Sábado, 22 de abril de 2023 - 11h02
Hábitos, manias, vontades que até bate pé para
conseguir, porque senão se inquieta. Você tem, eu tenho, nós temos. Somos
doidos? Até, talvez. Mas é legal saber que há uma boa distância entre ter
hábitos arraigados, quase ou tipo manias, se bem que uma coisa é bem perto de
outra, e ser considerado maníaco ou com transtorno obsessivo-compulsivo.
Vai que pode até ser um charme
ter uma maniazinha qualquer para chamar de sua, um “it”, uma marca de
personalidade. Se até o Rei Charles III, entre outras, não dorme sem o seu
ursinho de pelúcia, porque é que nós, pobres plebeus e mortais, não podemos ter
uma listinha nossa? Tudo bem que a gente não pode fazer igual a ele, dar nem
motorista nem babá para os nossos fofinhos, mas cá entre nós: você tem uma
dessas adoráveis pelúcias por aí, não? Talvez não durma com ele, ou o leve para
viajar, mas que algum brinquedo deve acompanhar sua vida, não duvido.
Já que estou nesse assunto,
vou listar mais umas manias dele, do rei do Reino Unido, para você também se
sentir melhor e mais normal (funcionou para mim): pijamas e cadarços passados
diariamente; O rei não viaja sem seus móveis, Charles costuma enviar sua cama,
alguns de seus móveis, fotos e enfeites para onde ficará hospedado, assim como
vaso sanitário e o papel higiênico da marca que usa; seus camareiros devem
deixar na escova precisos 2,5 cm de pasta de dente, de forma centralizada e
simétrica poucos minutos antes que ele vá usar; muda de roupa ao menos cinco
vezes ao dia. Não, não sei quantos banhos toma, se toma. Se descobrir, depois
conto, que esses detalhes acima foram contados à boca pequena por quem já
trabalhou no Palácio. Também vou tentar descobrir se já há relatos ou fofocas
das manias da nova rainha consorte, com muita sorte, Camilla Parker. Deve ter
alguma.
Mas o ponto central é que tive
curiosidade de saber quais são algumas das manias de meus leitores. Vou
declarar duas das minhas, para a conversa fluir, que considero coisas até
vindas da infância. Uma delas é minha indefectível caneca de sopinha de café com
leite ou chocolate quente antes de dormir, para a barriguinha ficar quente.
Sopinha, porque mergulho três ou quatro biscoitos cream cracker. É hábito. É
mania? São muito próximas as duas coisas. Outra é dormir com alguns
travesseiros ou almofadas, não só para a cabeça, mas me aconchegando, ao redor,
como se fosse um ninho. Fica um ninho de mafagafos, mas a mafagafinha sou eu
mesma. A minha gatinha também se acomoda por ali e às vezes até demoro a
encontrá-la no meio de tudo, branquinha que é.
Conheço hábitos e manias de
muita gente, mas vou ter de declinar alguns porque certamente eles se
reconheceriam e poderiam não gostar da revelação. Tem cada um! Mas já namorei
um que não dormia de jeito nenhum se o lençol não estivesse bem preso no pé da
cama, e ficava irritado se se soltasse. Outro que, incrível, não se mexia
durante todo o sono, de barriga para cima, dali saindo impecável quando
acordava. Tem um maluco por perto que é capaz de voltar para casa
imediatamente, por exemplo, se esqueceu de por seus anéis – já voltou até da
estrada por conta disso.
A mania/ hábito de limpeza
também necessariamente não é nenhum tipo sério de Toc. Uma grande amiga vai rir
quando ler que lembro bem: esterilizava a banheira da casa de praia esfregando
fortemente com álcool na dúvida se alguém estranho tivesse passado por lá. Tudo
bem que de vez em quando a gente lavava a Banzai, nossa vira latinha, ali,
confesso, e ela ficava doida. Também nunca deixava de ter uma caixa de fósforo
por perto no banheiro, acho que até hoje, que nunca mais perguntei, sabe como
é? Neutralizar cheiros. Nessa linha, eu de novo, lembrei: não sei tomar banho
sem lavar os cabelos.
Enfim, entre manias e hábitos
achamos superstições, encanações, viajamos numas coisas bem esquisitas, mas
daqui de meu “consultório” diagnostico que nada é mesmo grave. É coisa
particular de cada um que vem de infância, traz sensação de segurança, faz
parte da nossa personalidade e, fundamental, não faz mal a ninguém. É coisa
boba, normal, porque a gente apenas gosta daquilo, e também não vai morrer se
vez ou outra falhar.
Me conta qual é a sua? Que rei
é você?
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MARLI GONÇALVES – Jornalista,
consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no
Cotidiano - Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. (Na
Editora e na Amazon). marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br
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