Sábado, 10 de junho de 2023 - 11h38
Exatamente, exatamente, não se sabe quantos são
mesmo os santos da Igreja Católica. Os números oscilam, tremendamente aliás,
entre mil e oito mil reconhecidos oficialmente. Brasileiros, seriam 37,
contando todos os que ou nasceram aqui, ou pelo menos deram uma boa passadinha
por esta terra que já foi bem gentil. Agora em junho temos três santos bem
populares, mais um que acaba meio esquecido. Aproveitemos para pedir aquela
forcinha, com simpatias e alegria, e por todos.
O Brasil é um país que reza pra tudo quanto é lado. Não dá
para entender como ainda ocorre qualquer divergência entre as religiões, até
porque muitos de nós professam bem mais do que uma só, seja por simpatia,
tentativas, ou porque todas acabam levando a um só lugar, divergindo apenas em
textos e formas de consagração; a gente tem um pezinho aqui, outro lá, até por
garantia, que pulamos de galho em galho atrás de uma luz para seguir andando
com fé, que a fé não costuma falhar - o que dizem. Eu acredito.
E como tudo aqui é gigante há épocas que a fé aflora para
tudo quanto é lado. Milhares marcham por Jesus nas ruas trazendo no solado dos
pés seus pedidos nas caminhadas evangélicas, religião que cresce, e a medida é
o número de vezes que agora ouvimos alguém falar “misericórdia!”. Com maior visibilidade
alcançada nos últimos tempos, os evangélicos se veem hoje melhor retratados (e
aceitos) nas novelas, nas músicas, nas expressões e na representação.
Obviamente falo do que é sério, não desses que nos atazanam a todos, líderes e
pastores que se auto proclamam, perigosos, em busca de riqueza pessoal, poder
político, de dízimos, e que ainda miseravelmente se aproveitam da inocência dos
mais humildes para disseminar preconceitos, mentiras e brigas religiosas,
inclusive entre eles próprios. É preciso, aqui mais do que nunca, separar o
joio do trigo.
Nesta mesma semana quilômetros de arte da mais bela feita
com amor e esforços, flores e serragens coloridas, formando tapetes
maravilhosos com o retrato de passagens bíblicas e por onde passaram procissões
celebrando o corpo de Cristo, numa festa que se espalhou em todas as regiões,
como uma tradição católica de décadas, renovada todos os anos. Arte
instantânea, volátil. E vivas sempre à Padroeira, Nossa Senhora Aparecida.
Nos terreiros se fecha o semestre com os orixás
representando as forças da natureza, os lados da vida, as fraquezas e forças
dos seres de todas as dimensões.
E, como é junho, chegam as grandes festas dos três santos
mais populares e que juntam todo mundo no forró, no quentão, no bate-coxa, nos
arraiais, nas danças das orquestradas e festivas quadrilhas. Santo Antônio, São
João, São Pedro.
O primeiro, agora do dia 13, o santo casamenteiro, do amor,
seja para conseguir um ou mesmo recuperar algum amor perdido. Coitado do Santo
Antônio. O viram de cabeça pra baixo, o deixam afogado, sequestram o menino
Jesus de seus braços, tudo para praticamente coagi-lo a agir. Só desviram o
coitado e devolvem o menino se forem atendidos, esses fiéis. Um santo
praticamente torturado, vejam só. Mas a fé é assim, bem doida.
São João, do dia 24, parece mais bem tratado nas suas
festas. Padroeiro dos hoteleiros, hóspedes (e ajuda mesmo o Turismo) e
prisioneiros, conhecido como protetor dos casados e enfermos, condições que às
vezes até andam juntas. Acredita-se que cuida também dos que sofrem com dor de
cabeça e de garganta.
Por último, o São Pedro, o Pedrão, do dia 29, danado, que
tem as chaves do céu, e pode bater a porta em nossa cara quando tentarmos
entrar lá, além do poder sobre o tempo, as chuvas. “Eu te darei as chaves do
reino dos céus e o que ligares na Terra será ligado nos céus”, proclamou Jesus,
de acordo com os escritos. E ainda tem São Paulo, o santo “esquecido” e que se
agrega ao Dia de São Pedro.
Seria bom mesmo é se todos os nossos pedidos – para todos
os lados - fossem além dos pessoais. No coletivo, pela união de toda essa fé e
forças, que pudessem ser convertidas para convivermos em paz tornando esse
mundo que a gente vive aqui e agora, na real, um lugar melhor, respeitoso, mais
seguro, e onde todos pudéssemos festejar as imagens geradas na alegria de cada
uma das variadas consagrações.
Axé, Amém, Misericórdia. Santos, santos, santos e santas.
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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação,
editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano - Bom para mulheres.
E para homens também, pela Editora Contexto. (Na Editora e na Amazon).
marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br
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