida. Coisa de louco!

Ninguém queria

Nos bastidores, ninguém acreditava e ninguém queria eleições agora. Mobilização neste final de ano para cumprir apenas um mandato tampão não estava nas contas dos partidos, tampouco dos seus candidatos. Apenas o PT estava preparado: tinha realizado encontro regional e definido o nome de Fátima Cleide para a eventual disputa. Outras legendas sequer cogitaram lançar nomes

Foi uma boa!

Nas minhas contas foi uma boa a oposição escapar de eleições - caso o atual governador pudesse concorrer em 14 de dezembro. Pelo que eu vi durante as eleições municipais, correndo a BR, Ivo só perderia hoje em Porto Velho e Rolim de Moura. Mesmo onde a aliança PT/PMDB ganhou, como foram os casos de Cacoal e Ariquemes, Ivo se mantém com bons índices de popularidade.

Orçamento alterado

Como já estava previsto, o Orçamento Geral da União 2009 sofreu alterações. Todos os números foram revistos e a previsão é uma perda de arrecadação na ordem de R$ 15 bilhões. Com estas alterações já são previsíveis cortes no orçamento. Nossa bancada federal precisa ficar atenta para que o estado de Rondônia não seja sacrificado na nova partilha do bolo orçamentário.

Peça de ficção

No Congresso é comum os parlamentares afirmarem que o orçamento da União é uma peça de ficção. Mas tanto deputados, como os senadores fazem teatrinho, anunciando recursos de emendas para obras nos municípios, que muitas vezes acabam não aparecendo. Quem fica na pior é o prefeito, já que o deputado anuncia um benefício que muitas vezes nem aparece.

O jogo da submissão

Em Rondônia os deputados estaduais fazem o jogo da submissão ao governo estadual quanto ao orçamento estadual 2009, na tentativa de mostrar serviço nas suas bases. Mendigam a liberação dos recursos das suas emendas – que muitas vezes também não aparecem – sofrendo desgastes quando não fiscalizam o Poder Executivo, ou quando os recursos de emendas não são liberados. 

Valores definidos

Na Assembléia Legislativa, conforme informações do deputado Luis Cláudio (PTN-Rolim de Moura), cada deputado terá direito a emendas no valor de R$ 2 milhões para beneficiar suas bases. Na próxima semana a comissão de Orçamento vai se reunir com representantes dos demais poderes para definir valores para o exercício de 2009. Todo ano acaba ocorrendo chororô por causa da definição.

Adeus viadutos?

Quem vê as obras pelas marginais da BR-364 em Porto Velho, em locais onde estava previsto a construção de viadutos – casos do cruzamento da avenida Jatuarana, com o trevo do Roque e no cruzamento da Br-364 com avenida Campos Sales – já está desistindo de acreditar


Do Cotidiano

Ninguém acreditava

Uma coluna sem papas na língua 21/11/08 - Gente de OpiniãoCom a cassação do governador Ivo Cassol, as eleições foram marcadas e o TRE chegou a anunciar um calendário eleitoral para 14 de dezembro para um mandato tampão de dois anos. O calendário eleitoral já previa a realização de convenções partidárias a partir desta sexta-feira, sendo tudo abortado pela decisão do TSE, que revogou tudo. Na verdade, ninguém mais acreditava nestas eleições.

O tempo era exíguo, mas a justiça eleitoral demonstrava que a coisa era para valer, mesmo com tantos recursos protelatórios para a cassação do atual governador. E já se sabia de alguns candidatos que poderiam entrar nesta parada: do lado da oposição já estava confirmado o nome da senadora Fátima Cleide. Do lado governista, entre vários nomes, poderiam sair João Cahula, José Bianco e Expedito Júnior.

Num momento difícil, em plena crise econômica global que chega ao estado, essa crise política em Rondônia era tudo que precisava ser evitado. Mesmo porque a própria cassação do governador Ivo Cassol ainda dependia de recursos em andamento em instâncias superiores e ao mesmo tempo, a decisão do TRE em realizar este pleito não permitia espaço de tempo sequer para uma campanha razoável dos eventuais postulantes ao Palácio Presidente Vargas.

Como o pleito era para 14 de dezembro, neste espaço, os partidos teriam que realizar as convenções partidárias, definir seus candidatos que teriam igualmente também pouco tempo para falar de suas propostas para o eleitorado. Foi de fato, uma precipitação da justiça eleitoral rondoniense. Se tivesse segundo turno, o calendário ficaria ainda mais apertado.

Ao meio da briga entre o governador Ivo Cassol e o Judiciário, o funcionalismo público já estava inseguro com as perspectivas de mudanças que poderiam alterar a vida de todos. O clima de expectativa também chegava aos fornecedores, também preocupados com relação ao que está ocorrendo nas entranhas da política regional.

Ao meio de todo o imbróglio falava-se também que poderiam vir à tona as famosas fitas que o governador Cassol teria insinuado que teria em mãos, comprometendo juizes, conforme uma onda de boatos que varreu a cidade nos últimos dias Em resumo: o pau está cantando e o governador que já superou – e virou o jogo – um impeachment na Assembléia Legislativa na legislatura passada, caminhava para mais um desafio na sua vitoriosa carreira. Com a decisão do TSE, Cassol ganhou mais um round contra a justiça eleitoral de Rondônia, mas não escapou da degola, já que agora seu futuro político será definido em instância superior. 

 

Via Direta

***Agora, com a empreiteira Castilho, o prefeito Roberto Sobrinho retomou as obras na avenida Vieira Caúla em Porto Velho *** As reclamações eram grandes sobre a paralisação em vista do intenso tráfego de veículos naquela região *** Com ampla maioria na Assembléia Legislativa o governador Ivo Cassol não terá dificuldades em aprovar o orçamento 2009

Fonte: Carlos Sperança/Gentedeopinião
csperanca@enter-net.com.br

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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