Segunda-feira, 6 de outubro de 2008 - 19h38
Frase do dia:
Nada como um dia após outro dia. A Imprensa caripuna que até ontem estapeava, hoje aplaude. Ô raça! – Zé Carlos de Sá, jornalista no seu blog Banzeiros
01- Depois das urnas
Fim de papo – mais papo que propostas mesmo – é hora de falar de política sem as amarras da lei eleitoral. País estranho esse nosso Brasil. Durante a campanha eleitoral falar, escrever, mostrar se torna um ato perigoso, sujeito aos rigores da lei e o pior, com penas pecuniárias. Sem ter de onde tirar o troco, melhor é calar e deixar que “la nave vá”. Por qualquer dá cá uma palha, um segundo a mais ou a menos, pinta o processo na justiça, a dor de cabeça, do bolso e lá se vai a grana saída da conta de quem só tem conta para pagar. Sem informação, vence a desinformação e aparece a confirmação: a liberdade de imprensa é moribunda e falece na ditadura eleitoral. Um pé no saco!
02- Roberto Sobrinho
Saindo de 2% de intenções de voto levou a eleição passada no bico, e fez o dever de casa como gosta de dizer o seu adversário Cassol. Com bons projetos, articulado com a bancada federal e em sendo amigo do rei, Roberto teve a vida facilitada com o PAC, usinas, shoppings, bolsa família, etc., mas não lhe nego valor ao encarar e resolver mazelas de difícil solução. Atuando no varejo com um leque de obras, foi referendado numa eleição contra adversários que se perderam ao pinçar suas obras em andamento e que lhe deu a oportunidade de reforçar sua imagem de tocador de obras. O anti-marketing adversário, verdadeiro tiro no pé, foi percebido pelo povão que optou pelo que pareceu mais inteligente. Ai, sem surpresa, deu Roberto de novo. Com a força do povo.
03-Lindomar Garçon
Em campanha há mais de dois anos, buscou a sombra e água fresca no chapéu do Cassol e adotou um discurso dúbio. Era ora do Lula, ora do Ivo. O mote da campanha no início – o homem da água tratada – foi abolido até por seu marqueteiro, por falta de liquidez creditícia e restou-lhe desconstruir a regularização fundiária, tarefa difícil por conta das escrituras públicas com registro em cartório ou bater nas obras em andamento da prefeitura, o mesmo que dar “milho pra bode”. Sua capacidade de se comunicar com o povo o fez um igual e talvez seja esse o problema. O povo não quer o poder e sim alguém que o exerça em seu nome. Pode ser bem parecido, mas não igual. O homem da água – tratada ou não - deu com os burros na própria. “Barco pro fundo, bem carregado”, diz o caboclo amazônida.
04- David Chiquilito
Surpresa. Com propostas factíveis para a educação e administração propriamente dita, o jovem David mostrou facetas interessantes: objetividade, conhecimento dos problemas e uma humildade incomum ao jovem político. Fazendo a linha independente mesmo estando na base de governo do prefeito e sabendo que suas chances eram remotas, David preparou a pista para alçar futuros vôos. Para os mineiros, pode-se vencer, ganhar ou perder eleições. David ganhou, ao abrir uma porta de comunicação com o eleitor e a janela com a classe política e já está na mira de grandes partidos. Sem mágoa ou ressentimento, venceu seu ex-líder Mauro Nazif no confronto direto. Típico caso da criatura que engole o criador.
05- Mauro Nazif
Daquela cepa de políticos com história e queridos do povão, Nazif desta vez perdeu, em sentido mineiro, a eleição. Seu estilo de ouvir muito antes de decidir, levou-o a um anúncio tardio, sem chances para coligações e suas bandeiras – funcionalismo público, saúde e assistência – enfrentam um forte adversário que é o bolsa-família. Mauro, avesso ao marketing, peca ao não cacarejar suas realizações e deixar passar em branco sua atuação parlamentar com resultados positivos. Se não mudar o estilo pode estar saindo da vida pública com uma história irretocável, mas saindo. É uma questão de foro íntimo, quando não adianta ouvir para decidir. Nazif tentou por três vezes e por três vezes o povo de Porto Velho lhe negou a prefeitura. É caso para meditar bem e de preferência com a Bíblia ao alcance da mão.
06-Alexandre Brito
Tem estofo. Plano “B” do Ivo Cassol, Alexandre se viu preterido mas encarou a disputa utilizando um marketing político confuso e pouco confiável, que privilegiou ataques pesados aos adversários e não apenas ao prefeito, – que o diga o Garçon – ironia e propostas não muito bem explicitadas. Partiram dos seus ataques os momentos de maior tensão nos debates televisivos mas, o próprio Alexandre parece ter reconhecido no debate da Rede TV, que carregou demais nas tintas e fez um “mea culpa” ao se questionar se deveria ao não ter tocado na italiana viagem do prefeito. Irônico algumas vezes, debochado outras, é um adversário difícil, face à sua inteligência e capacidade de reação. No popular, Brito é um osso duro de roer. Mas o seu estilo – será que Freud explica? – acaba por não lhe render votos.
07-Hamilton
Um técnico competente, com larga experiência executiva, com apoios importantes no seu partido, mas um político com um discurso que não empolga. Como dirigente partidário mostrou seu valor ao sublimar sua postulação com chances remotas e altivez ao recusar o “cala-boca” da Globo por não participar do debate, dando o troco ao entregar a lanterna das pesquisas ao Adilson Siqueira. Hamilton continuará sendo um quadro importante no PSDB ou em quaisquer outros partidos para cargos executivos, mas para campanhas eleitorais vai ter que queimar muito biocombustível, assunto no qual é mestre. Registro: Casara foi o único candidato a abordar os temas arte e cultura.
08-Adilson Siqueira
Oriundo do PT e hoje no PSol, Adilson Siqueira rezou pela cartilha de Luiza Helena, a grande estrela do partido. Com uma vida marcada pelas lutas sindicais, traz com ele a vivência, história e o perfil dos adeptos da Teologia da Libertação. Leitor voraz e compulsivo, é na vida acadêmica e nas intermináveis discussões ideológicas que está à vontade. Homem de partido, Adilson não se furta a uma boa briga e pode até momentaneamente usar ou fazer-se escada num debate. Engana-se quem vislumbrou uma dobradinha entre Alexandre Brito e Adilson. São imiscíveis, como água e óleo. A lanterninha não significa absolutamente nada para o Adilson. Ele cumpriu o seu papel.
09-Câmara de Vereadores de Porto Velho
A peia foi grande. A rigor, retornam dois antigos vereadores, vez que Ramiro Negreiros já havia sido defenestrado. Velhos caciques voltam para casa, pois o novo – e põe novo nisso – sempre vem. Vale registrar a performance de Zequinha Araújo que volta para sua quinta legislatura e não entro nos métodos ou méritos. Uma vez é sorte, duas é coincidência mas, cinco é competência. Volta Hermínio e três companheiros petistas: Epifânia, Bengala e Cláudio Carvalho. A juventude se faz presente com Mariana, Jean e Gazola. Cláudio da Padaria ex-PSB faz dobradinha com Elis no PCdoB, O pastor da Delson da Universal entra na cota de evangélicos e Marcelo Reis na cota da imprensa. Fechando a lista, Eduardo, Mário Sérgio e Moisés, sem esquecer que “sub-judice” estão os votos de Assis Raupp, Silvio, Sandra Morais e Edson Silveira. Sobre o Edson vai um conselho de graça: banho de sal grosso. Uma vez é azar. Duas é encosto. Vixi mizifi.
10- PT, PMDB e o efeito Orloff
O PMDB de Porto Velho passou por cima de tudo ao apoiar a candidatura do Roberto Sobrinho dando-lhe o vice Emerson Castro. Fim de eleição começa a outra e 2010 é ali depois da curva do Madeira. Rebojo pra uns, banzeiro pro Zé Carlos, certo é que a fatura vai aparecer uma hora. Com a vitória estrondosa do Sobrinho, seu nome entra na lista do partido para uma eventual candidatura a governo, junto com a senadora Fátima Cleide e o Deputado Valverde. Pelo PMDB, Confúcio, Marinha e quem mais chegar. É cedo para falar disso, dirão os envolvidos, mas todos nós sabemos que a coisa não funciona assim. O jogo já está na mesa, enquanto o croupier prepara o velho bordão: “Façam seu jogo. Senhores, no más”. Quem sobreviver, verá.
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