Sábado, 22 de novembro de 2014 - 12h20
Num país onde empresas de construção comandam projetos, verbas, licitações, mandatos em todos os níveis, montam um clube de criadores, alavancadores e tocadores de obras, falar em desconstrução é exercitar uma lógica reversa, somente possível nesse jabuticabal brasileiro que não para de frutificar.
Desconstruir seria uma espécie de verbo político usado em campanhas quando há a necessidade de estraçalhar moral, financeira e politicamente um concorrente, pela espinafração constante, calúnia difusa, avacalhação pública e mentira repetida à exaustão. Para letrados, coisa de George Orwell, para quem prefere assistir a TV numa esteira rolante, um desses edificantes realities shows tipo BBB.
Vivenciamos uma campanha eleitoral com a desconstrução política em nível nacional e onde, tal qual “heróis de BBBs”, os contendores se enxovalharam, não pelos milhões dos realities televisos, mas pelo prêmio maior oferecido pela pátria amada, idolatrada, salve, salve: a caneta para assinar com o clube de empreiteiros&políticos, os contratos milionários das obras da Casa da Mãe Joana. E não queime neurônios com números, índices, cifras, etc. Essa coisa é muito maior do que você imagina.
Há poucos dias o advogado de Fernando Baiano, que é tido como operador do PMDB berrou: "Pode pegar qualquer empreiterinha de qualquer Prefeitura do interior: sem acerto não tem paralelepípedo no chão". Em tom mais rebuscado o empresário Ricardo Semler, tucano assumido diz: "Afinal, quem de nós não aceitou um pagamento sem recibo para médico, deu uma cervejinha para um guarda ou passou escritura de casa por valor menor? Deixemos de cinismo. O antídoto contra esse veneno sistêmico é homeopático. Deixemos instalar o processo de cura, que é do país, e não de um partido”. E nem tente comparar o que está ocorrendo. Quem conhece da barafunda, o ministro Gilmar Mendes –tangenciou e deu uma pista sobre o rombo do petrolão: “Os senhores acompanharam aqui o caso do mensalão, a AP 470. Agora, a AP 470 terá que ser julgada em juizado de pequenas causas pelo volume que está sendo revelado nesta demanda, nesta questão”. E o fundo do poço ainda está bem distante.
E não se preocupe em guardar nomes de pessoas, empresas, partidos, consórcios e grupos. O próprio Semler antes de rebuscar sua frase, se atola no populacho: “Cada um de nós tem um dedão na lama”. Os que mamavam em gordas tetas agem agora como bando acuado, batendo em retirada, queimando pontes e criando teorias com a lógica de que a corrupção é natural e que somos farinha do mesmo saco. E até de onde menos se espera surgem coisas como, "A classe política é um reflexo de uma sociedade que, ao não distinguir do seu meio o público e o privado, escolhe sem esse critério seus representantes e depois os reprime, legitimamente, mas sem olhar para si", disse o ministro Cardozo que é da Justiça (?) num evento de Magistrados Brasileiros (?). Se errar é humano, arranjar quem leve a culpa é divino, deve ter o ministro imaginado, como Pilatos ao lavar as mãos e jogar para a plateia.
Falando em plateia, não é que Rondônia, enrolada com obras em andamento, paralisadas ou sequer iniciadas, pontua com um exemplo desta oblíqua arte de desconstruir? “Condução coercitiva” ou “condução debaixo de vara” é o ato policial de levar alguém a algum lugar, independentemente da sua vontade, como se deu ontem com o governador Confúcio Moura, conduzido à Polícia Federal para ser ouvido nos autos da Operação Platéias. Constrangimento há sim, mas a condução coercitiva é legal, própria do inquérito e a ela se sujeita todo cidadão independente do cargo que ocupe. O resto é tentativa de desconstrução ou como dizem os peladeiros eboleiros, uma jogada para a plateia.
Leo Ladeia
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