Domingo, 12 de março de 2017 - 21h09
Castro, Flávia Lages de. História do Direito Geral e do Brasil. 7. Ed. Livraria e Editora Lumen Juris Ltda. 2009, p. 505 - 564
A Era Vargas deixava sua herança, o Brasil na Segunda Guerra Mundial lutava contra um regime fascista enquanto vivia num equivalente. A pressão levava o presidente a uma queda eminente, era reaberta a Constituinte e elaborada uma nova constituição, a de 1946, que por sua vez possuía a base da de 37.
A nova constituição continha algumas importante mudanças, algumas que permaneceriam até os dias atuais:
1) A existência de um vice-presidente (que na ausência do presidente o substituiria), a votação entre ele o o presidente seria individual e eles poderiam ser de chapas diferentes, no entanto, de imediato sua primeira eleição seria feita pela Constituinte. Além disso, vice-presidente seria também Presidente do Senado Federal, e mesmo com o poder de escolha dos ministros (pois se encontrava no lugar de Vargas) estaria sujeito a comparecer ao Congresso sempre que requisitado, dando considerável poder ao Legislativo.
2) Os poderes se reestabeleceram, tendo mandatos e idade mínima variada para os cargos. Tornou-se ainda obrigatório um quantitativo de 3 senadores por estado, sendo estes elegidos por ele, além da possibilidade de serem criada Comissões Parlamentares de Inquérito.
3) A justiça do Trabalho foi integrada ao Poder Judiciário, entrando agora na categoria de Justiça Federal Especializada, suas funções se tornaram específicas e determinadas.
4) O Ministério Público era previsto tanto para as Justiças quanto os Estados.
5) Autonomia estatal e municipal.
6) Voto obrigatório para maiores de 18 anos alfabetizados independente do sexo.
Está constituição, em seu período e contexto que lhe permeava era considerada um constituição de novas liberdades, mesmo que fosse marcada por algumas antigas mudanças varguistas e a tradição da elite agrária brasileira, seu pseudônimo, para tanto, passou a ser “A Liberal”, e assim o era na medida do possível para o momento político e época.
O Brasil era então de novo uma república, no entanto, parecia que a situação não iria perdurar, os primeiros mandatos cumpridos pós a reinstituição da república foram repletos de truculências, de substituição por doença (caso de Café Filho) a regime parlamentarista (primeiro ministro Ranieri Mazzilli), se tornava cada vez mais claro que a situação estava instável, o que só se agravava com a Guerra Fria “a pico”.
Goulart foi apenas mais uma “gota d’ água num copo muito cheio”, sua fama de comunista levou ao extremo do interesse ante-comunista; o Golpe Militar de 64 (o Brother Sam) já estava sendo orquestrado a alguns anos, era o início da Ditadura Militar Brasileira, esta por sua vez e razões políticas preferia se chamar de Regime Militar.
O fato de chamarem-se de Regime Militar é uma manobra e tanto, a começar pelo ponto do bipartidarismo, entre a ARENA (Aliança Renovadora Nacional) o MDB (Movimento Democrático Brasileiro) a rivalidade era simulada, mas imprensa cassada era obrigada a mostrá-los como pura verdade, além disso haviam os atos institucionais (diferente de Getúlio Vargas que desfez a constituição anterior os militares de 64 preferiram mantê-la se apoiando na mesma para dar uma falsa ideia de direitos) que possuíam o poder de lei. Destacaram-se os de 1 a 5 (suposto :
AI-1: Revoga a Constituição.
AI-2: Suspensão de garantias legais, eleição indireta para presidente, dissolução de partidos políticos, e instituição do estado de sítio sem a consulta ao Congresso.
AI-3: Eleição indireta para governadores e prefeitos, estabelecimento do calendário eleitoral.
AI-4: Convocação do Congresso Nacional, para novo projeto constitucional.
AI-5: Fim do habeas corpus, liberdade expressão, autonomia ao presidente de fechar o Congresso Nacional
Apesar de controlar a “ferro e fogo” o País, o regime não foi capaz de fazer o mesmo com a economia, os governos passados deixaram para trás grandes rombos nos cofres públicos (em especial Juscelino Kubitschek com a construção de Brasília), a divida externa crescia e só foi acentuada com a crise do petróleo, o Milagre Econômico de Costa e Silva parecia ter se tornado um pesadelo, além disso a ameaça socialista parecia ter “desistido de sua empreitada no Brasil”, ou seja, já era hora dar lugar a outro governo, mas não sem tomar providências.
Tendo-se instituído a anistia para os presos políticos e os próprios militares da ditadura, elaborado uma abertura econômica gradual e centrada, Figueiredo estava pronto para ceder o poder as mãos do povo, mesmo que constitucionalmente a primeira eleição devesse ser indireta, vide aí essa cessão ao fato que mesmo com a morte de Tancredo Neves não houve regressão e seu vice José Sarney assumiu a presidência.
Dado fim da Ditadura Militar houve a necessidade de uma nova Constituição, a Constituinte foi chamada em 1987, a constituição sairia no ano seguinte tendo grande influência das elites que não desejava ver “os vermelhos” tomando seu lugar, era a hora do capitalismo e da economia, mesmo assim, houve presença de demais classes.
A nova constituição era preocupada com o trabalho e o lucro, dentre suas principais características estava a multa por demissão sem justa causa, direito a greve, jornada de trabalho de 44 horas semanais, licença maternidade estendida e licença paternidade somando-se a participação do lucro.
Logo, o processo histórico brasileiro se reflete intensamente na evolução do direito do mesmo, que apesar de lenta ocorre invariavelmente, ainda que sob duros golpes sofridos. É possível com pouco perceber, o direito brasileiro prospera contra o todo que por vezes parece tão drástico e irremediável que beira o drama, trata-se da persistência natural dos indivíduos contra o imoral.
Por vezes, a moral pode parecer um conceito abstrato criado pela filosofia, mas ao retroceder na história é possível vê-la como um ente inerente ao homem, que lhe guia, faz parecê-lo louco, mas este é o louco de Rotterdam, impetuoso em busca de seus desejos, e esta moria que insiste em atacá-lo nada mais é do que a justiça, a face da lei e da ordem.
A ética e influência intergeracional.
A ética, como uma orientação moral teve papel importante em todas as grandes mudanças percebidas ao longo da história, tendo sido responsável pelas
Breves contribuições do pensamento Arendtiano para os tempos contemporâneo
Hannah Arendt foi autora de com grande importância para os mais diversos campos da ciência, tendo elaborado diversas obras de renome, podendo ser ob
Parabéns e Outras Felicitações
Parabéns, meus amigos! Sobretudo, parabéns a todas as pessoas com baixa renda.
Breves considerações sobre a pena e sua aplicação
1. Etimologia e natureza da pena A palavra pena é repleta de controvérsias, sua origem exata é desconhecida, mas em de um aspecto geral entende-se q