Manifestação: Um Mecanismo da Democracia

Jéssica Frocel

Estudante secundarista em Porto Velho/RO

            As diversas manifestações vistas a partir de 2011 (com maior repercussão em 2013) foram claros exemplos dos mecanismos da democracia para a reivindicação de direitos e, ainda, questionamentos a respeito das decisões de âmbito governamental: mesmo que seus efeitos práticos tenham sido mínimos.

            Apesar do povo ter sido (ser necessariamente) o grande agente dessas manifestações, é fato que suas ações foram guiadas por articuladores não tão bem inclusos na realidade das classes baixas. Mas sobretudo por aqueles que viram a necessidade de agir, em sua maioria jovens universitários da classe média, com verdadeira consciência politica. O que também provaria a teoria das massas de manobra mais uma vez, ainda que um tanto positivamente.

            Outro aspecto desse movimento foi a falta de apoio politico por parte dos partidos, que de certa forma deveriam representar o povo e seus ideias. Porém, nesse caso, especialmente, fizeram-se ausentes de qualquer um dos lados, gerando graves contradições quanto ao seu papel.

            Desta forma, é visível que este tipo de mecanismo democrático seja tido, muitas vezes, como pouco eficaz (mas importante à manutenção do sistema) ao retratar a liberdade cidadã:

“ […] Consiste a liberdade filosófica no exercício da vontade, ou pelo menos (se tivermos de falar em todos os sistemas) na opinião que temos de exercer nossa vontade. A liberdade política consiste na segurança, ou pelo menos na opinião que temos da nossa segurança. [...] ” (Montesquieu, 2010, pg. 199).

            Ao passo em que estas ações, em suma, dependem de muitos fatores externos, somos tentados a crer que as medidas mais efetivas são aquelas que se opõem completamente ao atual sistema de governo: “o mais eficiente por vezes não é o mais ideal”. E nosso ideal anda meio distante do real...

Bibliografia

MONTESQUIEU, Charles de Secondat, Baron de. Do Espírito das Leis, 2010.