Sábado, 23 de março de 2024 - 08h05
O caos se forma quando o dito progresso não é
acompanhado nem de longe por um mínimo planejamento. Está cada vez mais difícil
levar uma vida minimamente saudável, não sei se todas as outras metrópoles
também estão assim, insuportáveis, intragáveis. Falta tudo: ordem, ar,
civilidade, e agora até a luz toda hora se apaga em algumas das principais
regiões da cidade, sem eira nem beira. Por horas, e dias. Sem explicações.
Relatos selvagens de nosso dia a dia.
Não tem dia, não tem noite, não tem hora, o trânsito
engarrafado, as pessoas alucinadas, as motos cortando as vias em alta
velocidade. Ao mesmo tempo é difícil sair e não ver algum motoboy estatelado no
chão. Regras não valem para nada e todos os dias as notícias aqui e ali de
ataques de fúria, muitos até bastante razoáveis, diria até que demoraram. A
espera por ônibus por mais de duas horas em pontos e terminais desconjuntados.
O Metrô que para no caminho, os trens, isso quando as linhas funcionam – o caos
na hora do pico. Passageiros andando pelos trilhos. Tudo isso é cotidiano.
Este ano as eleições serão municipais – ou seja, para
prefeitos e vereadores, os mais próximos de nós, os que deveriam estar atentos
justamente a tudo e não apenas para aumentar impostos, dar nomes de ruas,
inventar normas mequetrefes, tentar legislar - sim, alguns fazem isso - sobre
questões particulares, religiosas. Por aqui o atual prefeito aparece sempre só
bem depois dos fatos, consternado, tadinho, com os olhos cheios de água e sem
qualquer solução para os prejuízos milionários. A gente é que tem vontade
privatizar a cara deles.
Um silencioso desmonte dos equipamentos culturais
existentes. A gente grita e não é ouvido. O governador do maior Estado do país
aproveita e vai dar uma volta lá fora para posar sorrindo ao lado do
primeiro-ministro de Israel, em plena famigerada guerra que insistem como mais
um ponto para nos dividir nessa insanidade política.
Muito mais do que apenas fora da ordem, a vida nas grandes
cidades está beirando o insuportável. Faz calor – alguém acha que ar
condicionado legal é o que gela até a alma. Um exemplo do que está me valendo
mais de uma semana de forte abatimento depois de uma viagem intermunicipal
dentro de um ônibus que calculo estava a 15ºC.
Nos hospitais públicos e privados assistimos à superlotação
com a explosão de casos de dengue, covid e de todos os males. Sem lugar muitas
vezes nem para sentar para a espera de longas horas. Poucos profissionais,
visivelmente sobrecarregados e mal treinados.
O momento é de total demolição do passado e construção de
prédios em todos os cantos, sem cuidado com a infraestrutura. Caminhões pesados
destroem o asfalto das ruas que viram buraqueiras.
Impraticável. Tudo. Não faltam exemplos. Até quando?
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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação,
editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano - Bom para mulheres.
E para homens também, pela Editora Contexto. (Na Editora e na Amazon). Vive em
São Paulo. marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br
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Com tantos sustos como os que todos estamos passando nesse fim de ano até o próprio Espírito de Natal, creio, chamou as renas pelo aplicativo e está
Cérebro. Duvidando até da sombra.
Em quem acreditar, sem duvidar? De um lado, estamos como ilhas cercadas de golpes por todos os lados. De outro, aí já bem esquisito, os cabeças-dura
Não chama a polícia. Ela pode apavorar, te matar, te ferir. Não sei se é um surto, se são ordens ou desordens, mas estes últimos dias fizeram lembra
Stress, o já aportuguesado estresse. Até a palavra parece um elástico que vai, estica e volta, uma agonia que, pelo que se vê, atinge meio mundo e n