Terça-feira, 10 de março de 2020 - 08h17
Em
janeiro deste ano, o sistema prisional de Rondônia abrigava 12.998 detentos em
cadeias, centros de ressocialização, penitenciárias e demais unidades. Na segunda
quinzena de março haverá um aumento de 2,7%: serão 13.347 detentos.
Eles
estão assim distribuídos: 5.423 em regime fechado; 1.824 são provisórios; 813
estão em regime semiaberto (intramuros); 2 mil em regime semiaberto,com
monitoramento eletrônico; 24 em medida de segurança-internação; três em medida
de segurança-tratamento ambulatorial; 432 em prisão domiciliar monitorada; e
2.828 em regime aberto.
Relatório
da Sejus assinado em 2019 por 18 coordenadores, gerentes e assessores da pasta,
revela melhorias alcançadas no sistema e projeta para 2020 a diversificação da
mão de obra artesanal, industrial e hortifrutigranjeira de reeducandos.
Na
programação de 2020 consta a instalação de fábricas de bloquetes e manilhas em
Ariquemes, Colorado do Oeste, Guajará-Mirim, Ji-Paraná, Porto Velho e
Machadinho d’Oeste, para suprir necessidades de prefeituras e o Departamento de
Estradas de Rodagem (DER).
A
fabricação de bloquetes e manilhas ocupará a mão de obra de reeducandos do
Centro de Ressocialização de Ariquemes; Casa de Detenção de Cacoal; Casa de
Detenção de Guajará-Mirim; Penitenciária Regional Dr. Agenor Martins de
Carvalho, de Ji-Paraná; Penitenciária Estadual Jorge Thiago Aguiar Afonso;
Centro de Ressocialização de Machadinho d’Oeste.
Uma
lavanderia está projetada para atender às Penitenciárias de Médio Porte (antiga
Ênio Pinheiro), Jorge Thiago Aguiar Afonso (603), Milton Soares de Carvalho,
Centros de Ressocialização Suely Maria Mendonça e Vale do Guaporé, Aruana e Edvan
Mariano Rosendo.
SETE
HORAS DE CONVÍVIO
O
documento também explica medidas tomadas no sentido de evitar criminalidade
interna e transtornos em geral.
As
visitas quinzenais, por exemplo, começam às 8h e terminam às 15h,
proporcionando sete horas de convívio. Segundo a Sejus, isso é razoável, pois a
Lei de Execuções Penais em seu art. 52, III, prevê o direito a no mínimo duas
horas semanais.
Mudanças
vêm sendo feitas gradativamente visando ao equilíbrio e controle nas Unidades
Prisionais. Elas começaram na Pandinha, que estava superlotada, e dali
foram introduzidas na Casa de Detenção Dr. José Mário Alves da Silva, o Urso
branco.
Do
mesmo modo, na Capital, a Penitenciária Jorge Afonso Thiago, a 603, integrou-se
aos novos procedimentos, e na sequência, as penitenciárias Milton Soares de
Carvalho, 470, e Edvan Mariano Rosendo, Panda. O 470 ganhou cercas elétricas.
Unidades
de pequeno porte – Penitenciária Estadual Aruana e Centro de Ressocialização
Vale do Guaporé não necessitarão aplicar essas mudanças, pois os seus perfis
diferem das demais, tanto pelo quantitativo de reclusos como pela baixa
periculosidade.
Iluminação
e ventilação nas celas estão preservadas. A ventilação é feita por exaustores
de sucção instalados na parte superior, mantendo o ambiente arejado.
TOMADAS
ELÉTRICAS RETIRADAS
Tomadas
elétricas antigas foram retiradas, por ocasionarem curtos circuitos e incêndios
de proporções similares à tragédia ocorrida na Penitenciária Estadual Ênio dos
Santos Pinheiro, com dez mortos.
“A
não presença de tomadas nas celas proporciona maior segurança à massa
carcerária, visto que alguns internos utilizam desse meio para confeccionar
aquecedores de água artesanais, os conhecidos rabo quente, que põem em
risco servidores e apenados”, assinala o relatório.
Em
9 de junho de 2018, aproximadamente 150 apenados tentaram fugir de um dos
pavilhões da Penitenciária Estadual Milton Soares de Carvalho (470), na zona
leste, serrando grades das selas e ateando fogo nos colchões.
“Se
houvesse tomadas elétricas, a proporção do fogo seria mais intensa”, aponta o
relatório mostrando fotos da parte destruída.
A
retirada das tomadas também proporciona maior controle no uso de aparelhos de
TV, especialmente por facções criminosas que mantêm o fluxo de informações
atualizadas em tempo real.
A
prática ilícita do uso de telefones celulares também fica prejudicada, por
causa da impossibilidade de se recarregar a bateria do aparelho.
O
art.40 do Código de Processo Penal diz: Aqueles surpreendidos ao ingressar em
unidades prisionais com objetos proibidos, tais como, telefones, chips, drogas
e armas, além das sanções criminais, ficam proibidas de ingressar, por dois
anos, nos presídios da Capital, na qualidade de visitantes, seja a unidade de
caráter definitivo ou provisória, masculina ou feminina, fechada ou semiaberto.
Transformada
em Unidade Provisória Especial de Segurança, a Unidade Provisória Feminina teve
suas detentas provisórias realocadas em ala específica no Centro de
Ressocialização Suely Maria Mendonça.
Com
a inauguração do Presídio 603, para lá foram transferidos detentos do Urso Branco,
que foi desocupado e passou por reforma para abrigar custodiados provisórios
procedentes de presídios de médio porte.
A
Coordenadoria de Infraestrutura e Remanejamentos retirou custodiados parentes
de servidores da segurança pública do presídio Aruana, evitando a interdição
por superlotação.
Cerca
de trezentos custodiados foram classificados e distribuídos na Penitenciária
Ênio Pinheiro, evitando-se ocorrências de fuga.
O
Grupo de Ações Penitenciárias Especiais (GAPE) instalou bases em Cacoal e
Pimenta Bueno, na BR-364, enquanto o monitoramento eletrônico de custodiados
segue centralizado em Porto Velho.
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Leia amanhã a 3ª
reportagem da série:
Corregedoria Geral da Sejus instaurou 103 processos administrativos disciplinares
e 14 sindicâncias administrativas no ano passado
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Leia
a reportagem de ontem:
Relatório
prevê o aperfeiçoamento do modelo prisional rondoniense, com o apoio da
sociedade
QUANTAS PESSOAS ESTÃO PRESAS NO ESTADO?
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