Sábado, 7 de setembro de 2024 - 08h05
Uma sequência
de surpresas. Vamos lá, nos últimos dias (na verdade há tempos) a série de
fatos aterradores, esquisitos, e com explicações esdrúxulas, se intensificou.
Uma atrás da outra, variadas, com pitadas de terror, e até um certo humor, mas
não dá para soltar gargalhadas com nossas gargantas secas e o ar irrespirável
das estranhas e intensas queimadas, do clima descontrolado e seca histórica.
Ninguém replica.
Ninguém explica. Apenas se aceita. Nada se fala em soluções, ou prevenção. Os
assuntos morrem soterrados por outros e assim vamos caminhando, como se ninguém
nos devesse qualquer explicação minimamente razoável de mais nada.
Começamos com uma
internacional, Venezuela, onde obviamente ainda não será agora que removerão o
ditador Maduro do poder. Não é que o maluco instituiu uma data nova para nada
mais nada menos do que o Natal? Lá, por decreto, agora vai ser 1º de outubro,
uma reles terça-feira. Mudou a certidão de nascimento de Jesus. Imagine o que
mais pode vir de mente tão demente e perigosa.
A batalha X, do Elon
Musk, versus o Brasil, escudado pelo STF, e que ninguém acreditaria há pouco
que tiraria a rede do ar, surpresa! Tirou. E “tirada” continua. Novos êxodos
estão sendo registrados, digitais, milhões seguindo para outros caminhos e
redes como o BlueSky, da borboleta, e o Threads, da arroba. Praga do coitado do
passarinho azul assassinado pelo bilionário quando comprou o Twitter?
No sábado, fim de
tarde, um apagão atingiu por mais de duas horas uma boa parte da região central
de São Paulo e Guarulhos. Breu. Explicação que apareceu: foi uma pipa que
enroscou numa estação. Por acaso uma pipa com a rabiola de alumínio.
Criancinhas danadas essas! Tudo parece tão normal quanto o uso da linha de
cerol que já decepou a cabeça de muitos motociclistas. Assim ficamos. Até a
próxima. Morte ou apagão. O assunto já morreu. Tem outra ação, constante:
motoristas atropelam, matam, fogem, e invariavelmente quando pegos alegam não
ter parado para prestar socorro por temerem violência, assalto ou sequestro.
O pau está comendo nas
internas entre ministros do Governo Lula já faz é tempo, e pelos mais variados
motivos, incluindo ciúmes, corrupção, benesses, fofocas, dedo de Janja.
Transbordou. E uma grande, com sabor de escândalo. Denúncias de assédio sexual
contra o ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida, e que envolveria Anielle
Franco, ministra da Igualdade Racial. (Sim, aqui temos ministros diferentes até
para uma mesma causa geral). Espere guerra de versões, de egos, ataques e
defesas, “investigações rigorosas”. Até agora, ao menos, bom que saibam: Silvio
Almeida era mais bem visto e eficiente do que o apagado trabalho de Anielle.
Daqui a um mês,
eleições municipais, prefeitos e vereadores. Em São Paulo a primeira vítima
parece ser o marketing político, uma arte, mas que agora apenas gera campanhas
de ódio, mentiras, absurdos, abusos e, claro, cenas hilárias. Vivi para ver,
por exemplo, o sisudo tucano ex-deputado federal José Anibal, que concorre como
vice de José Luiz Datena, andando para lá e para cá, com a aba do boné virada
para trás, meio rapper. Tendo de ver o que há de pior aparecendo, o tal Marçal,
enlameando a letra M com os dedinhos e bem escondido buscando jovialidade
usando o boné como outdoor ambulante. No meio da campanha viajando para El
Salvador – alguém me explique o que é que o maroto foi fazer por lá e nas
cercanias?
Deve ter economia
pesada na campanha dos vereadores do PL, partido do ex-presidente que ainda não
decidiu qual barco vai, se do Nunes ou desse outro que até parece com ele
tantas sandices. Na maquiagem. Repara que todos, todos, aparecem nos segundos
usando o mesmo batom cor de laranja, o que os torna ainda mais estranhos do que
já são, como se não bastassem os nomes e promessas que apresentam.
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MARLI GONÇALVES –
Jornalista, consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de
Feminismo no Cotidiano - Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora
Contexto. (Na Editora e na Amazon). Vive em São Paulo. marligo@uol.com.br /
marli@brickmann.com.br
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Com tantos sustos como os que todos estamos passando nesse fim de ano até o próprio Espírito de Natal, creio, chamou as renas pelo aplicativo e está
Cérebro. Duvidando até da sombra.
Em quem acreditar, sem duvidar? De um lado, estamos como ilhas cercadas de golpes por todos os lados. De outro, aí já bem esquisito, os cabeças-dura
Não chama a polícia. Ela pode apavorar, te matar, te ferir. Não sei se é um surto, se são ordens ou desordens, mas estes últimos dias fizeram lembra
Stress, o já aportuguesado estresse. Até a palavra parece um elástico que vai, estica e volta, uma agonia que, pelo que se vê, atinge meio mundo e n