Ponta do Abunã
A população da Ponta do Abunã marcha para o plebiscito neste domingo cheia de dúvidas a respeito do processo de emancipação causadas pelos políticos rondonienses que usam a situação para ganhar dividendos eleitorais. Iludido, o povo de Extrema já acreditava que após a consulta plebiscitária, o novo município surgiria com prefeito e tudo.
Candidatos a prefeito
Para se ter uma idéia a propósito das ilusões criadas em Extrema, já existiam candidatos a um hipotético mandato tampão de prefeito. As coisas estavam agitadas, pois também pretendentes ao cargo de vereador não faltam, tanto em Extrema, como em Nova Califórnia, Vista Alegre e Fortaleza do Abunã.
Na articulação
Existem visíveis melhoras na articulação do senador Acir Gurgacz (PDT-RO) com relação ao ano passado. No Congresso, ele ampliou consideravelmente sua atuação com pronunciamentos, projetos e discursos, na Esplanada dos Ministérios já trabalha bem na captação de recursos, nas bases ele corre trecho nos municípios e na própria imprensa (usando mais rádio) sua presença é mais constante.
O sapo pulando
Numa eleição que se prevê claramente regionalizada, como esta ao governo estadual, em Rondônia, cada candidato faz sua estratégia. A necessidade faz o sapo pular e cada pré-candidato traça sua linha mestra de campanha. Constato o vice-governador João Cahulla trabalhando bem no meio rural e neste momento o peemedebista Confúcio Moura prioriza a conquista da capital.
Caso a parte
O caso do petista Eduardo Valverde, merece um análise a parte. Com menos projeção do que o preito Roberto Sobrinho e a senadora Fátima Cleide, ele bateu os dois na convenção da legenda virando o jogo, com forte apoio no meio rural. Depois disto, enfrentou com serenidade – logo ele que já era um pavio curto – alguns rancores internos, conseguindo unificar a legenda em torno do seu nome.
Pode avançar
Por último, a grande façanha do petista Eduardo Valverde, que já esta entusiasmando a militância: ele conseguiu ficar de fora da lista das contrapartidas do PT com o PMDB em vários estados, onde Lula e Dilma estão cedendo as cabeças de chapa para compensar o apoio do PMDB à candidatura presidencial de Dilma. Agora, sim, Valverde, abre o processo de decolagem.
Jogo de cena
Enquanto o ex-prefeito de Vilhena Melki Donadon (PHC) continua fazendo jogo de cena que é candidato – e buscando desesperadamente ser vice de alguém – Rosangela Cipriano (PSOL) ainda não abriu a jornada. Já, o tucano Expedito Júnior começa a perder terreno para o concorrente Cahulla no interior, graças à interferência do governador Cassol.
Penca de indecisos
Os postulantes ao Palácio Presidente Vargas, que monitoram o comportamento eleitoral, já perceberam que existe uma maioria indecisa, tornando a eleição 2010 aberta e sujeita até a surpresas. E zebras é o que não tem faltado nos últimos pleitos municipais e estaduais, quebrando asas de verdadeiros favoritos.
Renovação de quadros
A séria tendência – uma verdadeira ameaça - de renovação dos quadros políticos em Rondônia está deixando os postulantes a Assembléia Legislativa, Câmara Federal, ao Senado e ao próprio governo inseguros. A renovação dos quadros na última eleição a ALE e nas Câmaras Municipais em 2008 ultrapassou a casa dos 70 por cento.
Do Cotidiano
Omissão e desrespeito
As angústias causadas à população brasileira pelas recentes tragédias acumuladas pelo excesso de chuvas certamente não foram causadas propositalmente, pois seria algo desumano demais até para imaginar. Mas o descuido com a aplicação de recursos para a prevenção e o desprezo aos alertas dos técnicos e pesquisadores preocupa: no mínimo está havendo omissão e desrespeito diante de vidas e patrimônios familiares que se perdem, prejudicando suas comunidades e os municípios em que ocorrem.
Casas destruídas, famílias vitimadas, desabrigo e muito sofrimento psíquico têm sido o passivo dos recentes episódios de enchentes, deslizamentos e desabamentos. Até porque os fenômenos da natureza são constantes e as chuvas acima da média não são nenhuma novidade, já que a média é que não é constante, o orçamento da União contempla recursos para um programa federal destinado a prevenir os danos e prejuízos provocados por desastres.
O programa prevê a execução de obras como contenção de encostas e canalização de rios. Na esfera do Ministério da Integração Nacional, no ano passado esse programa, especificamente voltado à “prevenção e preparação para desastres”, foi limitado a R$ 91,3 milhões de um orçamento total de R$ 646,6 milhões, segundo um levantamento do site Contas Abertas junto ao Siafi, sistema que registra receitas e despesas da União.
“Pouca fé” − Mais que em outros setores do governo, justamente nesse programa ocorreu uma limitação tão grande, mesmo se sabendo que os desastres são periódicos e de prevenção mais sistemática. Ou seja: sabe-se que eles vão acontecer, sabe-se como resolver, mas os recursos para a prevenção ficam retidos e só depois que acontece vem algum socorro emergencial, as tradicionais mobilizações solidárias e os voos das autoridades por cima da destruição.
Em todos os casos, o “conjunto da obra”, incluindo a falta de prevenção, é atribuído à natureza, “São Pedro” e à “pouca fé”, mas são, muitas vezes, fruto da imprevidência e da desorganização. É o que vêm sugerir um grupo de especialistas da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), para os quais os desastres são recorrentes no País por falta de uma cultura de prevenção e proteção civil.
Via Direta
Terça-feira, 26 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)