Uma coluna sem papas na língua 22/07/09

Turbulências no ninho

Divididos, como uma escola de samba em alas e sub-alas, os tucanos continuam trocando bicadas em Rondônia. O Diretório Nacional arrastou as decisões sobre o comando regional para as convenções municipais de outubro, que vão renovar os atuais quadros das comissões executivas. Enquanto nada se decide, o ex-deputado federal Hamilton Casara continua dando as cartas na legenda.

Bastante improvável

No mais, é considerado improvável que o senador cassado Expedito Júnior, como anunciou, tome posse do PSDB. Cassado definitivamente, já sem condições de protelar as decisões judiciais, ele esta caindo do poleiro, não terá moeda de troca para negociar acordos com o tucanato de alta plumagem.

Novas regras

Conforme matéria da Agência Estado, deve tramitar, após o recesso parlamentar na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania projeto do senador Tasso Jereissati (PSB-CE) propondo a realização de novas eleições no caso de cassação de mandato do presidente de Republica, governador e prefeito. Tem tudo a ver com as cassações em série que tem ocorrido nos últimos meses.

Não vale

É claro, que sendo aprovado, o projeto da lavra do senador Tasso Jereissati, só vai valer para os próximos eleitos, não significando nada a respeito do caso de uma eventual cassação do governador Ivo Cassol nestas bandas rondonienses. Aqui, o que se espera é que a Assembléia Legislativa eleja o substituto do governador Cassol e a disputa corre nos bastidores.

Na base aliada

No caso de uma cassação, se depender do governador atual, o presidente da ALE-RO Neodi Carlos (PSDC-Machadinho do Oeste) assumiria seu posto no Palácio Presidente Vargas e Miguel Sena ascenderia a presidência da ALE. Tudo nos conformes da base aliada, sinalizando a força de Ivo até dentro de um cenário tenebroso, como é o de cassação.

Salada vermelha

O PC do B, de Davi Chiquilito Erse, festeja adesões de todos os credos. Estão chegando à legenda, num verdadeiro inchaço partidário, desde petistas refugados, até ex-devotos do célebre Carlão de Oliveira, como Silvana Davis (PSL). Pelo equilíbrio de forças, a legenda se tornou uma boa opção para aqueles que vão disputar cargos eletivos no ano que vem.

Pouco acrescenta

A primeira pesquisa a respeito as eleições presidenciais em Rondônia mostra que o apoio do governador Ivo Cassol à Dilma Roussef pouco vai adiantar na peleja com o tucano José Serra. É claro que Ivo não botou sua máquina pra funcionar, mas os indícios são claros que ele dificilmente vai conseguir transferir votos para a petista, porque seu eleitorado rejeita Dilma.

Força petista

Vou trocar a coisa em miúdos: ocorre, que onde Cassol é forte – em todo interior do estado – as sondagens eleitorais apontam que Serra bateria a candidata do Palácio do Planalto com folga, se as eleições fossem agora. Um indício que a maioria dos seus eleitores não concorda com ele no mesmo palanque com os petistas. Já, na capital, onde o domínio político é de Roberto Sobrinho e dos petistas, na mesma pesquisa, Dilma dá uma peia no candidato tucano.

Leitura da pesquisa

Como o eleitorado de Cassol é majoritariamente a favor de Serra – em todo interior --, o que se entende é que Ivo deveria respeitar suas bases para o bem da sua candidatura ao Senado e a de João Cahula ao governo. Se unir aos petistas no mesmo palanque por Dilma, definitivamente não será um bom negócio pra ele. Não entendo os estrategistas palacianos, que ainda não trataram de analisar a questão.

Do Cotidiano

A navegação fluvial

Com um grupo de trabalho criado especialmente pára tratar de uma política pública pra a navegação fluvial na Amazônia, o Congresso Nacional começa acordar para um dos grandes problemas da região norte. Com embarcações antigas e deficientes, sucessivos naufrágios têm causado grandes tragédias pelos rios Madeira, Negro, Amazonas, Tapajós e Solimões. 

Já, nos primeiros encontros realizados em Brasília, os congressistas se reuniram para debater uma linha especial de financiamento com recursos do Fundo da Marinha Mercante. A deputada Janete Capiberibe, autora da proposta da criação do grupo de estudos explicou que dois aspectos serão trartados para aperfeiçoar a navegação na Amazônia. O primeiro deles é facilitar o acesso dos pequenos e médios armadores ao financiamento. A segunda será aumentar a capacitação dos construtores, instituindo cursos de aprimoramento tecnológico aliado ao saber tradicional. 

Na verdade, o grande objetivo da linha de financiamento a ser criada é financiar a renovação da frota de embarcações, visando mais segurança para a navegação. Atualmente, estes armadores não acessam os recursos do Fundo da Marinha Mercante porque não atendem as exigências dos agentes financeiros e porque os bancos a consideram pouco lucrativa, e por isso se recusam a operá-la. Algumas instituições chegam a dizer que nem sabem da sua existência, apesar do fundo ter arrecado R$ 2,3 bilhões no ano passado. E nenhum centavo deste montante foi investido na Amazônia, extremamente dependente do transporte fluvial. 

Para os parlamentares integrantes do grupo de trabalho, a nova linha de crédito deverá atrair os bancos e os tomadores de crédito, podendo ser as empresas, cooperativas e associações de armadores. 

O projeto de lei que vai institui a nova linha de crédito com recursos do fundo da marinha mercante esta sendo elaborado pelo Grupo de Trabalho, mas vai precisar ser aprovado pela Câmara dos Deputados e Senado. Representantes do Ministério da Educação e do Ministério da Ciência e Tecnologia, também devem ingressar no movimento para propor ações de capacitação e formação técnica de construtores e operadores navais. Também participam das reuniões representantes do Ministério dos Transportes, a Marinha e a Comissão da Amazônia na Câmara dos Deputados.

Via Direta

*** O desafio da União é regularizar 300 mil posses em 67,5 milhões de hectares na Amazônia em 436 municípios *** Regiões mais conflitadas como as de Machadinho do Oeste e de Buritis podem ter prioridade *** O prefeito Roberto Sobrinho comemora o avanço de suas obras aproveitando o verão amazônico. 

Fonte: Carlos Sperança / www.gentedeopiniao.com.br  / www.opiniaotv.com.br 
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