Guerra entre o presidente da ALE e o Confúcio Moura

Frase do Dia:

“A maior astúcia do Diabo é persuadir-nos de que ele não existe”. – Baudelaire declamando entre a ALE e o Palácio do Governo a bordo de um busão e aplaudido pelo MP.

I -Joaquim Barbosa, o Primeiro.

Tomou posse ontem, 22, na presidência do STF e do CNJ, o ministro Joaquim Barbosa, para regozijo da indiada miscigenada que “abre a cortina do passado, tira a mãe preta do cerrado, bota o rei congo no congado”. A imprensa carrega nas tintas ao registrar sua cor de pele e, logo no “Brasil brasileiro, mulato inzoneiro”, onde o negro é absolutamente comum nas ruas. Joaquim Barbosa vem de família pobre, da pequena e seca Paracatu, do noroeste de Minas Gerais e se fez, com todo tipo de barreiras, praticamente só. Sua dedicação ao estudo e sua determinação são registros bem maiores e mais visíveis que o simples fato de ser negro.

II-Outra Operação. Outra roubalheira

Só para variar, mais uma operação dos “ninjas de gravata”. Só para variar, outra roubalheira foi encontrada. No total 37 malinos foram indiciados e destes, 23 foram afastados de órgãos públicos e 10 foram presos. O MP acusa o ex-prefeito Laerte Gomes de Alvorada do Oeste de ser o mentor do esquema que fraudava licitações e desviou mais de R$ 9 milhões dos cofres públicos. A quadrilha foi desarticulada em ação do MP, Polícia Civil e COE durante a Operação Olimpo. Em entrevista coletiva o procurador geral de Justiça de Rondônia, Héverton Alves de Aguiar detalhou a operação e logo depois informou que a justiça havia acatado a denúncia.

III-Pimentel e a carta branca

“Tenho que colocar pessoas de confiança e competência nas áreas estratégicas da secretaria. Vou fazer o que o governador Confúcio me pedir, mas tenho total autonomia para fazer as mudanças necessárias”, disse Wiliames Pimentel ao tomar posse como secretário da Sesau ao lado de Luis Maiorquin seu adjunto, mostrando que traz a carta branca para arrumar a casa. Confúcio volta dois anos no tempo para agora acertar a mão. No seu discurso disse: “Chamei Pimentel por que ele tem larga experiência na área e é altamente competente para assumir os desafios” mas Zé de Nana botou gosto ruim no papo: “A carta só é branca se ele tirar o diretor do HB. O”homi” tá mais colado na cadeira que lesma em folha de alface”.    

IV-Cortina de fumaça I

A guerra que trava o presidente da ALE, deputado Hermínio Coelho, contra o governador Confúcio Moura, deve ter propósitos – fora os que são publicados – que apenas ele conhece e com os quais ninguém em sã consciência atina. Ocorre, porém que em guerras sem causas não há vencedores. Assim ocorre quando as duas forças se desgastam e se exaurem a ponto de que nada existe no final para ser levado como troféu ou butim. Alguns animais esperam o fim das batalhas para se fartarem com os cadáveres. Não sei qual a reação do governador ou até onde pretende ir o deputado. A cortina de fumaça esconde o jogo nefasto que começou e com ele Rondônia pode perder muito para um grupo político por falta de visão.

V-Cortina de fumaça II

A quem interessa que Confúcio Moura caminhe aos trancos e barrancos até as eleições? A resposta é óbvia. E a quem interessa que ele deixe o governo por força de um impeachment? A resposta não é a mesma, mas a obviedade sim. Até onde sei o deputado Hermínio ainda não foi cooptado pelas duas forças que torcem pela queda do Confúcio, mas o jogo que ele faz não é seu e ele pode perdê-lo no fim, a menos que o jogo seja exatamente esse: quanto pior, melhor. Aí Tomás Correia foi no osso: “A deslealdade deve ser punida com a demissão do vice-governador do Detran, caso se confirme os fatos, para mostrar quem comanda o Governo”. Para Zé de Nana, “(*)erda subiu de preço e não tem nada a ver com o natal”.

VI-Ao vice sobram rezas e promessas                  

O ex-senador Tomás Correia abriu sua caixa de ferramentas e a chave de roda de um ônibus caiu no pé do vice-governador: “Houve um processo que repassaria recursos do Detran para a Saúde e o vice-governador intercedeu junto aos deputados para que o projeto fosse vetado. Discordo da decisão do governador de ter nomeado o vice como diretor do Detran. Pra mim, ele teria que ter somente as funções de vice. No Detran, o que se tem hoje, é a formação de uma espécie de poder paralelo, de partidarismo na gestão, o que abomino”. Certo o Tomás em abrir a boca. Vice tem que ficar quieto e se quiser o lugar do chefe pode no máximo rezar e acender velas. Como demitir um vice que tem cargo? Ad- nutum? Nem pensar... E agora? O vice vai falar, vai calar ou vai pegar um ônibus para Ji-paraná?

VII-Sorte tem quem acredita nela

Na coluna de 15/11 falei da sorte que tem o governador Confúcio Moura e do tempo que ele teria para reformular sua equipe. Na bica para assumir a Secretaria de Agricultura estava o ex-prefeito Laerte Gomes, nome acima de qualquer suspeita. Convenhamos, seria uma ótima indicação para a vaga de Anselmo de Jesus na Agricultura. A Operação Olimpo pegou Laerte Gomes e livrou o governador das trocentas explicações que teria de dar com a contratação, ainda que nada soubesse ou de nada tivesse participado. Agora foi Tomas Correia seu anjo da sorte. Os anjos da sorte do PMDB cuidam de defender, informar, blindar, desviar, etc.

VIII-Mais operação, mais roubalheira

A PF prendeu seis malinos num esquema de patifarias em pareceres técnicos para agências reguladoras e órgãos federais. A operação “Porto Seguro” fechou o cerco em São Paulo e em Brasília. Dois presos são irmãos: Paulo Rodrigues Vieira, diretor da ANA e Rubens Carlos Vieira, diretor da Anac, ambos indicados por Rosemary Novoa de Noronha, chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, acusada de tráfico de influências e de agir junto aos irmãos da ANA e Anac para favorecer empresas. Foram presos ainda três advogados e um empresário. Rosemary Noronha era secretária do ex-presidente Lula no escritório da presidência em São Paulo e o acompanhava em viagens internacionais desde 2003. Na década de 90 ela assessorou o então presidente nacional do PT, Zé Dirceu e deu no que deu. 

IX-Mano Brown, Mano Menezes

Do malucão Mano Brown – pelo estilo e pelo vernáculo deve ter algum parentesco com Zé de Nana – colho uma pérola para “refrescar a moringa” do técnico de futebol Mano Menezes, defenestrado do comando da seleção brasileira quando menos se esperava: “o ser humano é descartável no Brasil, como módis usado ou bom bril”. E nada mais digo por não ter sido inquirido e por não ter nada mesmo que valha a pena dizer sobre o sistema de organização do futebol brasileiro, cada dia mais caótico, contraproducente e corrupto. Passo batido.

X-Papo com Zé de Nana

X1-Parto difícil: nove meses com Gilvan e Confúcio ganhou o robusto Pimentel.  

X2-Walter Bártolo morreu pobre, mas viveu distribuindo a riqueza de sua arte. 

X3-Mano Menezes caiu, o Aluizão vai ser reformado e agora só falta Loló para técnico.

 

leoladeia@hotmail.com