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Orlando Cavalcante Pereira da Silva Junior

Brasil campeão


 

Após a humilhante derrota sofrida pelo Brasil, imposta pela Alemanha, quando da Copa do Mundo de 2014, tendo ficado mais decepcionado do que zangado, para não dizer puto mesmo, tenho que refletir sobre alguns assuntos que são pertinentes.

Nas redes sociais, logo após o jogo, vi de tudo.

Da crítica à presidente do Brasil, Dona Dilma que não teria pago em Euro o valor da propina até  a ignorância extrema de que tínhamos sido comprados.

Já no dia seguinte, após o olho começar a abrir – que tava roxo de tanta peia que levamos, pois, diga-se de passagem, que nunca na história de nosso futebol, tínhamos apanhado tanto, passei a ver alguns comentários mais amenos.

Vi também comentários favoráveis para nossa seleção, bem como enxerguei alguns elogios – raríssimos claro.

Hoje consigo pensar com a cabeça mais fria e sobre o pescoço, ainda que nem tudo está perdido.

Perdemos a copa de futebol, porém em 2014 temos outras copas para ganhar. Temos a copa da saúde, que estamos nos últimos lugares, a copa da educação que já vencemos alguns pontos, basta ver os resultados que nossos alunos trazem quando participam de competições fora do país - o que ninguém comenta.

Temos a copa das eleições, que poderemos ficar em primeiro lugar, votando em pessoas decentes e com compromisso com o povo brasileiro e não fazendo média com republiquetas de compadres para apenas, passar por bonzinhos no resto do mundo.

Embora pouco divulgado pela mídia brasileira, somos campeões das olimpíadas de matemática, química, física e outras mais...

Não temos registrado nenhum caso de paralisia infantil desde a década de 1990, ou antes...

Nosso índice de desenvolvimento humano melhorou...

Não estamos vivendo um mar de rosas. E não pensem que as melhoras conseguidas aqui foram obra de um ou outro governo que acaba de entrar no trem e já quer sentar próximo à janela não.

Foi um trabalho resultado de programa de estado e não de governo.

Temos uma zaga frágil na saúde, na educação, nos transportes, na habitação, na responsabilidade social e por aí vai.

Temos uma zaga frágil nas políticas públicas que preferem dar o peixe a ensinar a pescá-los.

Temos uma zaga frágil na política de que, dar esmola e melhor do que gerar empregos.

Temos uma compra de votos institucionalizada, famigeradamente conhecida como bolsa família.

Temos a mania de grandeza e queremos demonstrar ao mundo, perdoando dívidas de outros países, enquanto a dívida interna só cresce; construindo portos para compadres enquanto os nossos estão um caos; fazendo pontes e estradas que só Deus sabe onde, enquanto as nossas estradas estão um lixo.

Não quero ganhar apenas a copa de futebol.

Quero mais, quero muito mais.

Quero um país que eu e meus filhos possamos nos orgulhar, com escolas dignas, hospitais humanizados, estradas transitáveis e políticos honestos.

Quero por fim que, assim como técnicos de futebol são chamados de professores, que os professores ganhem igual a técnicos de futebol.

Agora sim, quero ser campeão.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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