Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024 - 12h46
Braguinha é um bom companheiro, ninguém pode negar.
O expertíssimo senador Eduardo Braga do importante comensal de verbas MDB, está
no topo da cadeia alimentar dos sugadores de verbas públicas. Mamou R$67
milhões limpos, legais e imorais, já pagos e na conta. Dom Braga é o recordista
de emendas individuais e supera as de bancada, como R$66 milhões de Minas
Gerais para assistência hospitalar e ambulatorial, ou R$65 milhões de Santa Catarina
para atenção básica à saúde. E não é só: Dom Braguito tem R$1,9 milhão de emenda
empenhada pelo “cumpanhêro chefe” por sua fidelidade canina à tchurma da
economia. Em 2023 Braga relatou a reforma tributária e agora a regulamentação
da reforma. Fosse sacado para o lugar do Haddad e o Veín do 3º andar estaria
bem servido, pois foi o Dom Braguito que pintou de rosa o arcabouço fecal marrom
do Haddad. Talvez por isso o olhar obsequioso para a Zona Franca de Manaus de
onde sai a bufunfa que mantém de pé o milagre eleitoral amazônico. E vamos nós,
tudo como soe.
1.2 Shit: quanto mais mexe mais fede
O superministro AMoraes esticou a
corda e o tristemente famoso “inquérito do fim do mundo” ganhou mais 6 meses de
vida ou morte, a depender do olhar. Não há coincidência ou acaso em política. A
prorrogação se dá na semana em que outro Braga, 4 estrelas foi preso por ligações
com o 8/1. Não defendo o general, mas se impõe para ele e demais incluídos no tal
inquérito, que se cumpram os “devidos processos legais”, lembrando a priori que
o tal inquérito é um monstrengo criado de ofício. Ex-aluno de direito cujos parcos
conhecimentos não se igualam ao de um rábula como o baiano Major Cosme de
Farias, valho-me do artigo do Dr. Diego Augusto Oliveira Melo do site Jusbrasil,
e recomendo sua leitura integral inclusive dos links que o compõe. Abstendo-me
da ilegalidade de origem, creio que se o infortunado inquérito tivesse chegado
ao fim, o que parece não estar no radar das onze cabeças coroadas do STF e a página
de pacificação política nacional estaria, se não atingida, mas em processo de
consecução. Diz Zé de Nana que “m(*)erda quanto mais mexe mais fede” e ao mexer,
a imprensa traz a informação de que o evento do dia 8/1 era conhecido das autoridades
e que havia sido repassado para as providências de praxe. O fato, todavia, foi
relegado e agora, mexendo o lixo, o fato e o mau cheiro voltaram à tona. Está
na Gazeta do Povo e eis
aqui o link.
1.3-
Emenda descosturada
A PF foi à Bahia, botou o acarajé
no óleo e tacou fogo. Quer saber o que foi feito com as emendas que ficaram
pior que o soneto. Logo de cara 4 enroscados por fraude em licitação e desvio
de grana estão atrás das grades e 10 sofrem busca e apreensão. Um golpista –
isto é golpe – foi afastado das funções e perdeu bens no total de R$4,7
milhões. É a Operação Overclean atrás dos convênios picaretas firmados a partir
de emendas entre empresários e autoridades. E a tendência é que se espraie pelo
Brasil, pois o que tem de roubalheira não tá escrito. Na Bahia onde o rombo é de
R$1,4 bilhão só no DNocs, 15 baianos já estudam a quadratura do sol desde 10
dezembro e irão provar a diversidade do peru natalino. Por aqui muito se fala, contudo
até agora pouco ou nada foi visto. Mas não custa aguardar.
1.3- Enxugando gelo
A delegacia especializada Draco2 e a Sedam, tentam
mais uma vez desarticular a praga que desmata ilegalmente, rouba madeira,
agride o meio ambiente, frauda a ordem tributária e lava dinheiro. Para variar,
“madeireiros de araque” fraudavam o SisDOF para esquentar madeira ilegal de
APPs e unidades de conservação. No rolo laranjas, empresas de fachada e tudo o
que é existe há anos aqui no estado e no Brasil. Tal qual o setor de garimpo, o
setor madeireiro carece de legislação que possibilite ao estado atuar na fiscalização
– que existe sim – bem como trazer para a legalidade os dois setores incentivando
para cumprimento de regras sadias em que o estado seja parceiro, a exemplo do
que ocorre no agronegócio da soja, milho, pecuária, etc. Enquanto o estado se
dedicar a aplicar multas impagáveis em lugar de obrigar o reflorestamento ou
incendiar dragas e motores, em lugar de criar regras e incentivos para as duas
atividades, vai continuar com as operações periódicas que na prática são como
enxugar gelo. Salvo melhor juízo, chega de pegar os peixinhos. Ganha dinheiro
de verdade aquele que financia as atividades.
A Lavajato deixou a expertise necessária: “follow the money”. É seguir o
dinheiro.
02- Ponto final
Do oxigenado octagenário, fechando
90 anos em fevereiro próximo, Yves Gandra Martins, advogado, jurista e personalidade
proeminente do conservadorismo no Brasil lembrando o diálogo durante a feitura
da Carta Magna em 1988 entre ele, Bernardo Cabral e Sydney Sanches: “Fato
é que, nem mesmo nas ações diretas por inconstitucionalidade por omissão do
Congresso Nacional, pode o Supremo legislar”. Fico pensando, quem são
quaisquer dos ministros na fila do pão, frente a Bernardo Cabral, Sidney
Sanches e Yves Gandra Martins? Quem lhes outorgou poder para reescrever a
constituição como se fossem new constituents? Onde esconderam o
livro “O Espírito da Leis”? Que corte é essa? Que país é esse?
03- Penúltimo
pingo
A avaliação do trabalho do STF derreteu 19% em 2
anos. No fim de 2022, o índice era 31% para “bom” ou “ótimo”, caindo em
dezembro de 2024 para 12%, enquanto o percentual registrado para “ruim” ou
“péssimo” subiu de 31% em junho de 2023,
para 43% em dezembro de 2024. Alguma coisa está fora da ordem diria o
divino.
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