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Gente de Opinião

Carlos Sperança

Uma coluna sem papas na língua 23/04/10


 
 
O milagre da multiplicação
 

Enfrentando os caciques da política regional o ex-governador Ivo Cassol (PP), Valdir Raupp (PMDB) e Fátima Cleide (PT) na batalha por duas vagas ao Senado os pré-candidatos Agnaldo Muniz (PSL) e Tziu Jidaias – ainda inexpressivos no cenário regional - aguardam o milagre da multiplicação dos votos para saírem vitoriosos nas eleições de outubro.

 
As contas de Agnaldo
 

Nas contas do ex-deputado federal Agnaldo Muniz – que não conseguiu se reeleger à Câmara Federal em 2006 – ele terá a maioria dos votos evangélicos do estado, reforçado por um bônus eleitoral pela dobradinha com Expedito Júnior. Convenhamos: se fosse assim – contasse com a fidelidade dos votos evangélicos – ele já teria sido o federal mais votado nas eleições passadas.

 
Nas costas de Ivo
 

A conta do deputado estadual Tziu Jidaias (PP) para alçar uma vaga ao Senado é extremamente simples: pretende ser eleito com o segundo voto do governador Ivo Cassol. Esperançoso, ele lembra que esse fenômeno, o da sombra do boi, já aconteceu em 94, quando José Bianco carregou nas costas o ariquemense Ernandes Amorim, o caudilho caipira.

 
Ciência inexata
 

Ainda respeito da refrega ao Senado: Todos sabemos que a política não é uma ciência exata e já tivemos contabilidades mais exageradas, como aquela que Carlinhos + Mauro Nazif resultavam 130 mil votos e nas urnas, numa disputa a prefeitura da capital, mas ao final só apareceu a metade dos votos para o fenício. Vamos ver se a matemática de Agnaldo e Tziu funciona, barrando os favoritos. 

 
A desistência de Ciro
 

Por conveniência dos Diretórios Regionais – inclusive o de Rondônia – existe uma verdadeira torcida no PSB para que o deputado federal Ciro Gomes desista da sua candidatura a presidência da República para facilitar os acordos nos estados. Por conta desta indefinição, Ciro vai perdendo terreno e já foi ultrapassado pela verdinha Marina.

 
Dois aliviados
 

Não apenas o deputado estadual Luizinho Goebel (PV-Vilhena) respirou aliviado com a desistência do prefeito de Alvorada do Oeste Laerte Gomes (PP) disputar uma cadeira a Assembléia Legislativa. Também o deputado Lebrão (PTN-São Miguel), com bases na região, acompanhou atento esse desdobramento no Médio Guaporé. Renascem as esperanças de reeleição dos dois.

 
Candidatos de escuderia
 

Como na Fórmula 1, onde sempre houve pilotos escudeiros para ajudar os de ponta, nas eleições em Rondônia ao Senado, por causa da incógnita do segundo voto que já causou zebras em, eleições anteriores, está se criando candidatos alternativos de escuderia. O pepista Ivo Cassol, ex-governador, saiu da frente e já lançou o seu, que é Tziu Jidaias, para jogar seu segundo voto.

 
Chapa pedetista
 

Tendo Airton Gurgacz (região de Ji-Paraná) como provável puxador de votos, com a nominata reforçada pelo vereador Saulo ( Na região de Ariquemes), e o ex-vereador Mário Jorge (em Porto Velho), o socialismo moreno turbina um chapão para conquistar pelo menos três  cadeiras da Assembléia Legislativa; Os pedetistas estão animados nesta temporada.

 
Pé na estrada
 

Se o PT vai compor com o PMDB em Rondônia, como espalha o senador Valdir Raupp, pelos quatro ventos do estado, os petistas ainda não estão sabendo. O pré-candidato ao governo Eduardo Valverde botou sua campanha em andamento e abriu uma verdadeira maratona de visitas aos municípios nos últimos dias. Não faria isso se tivesse desistido.

 
Do Cotidiano
 
 
A ameaça das plantas
 
Elas também querem ter seu lugar ao sol, mas são detestadas pelo homem, que quer seus precisos grãos – milho e soja – protegidos do “direito” das demais plantas a viver na terra em que vicejam com facilidade. Como “nativos” que resistem à invasão estrangeira, elas avançam sobre as plantações do agronegócio com uma ferocidade tal que nem o maior milagre da indústria agroquímica – o glifosato, que veio a se tornar o herbicida mais usado no País −, consegue fazer frente à ameaça das plantas que, apesar de seu emprego na pecuária, como pastagens, atrapalham a produção de grãos.
Tido como a principal descoberta da história recente da indústria de agrotóxicos, sendo extremamente agressivo e universal, abrangendo um largo espectro de plantas às quais destrói sem nenhuma seletividade, o glifosato foi vendido como a resposta para as vicissitudes da produção granífera. A sempre polêmica indústria transnacional Monsanto vende o glifosato por meio de seu herbicida Roundup e, além desse veneno agrícola poderosíssimo, também vende sementes geneticamente modificadas – as chamadas plantas transgênicas − com a propriedade de resistir ao seu próprio glifosato.
Mas se as sementes alteradas da Monsanto resistem ao glifosato, as ervas daninhas são ainda mais resistentes e ameaçam arruinar todo o sistema produtivo à base de transgênicos, eliminando uma das anunciadas vantagem comparativas dos chamados OGMs: a resistência ao veneno mais violento já conhecido no combate às chamadas “pragas” da lavoura.
Sem oponentes − Os agricultores já esgotaram todo o seu repertório de truques para evitar o ataque das plantas inimigas e a pesquisa vinculada ao setor não consegue encontrar oponentes químicos à altura das plantas “guerrilheiras” do campo. Mesmo o glifosato conseguindo detonar mais de cem tipos de plantas, que avançam implacáveis sobre a soja e o milho, os técnicos afirmam que a melhor resposta já não é mais o veneno milagroso da Monsanto nem suas alternativas menos poderosas, mas a rotação de culturas – também chamada de diversificação.
O controle de plantas como buva, azevém, amendoim bravo (leiteira) e capim amargoso – que estão se tornando mais fortes que o glifosato em lavouras brasileiras, tende a exigir cada vez mais a participação direta do produtor. Se não vencer, ele terá que mudar de cultura, reorganizar a sequência de plantios ou tentar abafar as ervas daninhas no inverno com o plantio de gramíneas.
 

Via Direta
 

*** A prostituição infantil se alastra em Jacy-Paraná, localidade que tem sido objeto de inchaço populacional nos últimos dois anos *** Mesmo com pesquisas animadoras, o senador Valdir Raupp (PMDB) continua querendo tirar do seu caminho a concorrente Fátima Cleide (PT). Ambos pleiteiam a reeleição *** Ivo Cassol legou ao seu sucessor João Cahulla as inaugurações do Centro Político Administrativo e o Teatro Estadual.  

 Fonte: Ascom/Viva Porto Velho. 
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