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Gabriel Novis

Futebol e Lavoisier


 

GABRIEL NOVIS NEVES
De Cuiabá

Pensando no nosso futebol, lembrei-me da frase popular que imortalizou o químico francês Lavoisier há cerca de 200 anos: “Na natureza, nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”. Futebol e Lavoisier - Gente de Opinião
 

No entanto, nos tempos atuais, nada se transforma e tudo se perde – principalmente no mundo do futebol. Não há renovação nesse sistema fechado de interesses pessoais, políticos e comerciais. 
 

O futebol nos oferece o exemplo mais didático para a compreensão desse fenômeno em que tudo se perde. 
 

Patrocinamos, em momento inoportuno, uma imperial Copa do Mundo, cujo objetivo era a conquista do troféu perdido em 1950 no Maracanã para os uruguaios de Obdúlio Varela. 
 

Escolhemos para essa façanha um antigo treinador para orientar os milionários meninos da seleção brasileira, a maioria jogadores de times estrangeiros. 

 

O resultado foi o desempenho medíocre do nosso time, cujo ápice foi a derrota vergonhosa e humilhante por 7x1 no Mineirão diante do futebol sério e responsável dos alemães. 
 

Pois bem. Menos de um mês após essa catástrofe, o comandante dos ex-canarinhos, sumariamente demitido da seleção brasileira por incompetência, foi contratado por um dos clubes da elite do nosso futebol com salário não divulgado. 
 

Curioso é que os grandes times que participam do campeonato nacional têm como técnicos aqueles mesmos que, há dezenove anos, exerciam nesses clubes de agora, a mesma função.
 

Nada mudou, nada se criou e nada se transformou. O mundo do futebol é fechado, e as transformações não são admitidas - apenas fórmulas para os lucros exorbitantes das suas competições, onde tudo é estudado e implantado para esse fim. 
 

Gostaria de saber por que os profissionais das áreas de Educação Física e Esporte, formados em Universidades conceituadas, não são sequer cogitados para entrarem no mundo do futebol. 
 

Eles possuem conhecimento em avançadas técnicas e táticas esportivas compatíveis com o mundo moderno – altamente competitivo. 
 

Alemanha, Argentina e Holanda na última Copa deram um show de disciplina tática e estratégias num esporte coletivo e competitivo. 
 

Praticamos ainda um futebol em que dez atletas estão em campo, mas, para jogar mesmo, contamos com apenas um. 
 

Este quadro tem de ser urgentemente alterado - a começar pelo comando da Seleção Brasileira. 
 

Se forem insistir na contratação de velhos perdedores, a conquista de troféus ficará a cada dia mais distante. 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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