Terça-feira, 4 de dezembro de 2012 - 06h51
GABRIEL NOVIS
De Cuiabá (MT)
Todos nós temos o direito de viver com qualidade e dignidade. Viver sem a presença desse binômio é sobreviver. O nosso mundo está tão cruel, que a lei que impera hoje é a de cada um por si e Deus por todos.
Com imensa tristeza acompanho o que acontece hoje na área médica. Praticamente inexiste o grande instrumento de trabalho do médico, que é o tempo dedicado aos seus clientes. Os de melhor poder aquisitivo, possuem um plano de saúde, que não lhes dá direito ao tempo ideal para uma consulta. Nesse sistema, o médico sobrevive com a quantidade de atendimentos, e não, com a qualidade dos seus serviços.
A maioria da população brasileira pertence ao plano do governo para os pobres, que é o SUS – sem comentários. Com 180 escolas de medicina funcionando e produzindo médicos, esse profissional fica retido nas grandes cidades, que lhes oferecem o mínimo de condições para exercer a sua profissão.
Há falta de médicos no interior, onde o governo demonstra toda a sua incompetência para criar condições para a fixação desses profissionais. Resultado da falta de políticas públicas na saúde: a hiperconcentração de médicos nas melhores cidades. E, com isso, entra em cena a lei da oferta e da procura. Com muita oferta, o salário dos médicos chega a ser aviltante. Este, para sobreviver, é obrigado a manter vários empregos. Com honorários tão indignos, o tempo do médico para atender pacientes de planos de saúde privados e do SUS, cada vez se reduz mais.
Com relação aos pacientes do SUS, mesmo com mandado judicial, eles não conseguem internação. A espera para uma consulta é de meses, e um exame laboratorial é uma aventura. Isso ocorre hoje aqui em Cuiabá. Não estou para ditar regras de ética ou de moral, mas posso dizer que o governo foi o único responsável pela retirada do médico da casa do doente e pela desumanização do ato médico. Ah! Isso ele fez com perfeição.
A presidente cobra tratamento mais humano e digno através do SUS, e procura um hospital particular para se tratar. Lançou dois programas para os pobres, que são difíceis de sair do papel: Melhor em Casa, que já existe - pois os pacientes do SUS não têm para onde ir -, e o reforço do atendimento nos Prontos Socorros. Programas de resultados em longo prazo, enquanto que o problema dos Prontos Socorros é urgentíssimo, como verificou o JN do Ar.
A população que procura serviços de saúde só tem queixas quando é atendida. Os médicos perderam o respeito que gozavam na sociedade. Enfim, todos perderam. Essa não é a medicina humanizada, matéria obrigatória em todos os Congressos Médicos.
Viver sim, mas com dignidade no exercício da nossa profissão e qualidade no atendimento aos pacientes.
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