São Benedito, futebol e eleições

GABRIEL NOVIS NEVES
De Cuiabá
 

Na semana dos tradicionais festejos a São Benedito, as manhãs cuiabanas são geladas. Este ano, o santo favorito dos cuiabanos teve de enfrentar dois eventos importantíssimos que não chegaram a ofuscar a sua festa: os últimos jogos da “Copa das Copas” e as convenções partidárias.
 

Até agora temos à disposição do sofrido eleitor o voto obrigatório. Outrora essa legislação estava no odiado bipartidarismo. Na época dos militares a maioria dos políticos estava abrigada em um único partido (Arena), que apoiava o governo. O restante era da oposição (MDB).
 

Com mais de trinta partidos existentes no Brasil, ancorados em 39 ministérios, aqui em Mato Grosso temos uma eleição polarizada por apenas dois candidatos ao Governo do Estado.
 

Um é do grupo da situação, apoiado por um conglomerado desses partidos. Outro se diz da oposição, apoiado com outro tanto de agremiações políticas.

Acontece que os opositores estaduais possuem cadeira cativa em um dos ministérios do Governo Federal e apoiam a reeleição da atual Presidente da República.
 

Entenda-se essa oposição... Os dois candidatos se dizem defensores da renovação política, única e exclusivamente por terem menos de 50 anos de idade.

Seus companheiros na chapa majoritária tanto poderiam estar de um lado como do outro, sem nada a diferenciá-los.
 

Neste cenário político montado, fica difícil convencer o eleitor cidadão de que haverá transformações significativas no jeito de gerenciar o Estado, quando as pessoas são as mesmas e com as parcerias de sempre nesse negócio de governar.
 

Espero que surja outra via para, pelo menos, discutir os nossos problemas emergenciais localizados nas áreas sociais e na de infraestrutura.

Enfrentamos dificuldades históricas que precisam ser resolvidas, não na cara ou coroa como se faz na escolha do campo de futebol, mas, por prioridades.
 

Aguardamos essa possibilidade que, dos males, representa um dano menor.