POLÍTICA & MURUPI 25/09

POLÍTICA & MURUPI

Frase do Dia

“O impasse está na permanência do presidente da Casa. Eu não posso, por lealdade, defender o afastamento. Mas não vou mentir. Se disser o contrário, estarei mentindo". – Senador Tião Viana vice-presidente do Senado sobre Renan

Pauta Política de 01 a 10

01-Em palpos de aranha:

A procuradoria geral eleitoral opinou pela cassação do mandato do senador Expedito Jr. e dos seus suplentes. Para lembrar, a investigação sobre compra de votos começou pouco antes das eleições. Na seqüência, a coligação do PDT pediu a impugnação do resultado, aceita pelo TRE que lhe cassou o mandato. O caso está no TSE para ser relatado pelo ministro Caputo Bastos e com fortes indícios de que a sentença será contra o senador Expedito Jr. Mas, como os caminhos da justiça são longos, é impossível apostar numa data para o desfecho do caso.

02-Difícil de entender, impossível de fazer:

Até entendo o deputado Dantas preocupado com o tratamento do câncer, mas não entendo a idéia de destinar recursos de Rondônia para um hospital em São Paulo. Com parcos recursos, a saúde por aqui busca solução de suas próprias mazelas e, como sabe o deputado, o estado destina, com muito esforço, um percentual fixo para a saúde, o que torna inviável sua idéia. Mas não é bicho de sete cabeças. O deputado como qualquer pessoa física, pode destinar recursos ao hospital de Barretos. Um gesto digno de nota se ocorre ou se vier a ocorrer.

03-Nome sujo na praça:

A Procuradoria-geral da Fazenda Nacional começará a encaminhar à Serasa os nomes dos contribuintes em débito com os impostos federais para figurar na lista de maus pagadores. Na prática, o governo está bloqueando o acesso ao crédito para os devedores do Fisco - cerca de 3 milhões de devedores. A medida para aumentar a arrecadação é tida como inconstitucional por tributaristas e entidades de defesa do consumidor. Tradução: a briga é grande e o governo deve criar algum mecanismo, tipo refis, para resolver o imbróglio. É pagar para ver. 

04-Driblando o pesadelo:

Cheque especial sempre foi motivo de insônia pra muita gente. Mas, eis a boa notícia: a taxa de juros de crédito para pessoas físicas atingiu o menor nível histórico - 46,6% a.a. Os bancos reduziram o spread - que inclui a expectativa de inadimplência no cálculo dos juros. Motivo: muitos clientes trocaram o cheque especial por empréstimos com juros menores. A operação é fácil. Proponha ao seu gerente fazer um papagaio parcelado com juro menor e pague o cheque especial. Mas, esconda o talão de cheque para não cair na tentação e durma em paz.

05-A novela da CPMF:

O Plenário retoma hoje a votação em 1º turno da PEC que prorroga a CPMF e a DRU, mas a conclusão da votação ainda depende da análise de 33 emendas e destaques a serem votados em separado. A única mudança em relação ao texto original é a previsão de que a redução da alíquota de 0,38% poderá ser feita por meio de lei, desde que mantida a parcela de 0,20% destinada ao Fundo Nacional de Saúde (FNS). Ao todo eram 66 emendas reduzidas pela metade. Na Câmara, a coisa vai. No Senado depende de muita coisa. Se me fiz entender...

06-Constrangimento no ar:

Tudo estava pronto, a campanha publicitária já estava decidida e a Anac iria comemorar seu primeiro ano de vida. Mas, diante da crise aérea, a Anac cancelou os brigadeiros, os pepinos e engavetou a campanha que já tinha slogan: "Olhos para cima. Sempre". Se fizessem, seria uma afronta aos mortos de Congonhas. A nova diretoria encontrou seis mil processos de autuação de companhias aéreas, todos parados. Em lugar de “Olhos para cima. Sempre”, prefiram os olhos na gaveta, agora. Zuanazi, quem diria, acabou no Irajá. E acabou mesmo.

07-O drible da vaca:

A crise do Senado tem um novo capítulo. Como não há diálogo entre Renan e os líderes da oposição, os governistas decidiram convidaram opositores para discutir a pauta, travada pelas MPs e paralisada desde a sessão que absolveu o “rei do gado”. A reunião oi articulada pelo líder do governo, Romero Jucá, que representará Renan. A decisão foi a saída diante da disposição do DEM e do PSDB de não participar de nenhuma reunião de lideranças com a presença dele. Mas, a palavra final sobre o funcionamento do plenário é do presidente que também elabora a pauta. É o verdadeiro drible da vaca. Joga por um lado e pega do outro.

08-Cutucando a vaca braba:

A tal “imprensa fascista” não toma jeito. Como diz o Zé Carlos. “Ô raça!” Não é que a Folha de São Paulo resolveu tripudiar? Montou uma enquête e...bingo! Começa assim: O presidente do Senado, Renan Calheiros, afirmou que o país acredita na sua inocência. "Como é que se tira um presidente do Senado que é inocente? Essa é a pergunta que hoje o Brasil se faz." Você acredita na inocência do peemedebista? O resultado hoje era o seguinte: 22.150 votos totais. Sim: 1012 votos - 5%. Não: 21.138 votos - 95%. Pura manipulação da Folha. “Ô raça!”

09-Pressão alta:

Reportagem da Veja, diz que Renan ameaçou chantagear senadores do PT para não cumprir o acordo com o governo para sair da presidência. O clima que não era bom azedou. “Há um desalento muito grande nos partidos e isso tudo é ruim para Renan, é ruim para qualquer senador.” Mas ele negou que exista um acordo para Renan deixar a presidência. “Não tenho ilusão de que existe um acordo para que ele se afaste.” Mas o homem de fino trato mostrou indignação ao falar da chantagem: “Nada vai me causar nenhum tipo de envolvimento emocional ou político porque não me sinto chantageado por vigarista nenhum”. Pegou pesado

10-Oxigênio para o gás:

Começa a dar frutos o movimento pró-gasoduto. Um grupo de alunos da URES se movimenta colhendo assinaturas num abaixo-assinado, o deputado Jesualdo Pires programou audiência pública para tratar do assunto, e na Câmara de Vereadores já há um movimento de apoio. Já tenho notícia da criação de pelo menos um comitê e com certeza outros surgirão. O assunto será a pauta de amanhã no programa Sala VIP da Vitória Régia.  Vamos lá destemidos. Dá para ganhar. As usinas hidrelétricas resolvem o problema do Brasil, não os de Rondônia.

leoladeia@hotmail.com