O vereador Mario Sergio (PMN-Porto Velho) esteve na redação do Diário para
reafirmar a pretensão de levar seu nome para a convenção do próximo dia 30, onde
será homologada sua candidatura à prefeitura da Capital. Liderando um frentão
partidário, que reúne diversas legendas, o vereador negou a informação de que
seria um plano B do atual prefeito Roberto Sobrinho (PT). “Minha pré-candidatura
é pra valer. Não existe acordo com o prefeito para indicação de meu nome a
vice-prefeito em eventual chapa do PT”, disse.
Com 33 anos, Mario Sergio nasceu em Porto Velho, é casado, tem uma filha, e se
formou em direito. Exerceu ao longo dos últimos seis anos o cargo de secretário
municipal de Desenvolvimento Urbano (Endur) e diz que adquiriu boa experiência
administrativa. Ele fala das propostas para a Capital, as deficiências na atual
administração e aponta solução para o problema no setor de saúde.
Diário – Você esteve recentemente em uma reunião do PMN em São Paulo, o que
ficou acertado?
Mario Sérgio – Conversamos com a militância nacional e ficou definido um
pré-acordo nas cidades com mais de 200 mil habitantes de uma aliança com o PPS.
Isso já está acontecendo no Nordeste e a tendência é atingir Porto Velho.
Diário – E o plano B do prefeito Roberto Sobrinho?
Mario – Não existe plano B. Minha pré-candidatura é irreversível. Está
descartada a possibilidade de o PMN indicar o cargo de vice-prefeito em uma
eventual chapa do PT.
Diário – É um processo natural o PT caminhar com o PCdoB, mas em Porto Velho
isso pode mudar?
Mario – Em convenção recente, o PCdoB decidiu caminhar com o PMN. Estamos
discutindo a possibilidade de fechar uma nominata forte para a Câmara de
Vereadores.
Diário – Quantos partidos estão aliados em torno desse projeto?
Mario – PRP, PTdoB, PTN, PHS e por último o PCdoB. Estamos agora em busca de
partidos com maior tempo no horário eleitoral. Tivemos uma pré-conversa com o
prefeito José Bianco (DEM-Ji-Paraná) para discutir esse tema, mas nada está
fechado ainda na Capital.
Diário – Como estão as alianças para vereador?
Mario – Estamos em conversas com vários partidos. A ideia é lançar hoje 84
candidatos a vereador e com a possibilidade de chega na convenção com 126 nomes.
Com isso, aumenta a chance de o frentão garantir mais vagas.
Diário – Qual a avaliação do Ficha Limpa?
Mario – Foi uma vitória da população, mas a lei precisa ser aperfeiçoada. Hoje
as pré-candidaturas apresentadas até o momento estão no mesmo nível e a
população vai poder escolher. A Lei do Ficha Limpa serviu para fazer um limpa
nessas eleições, principalmente após a operação Termópilas. Pré-candidatos que
apareciam como favoritos acabaram ficando fora da disputa.
Diário – Dentro do plano de trabalho, qual seria, neste momento, a prioridade
para Porto Velho?
Mario - Atenção maior para o trânsito, que aumentou a frota em decorrência da
construção das usinas do rio Madeira. Recentemente solicitei da Semtran cópias
dos contratos do processo relativo ao sistema de trânsito para analisar o que
pode ser feito, em parceria com as empresas, para melhorar o sistema.
Diário – E a infraestrutura da cidade?
Mario - Tem muita obra em andamento e outras paralisadas por questões
burocráticas e problemas de licitação. A licitação da rodoviária, por exemplo,
foi novamente barrada. É preciso estruturar as secretárias com técnicos e
engenheiros, o que evitará esses problemas.
Diário – Você já pensou no pós-usinas?
Mario – É grande minha preocupação. O valor da compensação social é pequeno e
insuficiente para fazer investimentos. Mas existem outros mecanismos para buscar
recursos. Dinheiro tem, basta saber captar em Brasília e elaborar projetos.
Diário – O que você mudaria hoje na administração?
Mario – Ao longo do meu trabalho na Endur identificamos vários problemas nas
secretarias, que são fáceis de solução. É importante concentrar todas as
secretarias em um único local. Essa medida vai suprir a demanda da própria
comunidade, que poderá resolver problemas em um único local.
Diário – O que apresentou bom resultado na atual administração, na sua
avaliação?
Mario – A regularização fundiária. Mas ainda falta servidor e equipe técnica
para ampliar esse tipo de trabalho. O número de processo é grande e falta
servidor para agilizar. Esse trabalho merece continuidade.
Diário – Como você pensa Porto Velho para os próximos 10 anos?
Mario - Não se pode comparar São Paulo e Curitiba com Porto Velho. São cidades
antigas. A Capital melhorou muito, mas precisa ser urbanizada e explorar bem a
arquitetura. Em Rio Branco, por exemplo, a administração soube usar bem o Canal
da Maternidade. Construiu praças e aproveitou espaços para construção de áreas
de lazer.
Diário –E a geração de emprego?
Mario – É um desafio maior. A saída para o Pacífico é uma alternativa para
geração de emprego na Capital. É necessário atrair indústrias, oferecer
incentivos e melhorar benefícios para quem reside em Porto Velho.
Diário – E o setor hoteleiro como ficará após as usinas?
Mario – A alternativa é o turismo. Temos lugares bonitos que precisam ser
aproveitados. Cito o Lago do Cuniã como exemplo. É preciso estruturar o setor de
hotelaria para dar maior atenção ao turista que vem visitar Rondônia. Trabalho
semelhante foi feito no Mato Grosso, na cidade de Bonito, onde as empresas
exploraram o turismo.
Diário – Essa semana o MP barrou a contratação temporária de médicos e
servidores na saúde. Como você conduzirá os problemas no setor?
Mario – Recentemente estivemos em reunião na Câmara para tratar do assunto.
Convidamos MP, Estado e município. Existe na Capital uma estrutura do Hospital
do Câncer que está parada e outra a ser inaugurada. Nessa obra do hospital
poderia ser utilizado como ponto de apoio do João Paulo II. Dentro de alguns
dias serão inauguradas duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e o governo
anunciou mais duas. Três UPAs são suficientes para atender à demanda. A quarta
poderia funcionar ao lado do João Paulo II e serviria como suporte na
especialização de ortopedia.
Diário – O que seria prioridade na saúde nesse momento?
Mario – É preciso dar celeridade à compra de material básico, como anestesia,
curativo e de primeiros socorros. É importante chamar o MP para essas discussões
e criar uma comissão para agilizar esse procedimento. Hoje entra um paciente no
Hospital de Base para fazer uma cirurgia e fica seis meses no local por falta de
material.
Diário – O Roberto Sobrinho tem como aliado Confúcio Moura. Como você conduzirá
esse relacionamento na sua gestão?
Mario – A prefeitura tem de trabalhar em sintonia com o governo. Ajudei na
campanha de Confúcio Moura juntamente com outros partidos. Esse relacionamento
precisa continuar, até porque os partidos estão na base de apoio do governo
estadual. Na questão federal, precisamos do apoio da bancada para elaboração de
projetos e liberação de recursos. Essas disputas internas devem ser travadas em
ano eleitoral, mas depois devem ser esquecidas. Quem ganha com isso é a
população.